Que Avanços Tecnológicos Foram Desenvolvidos Para Prevenção de Acidentes na Humanidade? Quais os Principais Exemplos de Acidentes Recentes? Quais os Desafios Atuais Para a Segurança das Pessoas?
A humanidade tem sobrevivido há milhares de anos na sua jornada terrena, com uma história de sofrimento e constante superação dos perigos que ameaçam diariamente a existência da nossa espécie. O ser humano diferenciou-se dos demais seres por sua inteligência e capacidade criativa – fatores que permitiram ao homo sapiens aprender a contornar e evitar a dor e a morte. A natureza coletiva da humanidade impôs às sociedades – mesmo as mais primitivas – o difícil aprendizado de erros e acertos; ou seja, por meio da morte ou da preservação da vida. E, à medida que o ser humano conheceu melhor as forças da natureza, aprendeu gradualmente a afastar-se dos problemas e dificuldades, aprendeu que “é melhor prevenir do que remediar”. Lamentavelmente, muitos acidentes e tragédias ocorreram, com danos materiais e vítimas fatais, proporcionando o difícil aprendizado da prevenção. Acidentes de grande repercussão, como do navio Titanic, no Atlântico Norte, do dirigível Zeppelin, que explodiu em Nova York, do avião supersônico Concorde, que se incendiou em Paris, do foguete Endeavor, que explodiu durante o lançamento nos EUA, do desabamento de Estação do Metrô – Pinheiros, em São Paulo, do colapso de edifícios e deslizamentos de encostas no Rio de Janeiro, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria/RS, que matou e feriu centenas de jovens, devem permitir à sociedade reconhecer por que acontecem os acidentes, quais as causas que motivam o caos, que impactos trazem sobre a sociedade e, principalmente, quais os meios para evitar que ocorram de novo. Se pudermos aprender com as tragédias, estaremos, de certa forma, homenageando a memória das vítimas que se envolveram com os sinistros. A história mostra que a conquista dos mares permitiu o desenvolvimento das economias europeias com a colonização das Américas, África e Ásia. A tecnologia do voo encurtou distâncias, aproximou sociedades e permitiu maior globalização. Atualmente, os foguetes aeroespaciais buscam a exploração de outros planetas; as órbitas de satélites em torno da Terra aceleram a comunicação entre países, empresas e pessoas. Assim, podemos concluir que os conhecimentos acumulados na física, química, mecânica, eletricidade, eletrônica, ergonomia, fisiologia, psicologia e tantos outros campos do conhecimento humano, deu-se graças ao pensamento científico e às inúmeras práticas de laboratório e tentativas de campo para comprovar a teoria.
O espírito humano, inventivo e
aventureiro, sempre se confrontou com os riscos, no intento de conquistar,
prevalecer e evoluir. Sabe-se que os períodos de guerra foram os que permitiram
à humanidade grandes desenvolvimentos científicos e de expansão das inovações,
em razão da necessidade de sobreviver ao conflito e devido às inúmeras
restrições materiais que ocorrem nestas épocas. Muitos avanços existentes de hoje
foram desenvolvidos durante as guerras. Por exemplo, o desenvolvimento dos
defensivos agrícolas foram fortemente impulsionados nas I e II Guerras Mundiais
com o uso de armas químicas, como o gás mostarda e produtos desfolhantes; o uso
pela Alemanha das bombas V2, de longo alcance, desenvolvido pelo cientista
Werner Von Braun, permitiu aos Estados Unidos, nas décadas 50 e 60, utilizar os
conhecimentos de trajetórias balística para a pesquisa aeroespacial e projetos
de telecomunicações por satélites; a pesquisa nuclear para desenvolvimento da
bomba atômica permitiu o uso dessa energia para fins pacíficos e terapêuticos
posteriormente; o desenvolvimento da rede PERT-CPM, pelos militares
norte-americanos na II GM, aponta o caminho crítico na logística da indústria
atual, que busca o ótimo uso dos recursos produtivos. Outras inovações e
inventos surgiram nestas circunstâncias. Os ramos da ciência, portanto,
convergem para um fim único: o ser humano; e sem sombra de dúvidas, todo
esforço humano visa à sobrevivência e bem-estar da espécie. A evolução da
humanidade representa, também, a capacidade de agregar-se e viver em sociedade,
formando cidades, criando a divisão social do trabalho, na qual as pessoas em
funções e qualificações especializadas exercem seus trabalhos buscando atender
as imensas necessidades coletivas e individuais que surgem dentro das cidades.
Todos nós precisamos de energia, transporte, saúde, educação, saneamento,
habitação, segurança, justiça, entre inúmeras outras necessidades. Esperamos atender
a todos as necessidades humanas dentro das cidades. As análises dos acidentes
constituem, portanto, o primeiro passo para compreender as causas efetivas que
motivam as perdas humanas e materiais. A partir daí, aplicando-se os
conhecimentos acidentários, historicamente acumulados, sobre as novas e futuras
organizações, será possível operar os sistemas, especialmente os produtivos,
dentro das faixas de segurança aceitáveis, permitindo o convívio das pessoas
com os riscos, que previamente conhecidos, serão eliminados ou controlados.
Assim, pode-se deduzir que os conhecimentos humanos se desenvolveram ao longo
da sua história pela sobrevivência, através da especialização pela divisão social do trabalho e no convívio em
comunidades e cidades. Especialmente, quanto aos acidentes, o
aprendizado da prevenção se deu por meio de muitas mortes e sofrimento.
Entender o acidente em sua essência é buscar as causas e consequências;
preveni-los exige conhecimento e antecipação.
Exemplos de Acidentes
Recentes
·
Acidente da Ponte Morandi em Gênova (2018):
O colapso de uma ponte rodoviária em Gênova, Itália, resultou em 43 mortes e
numerosos feridos (Mattioli, 2019). Esse acidente ressalta a importância da
manutenção regular da infraestrutura e da avaliação de riscos em pontes
antigas.
·
Pandemia de COVID-19 (2020-2023): A
pandemia global de COVID-19 causou milhões de mortes e gerou disrupção social e
econômica em todo o mundo. Esse evento demonstra a necessidade de sistemas de
saúde pública robustos e de preparação para lidar com pandemias futuras (OMS,
2019).
Os Avanços
Tecnológicos Para Prevenção de Acidentes
·
Inteligência Artificial (IA): A IA pode
ser utilizada para analisar grandes conjuntos de dados de segurança e
identificar padrões que podem indicar riscos potenciais. Isso pode ajudar a
prevenir acidentes em diversos setores, como aviação, transporte e saúde
(Fadeyi, 2024).
·
Aprendizado de Máquina (ML): O ML pode
ser usado para desenvolver sistemas preditivos que podem identificar anomalias
e prever falhas antes que elas ocorram. Isso pode ajudar a evitar acidentes em
equipamentos industriais, infraestrutura e outros sistemas críticos (Panetta,
2021).
Desafios Atuais Para
a Segurança
·
Desastres Naturais: As mudanças
climáticas estão aumentando a frequência e severidade de desastres naturais
como furacões, inundações e terremotos. Isso exige maior investimento em
infraestrutura resiliente e sistemas de alerta precoce (IPCC, 2012).
·
Ciberataques: Os ciberataques se tornaram
uma ameaça cada vez mais séria à infraestrutura crítica, como redes de energia,
sistemas de transporte e hospitais. É necessário fortalecer a segurança
cibernética para proteger esses sistemas contra-ataques (Fadeyi, 2024).
REFERÊNCIAS
BARROS, Sérgio Silveira. Análise de Riscos. Rede e-Tec/Instituto
Federal Paraná, Curitiba: 2013.
FADEYI, Kunle. AI In Cybersecurity: Revolutionizing
Safety. Forbes, [S. l.], p. 1-2, 15 fev. 2024. Disponível em:
https://www.forbes.com/sites/forbestechcouncil/2024/02/15/ai-in-cybersecurity-revolutionizing-safety/.
Acesso em: 20 jun. 2024.
MATTIOLI, Guglielmo. What caused the Genoa bridge collapse – and
the end of an Italian national myth?. The guardian, [S. l.], p. 1-3, 26
fev. 2019. Disponível em:
https://www.theguardian.com/cities/2019/feb/26/what-caused-the-genoa-morandi-bridge-collapse-and-the-end-of-an-italian-national-myth.
Acesso em: 20 jun. 2024.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Doença do novo coronavírus
(COVID-19). [2019]. Disponível em:
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019. Acesso
em: 24 abr. 2024.
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
[2012?]. Disponível em: https://www.ipcc.ch/. Acesso em: 24 abr. 2024.

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