Qual Era a
Experiência Marítima de Colombo? Que Técnicas Enganosas Ele Usou Para Manter
Sua Tripulação Animada? Por Que o Descobrimento da América Obscureceu Outros
Descobrimentos de Colombo?
A dedicação
de Cristóvão Colombo à sua “empresa das Índias” e o tesouro dos reis
da Espanha (Isabel e Fernando) não teriam servido de nada, se Colombo não
tivesse encontrado ventos favoráveis e se não tivesse sabido utilizá-los para o
levarem ao seu destino.
Embora ele
não conhecesse bem as terras, Colombo conhecia o mar, o que no seu tempo
significava em especial conhecer os ventos.
Quando, aos
41 anos, conseguiu pôr em prática sua grande empresa, Colombo já possuía vasta
experiência em navegação marítima, pois sob a bandeira de Portugal navegara
acima do ártico quase até o equador e, do Egeu para o ocidente, até os Açores.
Durante algum
tempo Colombo viveu no arquipélago da Madeira – onde um de seus filhos nasceu –
e, daí, efetuou viagens para S. João da Mina, a bela feitoria portuguesa na
Costa do Ouro, no Golfo da Guiné.
Com a sua
variada experiência de navegação em latitudes e com todos os perigos do mar,
ele se concentraria agora num único objetivo. Dessa forma, na manhã de 3 de agosto
de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera com três caravelas rumo à sua
involuntária descoberta de novas terras.
E, em vez de
rumar para ocidente a partir da Espanha, ele navegou para sul (Canárias),
evitando os fortes ventos do Atlântico Norte. Das Canárias rumou para ocidente,
aproveitando as vantagens dos ventos daquela estação.
Uma vantagem
incidental deste rumo era o fato de as Ilhas Canárias se encontrarem no mesmo
paralelo de latitude de Cipango (no Japão), o destino específico que ele
escolhera influenciado por Marco Polo.
Colombo
encontrou mar desimpedido, com ventos á feição, fazendo com que seus barcos
seguissem de vento em popa. Em 5 de outubro a tripulação se sentiu encorajada
ao ver bandos de aves voando no seu caminho e, após 33 dias no mar, na manhã de
12 de outubro o vigia da caravela Pita reclamou seu bônus de 5 mil maravedis,
pois foi o 1º a gritar: “Tierra”.
O descobrimento da América obscureceu outros descobrimentos de Colombo, que o fim da idade da vela nos torna difícil apreciar e, logo na 1ª viagem, ele fez três descobrimentos de grande importância. Além de encontrar terras nunca antes encontradas, descobriu o melhor caminho marítimo do ocidente da Europa para a América do Norte e o melhor caminho de regresso pelo oriente.
Ele descobriu
as vias necessárias a barcos cuja fonte de energia era o vento e, embora
pudesse não saber aonde realmente iria ou aonde finalmente chegara, era um
tremendo conhecedor dos ventos.
Claro que
também tinha de lidar com seus homens e, manter o moral de uma tripulação que
navegava para o desconhecido, não era uma tarefa fácil. Houve ameaças de motim
na viagem de 33 dias e, além disso, o caminho para as Índias teve de ser
percorrido antes de a paciência dos tripulantes se esgotar.
Colombo
prometeu que encontrariam terra depois de viajarem 3620 km para oeste das Ilhas
Canárias e, por isso, os homens precisavam ser convencidos de que não iam para
nenhum lado de onde não fosse possível voltar.
Colombo não
hesitou em usar técnicas enganosas para manter a tripulação animada e, para ter
a certeza de que não os desencorajaria, falsificou o regresso da viagem. Ao
anotar os cálculos da distância percorrida, ele resolveu calcular menos do que
fizera para que se a viagem fosse longa, as pessoas não se sentissem
desanimadas.
Não foram
poucos os momentos melindrosos, pois entre 21 e 23 de setembro quando eles
navegavam no mar dos Sargaços, no meio do Atlântico Sul, coberto de algas
verdes, os tripulantes que nunca tinham visto nada parecido, alarmaram-se.
E, até hoje,
muitos marinheiros experientes têm medo de encalhar em mares repletos de
sargaços e algas verdes.
Até o tempo
calmo e a falta de chuva se tornaram motivos de temor, pois se não chovesse
como poderiam se reabastecer de água doce em um grande oceano salgado?
Colombo
afastou as reclamações com palavras brandas e visões das riquezas das Índias
que todos compartilhariam, mas também lhes recordou as terríveis consequências
se regressassem à Espanha sem tesouros.
Mas, também
desfrutou de um ingrediente extra muito valioso: _ a sorte.
Pois, o tempo foi incomparável, de tal modo que “o sabor da manhã era uma
grande delícia”.
A menos
falada das proezas de Colombo foi a faculdade demonstrada nas viagens
posteriores de voltar às terras que encontrara de forma tão acidental e
involuntariamente.
Duplamente
notável pelo fato de a sua navegação ser tão rudimentar, pois no tempo de
Colombo a navegação celeste não estava aperfeiçoada. Ele era incapaz de
utilizar sequer um instrumento elementar como o astrolábio.
Com o seu
simples quadrante, só depois de um ano em terra, lhe foi possível fazer alguma
observação útil e, somente muitos anos após a morte de Colombo, a navegação
celeste se tornou um equipamento normal do piloto europeu profissional.
O cálculo a
olho nu servia bem para ir de um lugar conhecido a outro, mas não dava
orientação nenhuma do desconhecido. Devemos nos lembrar de que Colombo julgava
que estava viajando para um lugar conhecido.
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