quinta-feira, 23 de junho de 2022

A Evolução da Economia e Sua Posição Atual

 

Como Evoluiu a Exata Compreensão da Economia? O Que David Ricardo Entendia Ser o Objeto de Estudo da Economia? Por Que a Posição Mais Recente Sobre a Economia é Uma Síntese das Posições dos Séculos Anteriores?

  


 Historicamente, a exata compreensão da Economia evoluiu desde as primeiras escolas econômicas do século XVIII até os dias atuais e, para Adam Smith, o objeto da Economia era empreender pesquisas sobre a natureza e as origens da riqueza das nações.

Essa percepção prevaleceu até David Ricardo, que procurou desviar o objeto da Economia para o terreno das investigações sobre a repartição da riqueza.

Em 1820, David Ricardo escreveu que não se podia submeter a nenhuma lei a quantidade das riquezas produzidas, mas poderia enunciar uma lei que se referisse satisfatoriamente à sua repartição. E, cada vez mais, ele se convencia de que o 1º estudo era uma vã ilusão e de que o 2º era o verdadeiro objeto da Ciência Econômica.

Ele entendia que esse objeto deveria centralizar-se no estudo da repartição da riqueza, divergindo de Smith, para o qual a Economia tinha por objeto o estudo da formação da riqueza.

Essas duas posições – particularmente a de Ricardo – foram melhor definidas pelos discípulos da Escola Clássica inglesa e delas não se afastaram os economistas das demais escolas do pensamento econômico, que se desenvolveram no período entre o aparecimento da obra de Smith e a publicação de John Maynard Keynes, em 1936.

Porém, Keynes adotou um 3º caminho, procurando mostrar que o objeto da Economia deveria centralizar-se na pesquisa das forças que governam o volume da produção e do emprego em seu conjunto.

Keynes retomou um dos caminhos clássicos ao se colocar no plano da produção, mas ele superou o plano de Smith ao tratar dos fatores determinantes das flutuações da Renda Nacional e do volume do emprego.

A partir disso, ele deslocou o objeto central da Economia para a análise das flutuações da atividade econômica. A correção dos ajustamentos e desequilíbrios parecia ser a preocupação fundamental das Ciências Econômicas, naquela época.

Após a 2ª Guerra, o objeto da Economia sofreu nova revisão e a análise das flutuações cedeu lugar ao exame das condições necessárias à promoção do desenvolvimento econômico das nações. Ao mesmo tempo, os economistas se voltaram para o exame da extensão dos benefícios do progresso à coletividade empenhada na sua promoção.

Em resumo, pode-se dizer que, enquanto os teóricos do século XVII cuidavam da formação das riquezas e os do século seguinte da sua repartição, os economistas modernos preferiram se dedicar a um objeto duplo, resultante, de um lado, do estudo das flutuações da atividade econômica e da promoção do desenvolvimento e, de outro lado, das investigações sobre a repartição da riqueza.

Assim, a posição mais recente parece ser uma síntese das posições dos séculos anteriores, pois os economistas contemporâneos cuidam da formação da riqueza e do desenvolvimento, com o mesmo empenho com que se dedicam às questões ligadas à repartição.



A promoção simultânea do progresso e da repartição de seus frutos da atividade econômica (através da busca do equilíbrio dos níveis do emprego e dos preços), embora não tenham a importância que da década de 30, não foram inteiramente afastadas das preocupações da Ciência Econômica. Todavia, o enfoque principal da análise contemporânea está voltado para o binômio desenvolvimento / repartição.

O tratamento desse binômio se mantém ligado à dicotomia “escassos recursos” e “necessidades ilimitadas”, em que se baseiam as definições contemporâneas da Economia. A preocupação com o desenvolvimento está ligada ao aproveitamento ótimo dos escassos recursos disponíveis.

E a maior eficiência nos domínios da “repartição” mostra-se relacionada com a extensão dos frutos do desenvolvimento às diversas camadas sociais mobilizadas em sua promoção.

Isto equivale a uma inter-relação formal entre a repartição e as necessidades ilimitadas, no sentido de que as estruturas de repartição da riqueza puderam ser mais igualitárias.

Portanto, existem ligações formais entre as bases das definições contemporâneas e os fundamentos do binômio que parece consubstanciar o objeto da moderna Economia.

 

 

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