Que Fatores Explicam o Interesse Espanhol Pela América do Norte? Como Eram Divididas as Colônias da América Colonial Inglesa?
Durante todo o século XVI o litoral atlântico da
América do Norte foi povoado pelos índios, embora desde a primeira metade do
século os franceses tenham se interessado pela área e a parte sul do continente
(Flórida) tenha sido ocupada pelos espanhóis. Embora tardio, o impulso colonial
inglês foi bastante rápido e pode-se explicá-lo pelos seguintes fatores:
·
O crescimento do comércio inglês – foram as
companhias de comércio particulares que iniciaram a criação de colônias.
·
O fenômeno do cercamento dos campos – levou os
camponeses ingleses para os centros urbanos, onde a incipiente manufatura não
conseguia absorver a mão de obra disponível o que originou um excedente social
levado para as colônias – geralmente – na condição de “servos por contrato”
·
O fluxo de emigrantes aumentou com as perseguições
político-religiosas, movida pelo governo e Igreja Anglicana contra seitas
protestantes que não viram alternativa senão emigrar.
·
Embora a maioria fosse composta de ingleses, esses
contingentes de futuros colonos englobavam elementos das mais diversas
nacionalidades como suecos, alemães, holandeses e franceses que se retiravam de
seus países por motivos semelhantes aos dos imigrantes ingleses.
A América oferecia saída para os que buscavam
oportunidades e, os que podiam se transportar com seus próprios recursos,
constituíram comunidades de pequenos proprietários. Mas, os que não possuíam
esses recursos se sujeitavam à servidão por contrato; isto é, eles tinham sua
passagem paga por fazendeiro (ou armador) e em troca trabalhavam como servos
entre quatro a sete anos.
As colônias da América Colonial inglesa
apresentaram uma grande diversidade político-administrativa, além de grandes
diferenças socioeconômicas e, nesse cenário, três (3) grandes grupos coloniais
se destacavam:
·
As
Colônias do Sul: A parte meridional da América do Norte foi
ocupada pelos ingleses quando se fundou a Virgínia (em 1607) e, em pouco mais
de meio século, surgiram mais quatro (4) colônias (Maryland – doada por Carlos
I – Carolina – do Norte e do Sul – e a Geórgia). Essas colônias se situavam
numa extensa região de planícies, terras férteis, rios navegáveis perto da
costa e verões que permitiam plantações durante o ano todo. Essa situação
propiciou grande cultura de produtos tropicais como o índigo, arroz e tabaco.
A adoção
de mão de obra escrava levou à concentração de propriedades, pois os pequenos
proprietários não tinham condições de importarem escravos e acabavam vendendo
suas terras e se transferindo para o interior. Sendo assim, o litoral sul
tornou-se uma região de grandes propriedades de monocultura voltada para o mercado
externo e com mão de obra escrava. Formava-se uma sociedade aristocrática
rigorosamente estratificada; isto é, proprietários e escravos.
·
As
Colônias do Norte: Em 1620 um grupo de refugiados puritanos que se
dirigiu à Virgínia e inadvertidamente desembarcou nas costas de Massachusetts
fundando Connecticut, Rhode Island e New Hampshire em 1638. Essas colônias
(conhecidas como Nova Inglaterra) ocupavam uma faixa de terra estreita entre os
Montes Apalaches e o mar, cujo terreno pedregoso tornava curta a estação de
crescimento da lavoura. Daí, pode-se dizer que era composta de pequenas
propriedades familiares com produção diversificada de milho, alfafa, centeio,
cevada, frutas e criação de gado.
A
economia não comportava escravos, sendo substituídos pelos servos por contrato
que acabaram aprendendo a retirar seu sustento do mar (bacalhau, arenque e
baleias). Assim, as próprias condições levaram os colonos a dedicar-se a
atividades comerciais indiretas e à construção naval, desenvolvendo-se a
atividade marítima, gerando cidades costeiras importantes como Boston que
mantinha relações comerciais com as Colônias do Sul, as Antilhas, a África e a
Europa.
·
As
Colônias Centrais: Foram as últimas áreas a serem ocupadas pelos
ingleses, embora desde 1620 os holandeses tenham construídos fortificações na
atual área de Nova York – cujo nome provém do irmão de Carlos II, o duque de
York. Anos mais tarde Wiliam Penn – chefe da seita dos quakers – recebeu
da Coroa uma área para os membros da seita, dando origem à Pensilvânia. Essas
colônias se situavam numa região entre as colônias do Norte e do Sul com solo
fértil, chuvas abundantes, rios largos e profundos o que proporcionava boas
condições à agricultura extensiva.
A região
era uma mistura étnico-cultural em função da variedade de imigrantes como
holandeses, suecos, irlandeses, escoceses e ingleses que, pouco a pouco,
acabaram criando uma agricultura comercial na qual o trigo tornou-se o produto
básico. Estabeleceu-se também um ativo comércio de peles trocadas com os
indígenas por pólvora e rum. A Pensilvânia e Nova York se dedicaram à
construção de navios e ao comércio, onde a Filadélfia e Nova York se tornaram
os portos mais importantes.
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