sábado, 6 de novembro de 2021

As Transformações Econômicas na Idade Moderna

 

Quais as Principais Transformações Econômicas Surgidas Após a Revolução Industrial? Que Classe Social Passou a Dominar os Meios de Produção? Que Setores Econômicos Foram Afetados Pelas Transformações Econômicas?


 




O livro “A Mãe” (de Máximo Gorki), apesar de ter sido escrito em 1906, retrata fielmente o que foi a Revolução Industrial; isto é, o modo de vida que ocorreu – e ainda ocorre – no sistema capitalista.

A vida mais imediata, a produção dos meios de subsistência – produtos alimentícios, habitação e os instrumentos necessários para tudo isso – passaram a se fazer dentro do sistema capitalista.

E o que quer dizer isso? Que a produção de tudo o que é necessário à vida passou a ser realizado pela energia dos homens que receberiam um salário, o qual deveria permitir a aquisição de tudo que é necessário a sua vida e da sua família......Mas, quem lhe paga esse salário? Os donos dos meios de produção (= a burguesia).

A partir de meados do século XVIII, a sociedade europeia passou por um sistema de transformação global que marcou o estabelecimento do sistema capitalista como o modo de produção dominante. Essa transformação atingiu todos os níveis da sociedade e, de forma específica, teve no nível econômico sua concretização na Revolução Industrial.

Ela deve ser entendida como um conjunto de transformações ocorridas nas indústrias, na agricultura, nos transportes, nos bancos, no comércio e nas comunicações, tonando capitalista toda a economia.

Esse processo envolveu toda sociedade que se dividiu em duas classes básicas: _ a burguesia (proprietária dos meios de produção) e o proletariado (classe assalariada e que, para subsistir, vendeu o único bem que possuía; isto é, a sua força de trabalho).

Em termos restritos, a Revolução Industrial representou o processo de mecanização das indústrias ocorrido inicialmente na Inglaterra em fins do século XVII e, posteriormente, em países como a França, os Estados Unidos, a Alemanha e outros. Em termos globais ela representou a concretização do sistema capitalista, na medida em que efetivamente alterou o dia a dia dos homens e sua forma de vida.

 

As Precondições da Revolução Industrial

 

 

Foi entre os séculos 15 e 18 que se criaram as condições para o desencadeamento da Revolução Industrial, pois naquela fase de transição do feudalismo ao capitalismo, desenvolveu-se o processo de acumulação de capitais, a liberação da mão de obra, o aperfeiçoamento das técnicas e a ampliação dos mercados – especialmente para as colônias.

Essas precondições ocorreram no seio da sociedade feudal que se degenerava, na medida em que se desenvolveu o modo de produção capitalista que ainda não era predominante na Europa Ocidental.

Dentre essas condições a acumulação de capitais e a liberação de mão de obra constituem as mais importantes, pois representam os dois aspectos fundamentais do sistema capitalista – capital e trabalho.

Acumulação de capital é o processo de concentração dos meios de produção – e de grandes somas de dinheiros – nas mãos de uma minoria (a burguesia). Essa acumulação, feita na base de transição do feudalismo ao capitalismo, processou-se no setor agrícola, industrial e no setor mercantil, sendo as duas primeiras as mais importantes.

No setor agrícola, a operação se ligou ao cercamento dos campos onde a burguesia aumentou suas rendas e passou a controlar um dos setores da produção econômica: _ a terra. Novas técnicas foram introduzidas, os arrendamentos foram abolidos e o proprietário passou a aproveitar racionalmente toda extensão da propriedade, seja para cultivo de cereais, de matérias-primas ou para a criação de gado.

No setor industrial, o processo ocorreu na criação das manufaturas onde os artesãos ficavam sujeitos à divisão de trabalho, recebiam a matéria-prima e não ficavam com o fruto do seu trabalho; ou seja, eles trabalhavam em troca de um salário. Desse modo, a burguesia ampliou seus rendimentos e foi controlando um importante setor da economia: _ a indústria manufatureira.

No setor mercantil, a acumulação de capitais não interferiu na produção, apenas na circulação de riquezas: _ é o chamado “capital comercial” obtido pela diferença entre o preço de compra e preço o de revenda da mercadoria. Essa acumulação ocorreu através da pilhagem de riquezas dos povos asiáticos, americanos e africanos, dos lucros no comércio das colônias com a metrópole, dos lucros do comércio internacional (através de práticas legais ou do contrabando).

O processo de liberação de mão de obra representou a criação do proletariado; isto é, de uma das classes cujos componentes não possuem outra riqueza senão sua força de trabalho. Esse processo ocorreu na área rural através do cercamento dos campos em que os camponeses e arrendatários de terras foram expulsos e muitos se deslocaram para os centros urbanos, engrossando as fileiras dos contingentes assalariáveis; ocorreu também nos centros urbanos onde as corporações de ofício acabaram se desintegrando, devido à concorrência das manufaturas cujo ritmo mais elevado de produção arruinou os artesãos e os converteu em mão de obra assalariada.



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