segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Gestão do Autoconhecimento

 Que Ferramentas Podemos Utilizar Para Alcançar o Autoconhecimento? O Que Determina a Imagem Que Temos de Nós? Quais São os Fatores Que Constituem Nossa Personalidade? Quais as Consequências da Perda da Autoestima?


 


Para alguns especialistas do assunto, o autoconhecimento é um processo contínuo de autoanálise e reflexão a fim de compreender a si mesmo, incluindo qualidades, defeitos, sentimentos, crenças e valores. Esse conhecimento profundo permite tomarmos decisões mais conscientes, desenvolver autoconfiança, gerir emoções e alinhar a vida com propósitos pessoais e profissionais. Mas, para alcançarmos o autoconhecimento, devemos usar ferramentas como terapia, meditação, autoquestionamento e novas experiências. Nós nos conhecemos apenas até determinado ponto e, consequentemente, conhecemos o outro também dentro de certos limites, pois o ser humano é muito complexo nos seus processos inconscientes e instintivos. Durante toda a vida, passamos por estágios sequenciais de crescimento e desenvolvimento. Uma criança aprende a virar seu corpo, sentar, engatinhar e depois andar e correr. Cada fase é importante, e cada uma delas leva tempo. Nenhuma parte do processo pode ser pulada.  Isso vale para todas as fases da vida, em todas as áreas onde há desenvolvimento, pois, uma formação com base sólida é que dá origem a uma autoimagem e autoestima consistentes.

 

Autoimagem

 

Autoimagem é o conjunto de ideias, conceitos, opiniões e imagens que possuímos de nós mesmos, bem como a imagem que supomos transmitir para as demais pessoas. A imagem que temos de nós determina importantes aspectos de nosso comportamento e a forma com que nos relacionamos com os outros. Podemos dizer que a autoimagem é adequada quando existe uma coerência entre o que se observa objetivamente e a visão que a pessoa tem de si. Se assim for, temos a capacidade para reconhecer os nossos pontos positivos e negativos, e para nos valorizarmos nos positivos. Cada ser humano é único e distinto. Desde seu nascimento, possui características próprias que, com o passar dos anos, desenvolvem-se e acentuam-se em um processo cumulativo de experiências vividas. Por isso, cada ser humano tem uma personalidade única e exclusiva. Personalidade é o conjunto de características que definem uma pessoa única. Essas características   biológicas, psíquicas e sociais são transmitidas geneticamente; ou seja, são herdadas, bem como são assimiladas durante nossa formação na convivência nos diversos grupos. Essas características, no entanto, são dinâmicas, ou seja, evoluem constantemente, fazendo de cada um de nós um potencial rico e em constante aperfeiçoamento. Os fatores que constituem a personalidade são:

 

·        Inatos: são as características com as quais nascemos decorrentes de nossa herança biológica: caracteres físicos:  é o somatório de fatores como raça, sexo, altura. Que diferenciam indivíduos ou grupos de indivíduos; temperamento:  é a tendência   herdada   do   indivíduo   para   reagir   ao   meio   de   maneira   peculiar; inteligência: é o uso de capacidades intelectuais para enfrentar certas situações ou executar certas tarefas;

·        Adquiridos: são as características que adquirimos como produto do meio em que vivemos: caráter: conjunto de ações, reações e maneiras habituais de uma pessoa proceder. É resultado da ação do meio sobre o temperamento; cultura:  são os costumes, as tradições, padrões de vida, os modos de produção e os valores.

 

Considerando que todas as pessoas diferem entre si, cada contato estabelecido é com um ser diferente, com uma personalidade diferente e deve ser tratado como tal. Nosso caráter, basicamente, é composto pelos hábitos que desenvolvemos. Os hábitos constituem fatores poderosos em nossas vidas. Uma vez que representam padrões coerentes – e muitas vezes inconscientes – eles servem para exprimir nosso caráter no dia a dia, sendo responsável por nossa eficácia. Os hábitos podem ser aprendidos e desaprendidos, porém eles possuem uma força muito grande, e romper com tendências profundamente arraigadas como os hábitos da procrastinação, a crítica, o egoísmo, entre outros, é muito difícil e exigem muita determinação, coragem, persistência e autoconhecimento.

 

Autoestima

 

Vimos que a autoimagem é a visão que temos de nós mesmos, baseada em experiências do passado, em vivências presentes e em expectativas futuras, sendo que a percepção e decodificação que fazemos desta é fundamental na nossa autoestima e no nosso comportamento de forma geral. Por outro lado, a Autoestima é a opinião e o sentimento que cada um tem por si mesmo. É ter consciência de seu valor pessoal, acreditar, respeitar e confiar em si. A autoestima, juntamente com o amor próprio, é a base para o ser humano. É a cura para todas as dificuldades e sofrimentos. E mais, é a cura para todas as doenças de origem emocional e relações destrutivas. O autoconceito desenvolve-se desde muito cedo na relação da criança com os outros. Os pais atuam como espelhos, que devolvem determinadas imagens ao filho.  O afeto é muito parecido com o espelho.  Quando demonstro afetividade por alguém, essa pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dela; e refletindo um no sentimento de afeto do outro, desenvolvemos o forte vínculo do amor, que é a essência humana, em matéria de sentimentos. É nessa interação afetiva que desenvolvemos nossos sentimentos positiva ou negativamente e construímos a nossa autoimagem. Ou seja, as experiências do passado exercem influência significativa na autoestima quando adultos. Perde-se a autoestima quando se passa por muitas decepções, frustrações, em situações de perda, ou quando não se é reconhecido por nada que faz. O que abala não é só a falta de reconhecimento por parte de alguém, mas principalmente a falta de reconhecimento por si próprio.

Se os pais estão sempre opinando a partir de uma perspectiva negativa para os filhos, e se estão sempre mostrando que são inúteis e incapazes, ou usando de zombarias e ironias, irá se formando neles uma imagem "pequena" de seu valor. E se com os amigos, na rua e na escola, repetem-se as mesmas relações, teremos uma pessoa com autoestima baixa, bem como de baixo sentimento de auto avaliação. Assim, quando a autoestima está baixa, a pessoa sente-se inadequada, insegura, com dúvidas, com um sentimento vago de não ser capaz. Não acredita ser capaz de ter alguém que a ame, de fazer aquilo que quer, de se cuidar, desenvolvendo assim um sentimento de insegurança muito profundo, desistindo facilmente de tudo que começa. Como ela mesma não se ama se sujeita a qualquer tipo de relação para ter alguém ao seu lado, tornando-se dependente de relações destrutivas e não conseguindo forças para sair delas. Esse processo acontece de forma inconsciente e a pessoa não tem consciência do por que está agindo assim, apenas sente o sofrimento que pode se expressar em forma de angústia, dor no peito, choro, pesadelos, vazio, agressividade, depressão, punição, doenças. Culpam os outros pelos próprios erros, encaram todas as críticas como ataques pessoais e tornam-se dependentes de relações doentes. O maior indicador de uma pessoa com baixa autoestima é quando esta sente intensa necessidade de agradar, não consegue dizer "não", busca aprovação e reconhecimento por tudo o que faz, sempre querendo se sentir importante para as pessoas, pois na verdade, não se sente importante para si mesma. Com isso, se abandona cada vez mais. Seguem algumas características da baixa autoestima:

 

·        Insegurança, Inadequação, Perfeccionismo, Dúvidas constantes, Sentimentos vagos de não ser capaz de realizar nada, Depressão, Não se permite errar, Necessidade de agradar, aprovação e reconhecimento.

 

Algumas situações, sentimentos e emoções contribuem para que a autoestima diminua como as críticas e autocríticas, a culpa, o abandono, a rejeição, a carência, a frustração, vergonha, inveja, timidez, insegurança, medo, humilhação, raiva, perdas e dependência (financeira e emocional). As raízes de uma autoestima positiva ou negativa remontam à infância, e a autoestima mantém uma estreita relação com a motivação ou o interesse da criança. Sem uma autoestima adequada, dificilmente a criança enfrentará seus aspectos mais desfavoráveis e as eventuais manifestações externas. Já a criança com autoconceito positivo vai se desenvolver de forma mais ativa, com mais facilidade em fazer amigos, com bom senso de humor, mais participativa em discussões e projetos. Também ela lida melhor com o erro, sente orgulho por contribuir e é mais confiante e afetiva. É fundamental o    cuidado na formação da personalidade e no desenvolvimento de cada um, pois as marcas de uma educação inadequada são profundas. Porém, como dizia Dalai Lama, “não importa quem atirou a flecha, o que importa é arrancá-la”.

Quando construímos ao longo do tempo uma boa dose de autoestima, somos mais ousados, corajosos, empreendedores. Passamos a conhecer também melhor os nossos limites e sabemos respeitá-los, comportando-nos de forma segura, confiante. Por outro lado, quando a nossa autoconfiança é abalada pela má formação da nossa autoestima, temos muito medo de mudar, de enfrentar o novo e muitas vezes perdemos a capacidade de sonhar. Podemos melhorar a autoestima passo a passo. Muitas pessoas têm dúvidas que limitam o seu potencial, duvidam de ser capazes de cumprir um novo trabalho, de manter um bom relacionamento ou de ser inteligente o suficiente para concluir uma universidade. Isso acontece nas escolhas, quando podemos deixar essas dúvidas internas controlar as nossas ações ou trabalhar através delas para melhorarmos a nossa criatividade e consequentemente a nossa autoestima. Todos têm a possibilidade de substituir imagens negativas por positivas e recomeçar um novo trabalho com a relação mais importante da nossa vida: a relação com nós mesmos. Mas, para elevarmos nossa autoestima, é necessário:

 

·        Autoconhecimento;

·        Manter-se em forma física (gostar da imagem refletida no espelho);

·        Identificar as qualidades e não só os defeitos;

·        Aprender com a experiência passada;

·        Tratar-se com amor e carinho;

·        Ouvir a intuição (o que aumenta a autoconfiança);

·        Manter diálogo interno;

·        Acreditar que merece ser amado (a) e é especial;

·        Fazer todo dia algo que o deixe feliz. Podem ser coisas simples como dançar, ler, descansar, ouvir música ou caminhar

 

  

REFERÊNCIAS

 

 

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CARTER, P.; RUSSEL, K.  Como aperfeiçoar o Equilíbrio Cerebral.  Rio de Janeiro:  Editora Estampa, 1991.

CHIAVENATO, I.  Trabalhar em grupo ou trabalhar em equipe.  Qual a diferença? Disponível em: <http//www.portaladm.adm.br> 08/12/2011.

DAWSON, R. Decisões certas e seguras sempre. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

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MORAES, G.  L.  de.  As sete fases da venda.  São Paulo:  Cobrae Marketing, 2004. 

MOSCOVICI, F. Renascença Organizacional. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1996.

NIVEN, D. Os 100 Segredos das Pessoas Felizes. São Paulo: Sextante, 2001.

PERSONA, M. H. Disponível em: <http//www.mariopersona.com.br> Acesso em: 08/12/2011.

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SHINYASHIKI, R. Tudo ou Nada. São Paulo: Editora Gente, 2006.

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