Quais as Principais Transformações Econômicas Surgidas
Após a Revolução Industrial? Que Classe Social Passou a Dominar os Meios de
Produção? Que Setores Econômicos Foram Afetados Pelas Transformações Econômicas?
O livro “A Mãe” (de Máximo Gorki), apesar de ter sido escrito em 1906, retrata fielmente o que foi a Revolução Industrial; isto é, o modo de vida que ocorreu – e ainda ocorre – no sistema capitalista.
A vida mais imediata, a produção dos meios de
subsistência – produtos alimentícios, habitação e os instrumentos necessários
para tudo isso – passaram a se fazer dentro do sistema capitalista.
E o que quer dizer isso? Que a produção de tudo o que
é necessário à vida passou a ser realizado pela energia dos homens que
receberiam um salário, o qual deveria permitir a aquisição de tudo que é
necessário a sua vida e da sua família......Mas, quem lhe paga esse salário? Os
donos dos meios de produção (= a burguesia).
A partir de meados do século XVIII, a sociedade
europeia passou por um sistema de transformação global que marcou o
estabelecimento do sistema capitalista como o modo de produção dominante. Essa
transformação atingiu todos os níveis da sociedade e, de forma específica, teve
no nível econômico sua concretização na Revolução Industrial.
Ela deve ser entendida como um conjunto de
transformações ocorridas nas indústrias, na agricultura, nos transportes, nos
bancos, no comércio e nas comunicações, tonando capitalista toda a economia.
Esse processo envolveu toda sociedade que se dividiu
em duas classes básicas: _ a burguesia (proprietária dos meios
de produção) e o proletariado (classe assalariada e que, para
subsistir, vendeu o único bem que possuía; isto é, a sua força de trabalho).
Em termos restritos, a Revolução Industrial
representou o processo de mecanização das indústrias ocorrido inicialmente na
Inglaterra em fins do século XVII e, posteriormente, em países como a França,
os Estados Unidos, a Alemanha e outros. Em termos globais ela representou a
concretização do sistema capitalista, na medida em que efetivamente alterou o
dia a dia dos homens e sua forma de vida.
As Precondições da Revolução Industrial
Foi entre os séculos 15 e 18 que se criaram as
condições para o desencadeamento da Revolução Industrial, pois naquela fase de
transição do feudalismo ao capitalismo, desenvolveu-se o processo de acumulação de capitais, a liberação da mão de obra, o aperfeiçoamento das técnicas e a
ampliação dos mercados – especialmente para as colônias.
Essas precondições ocorreram no seio da sociedade
feudal que se degenerava, na medida em que se desenvolveu o modo de produção
capitalista que ainda não era predominante na Europa Ocidental.
Dentre essas condições a acumulação de capitais
e a liberação de mão de obra constituem as mais importantes, pois
representam os dois aspectos fundamentais do sistema capitalista – capital e
trabalho.
Acumulação de capital é o processo de concentração dos meios de produção –
e de grandes somas de dinheiros – nas mãos de uma minoria (a burguesia). Essa
acumulação, feita na base de transição do feudalismo ao capitalismo,
processou-se no setor agrícola, industrial e no setor mercantil,
sendo as duas primeiras as mais importantes.
No setor agrícola, a operação se ligou ao
cercamento dos campos onde a burguesia aumentou suas rendas e passou a
controlar um dos setores da produção econômica: _ a terra. Novas técnicas foram
introduzidas, os arrendamentos foram abolidos e o proprietário passou a
aproveitar racionalmente toda extensão da propriedade, seja para cultivo de
cereais, de matérias-primas ou para a criação de gado.
No setor industrial, o processo ocorreu na
criação das manufaturas onde os artesãos ficavam sujeitos à divisão de
trabalho, recebiam a matéria-prima e não ficavam com o fruto do seu trabalho;
ou seja, eles trabalhavam em troca de um salário. Desse modo, a burguesia
ampliou seus rendimentos e foi controlando um importante setor da economia: _ a
indústria manufatureira.
No setor mercantil, a acumulação de capitais
não interferiu na produção, apenas na circulação de riquezas: _ é o chamado
“capital comercial” obtido pela diferença entre o preço de compra e preço o de
revenda da mercadoria. Essa acumulação ocorreu através da pilhagem de riquezas
dos povos asiáticos, americanos e africanos, dos lucros no comércio das
colônias com a metrópole, dos lucros do comércio internacional (através de
práticas legais ou do contrabando).
O processo de liberação de mão de obra
representou a criação do proletariado; isto é, de uma das classes cujos
componentes não possuem outra riqueza senão sua força de trabalho. Esse
processo ocorreu na área rural através do cercamento dos campos em que os
camponeses e arrendatários de terras foram expulsos e muitos se deslocaram para
os centros urbanos, engrossando as fileiras dos contingentes assalariáveis;
ocorreu também nos centros urbanos onde as corporações de ofício acabaram se
desintegrando, devido à concorrência das manufaturas cujo ritmo mais elevado de
produção arruinou os artesãos e os converteu em mão de obra assalariada.
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