A prova do ENADE é constituída
por 5 (cinco) questões discursivas, as quais variam de 8 a 10 linhas.
Independentemente do limite para a escrita, em todas essas questões você deve
saber como estruturar o seu texto e, principalmente, argumentar aquilo a que
você se propõe a abordar na escrita.
Dito isso, você já deve ter
escutado de alguns professores, no período escolar ou até mesmo na graduação –
depois de eles terem analisado algum texto seu – algumas expressões como:
“Faltou argumentação”, “Você precisa argumentar mais”, “Precisa aprofundar as
argumentações”.
Mas, afinal, o que é argumentação?
Pode-se dizer que argumentação é um recurso utilizado nos textos, a fim de
sustentar uma tese (ideia). Logo, para o autor mostrar que a sua ideia tem
relevância, ele precisa ter bons argumentos. Esses argumentos são essenciais na
construção de um texto, pois, por meio deles, serão apresentados estudos,
dados, fatos relevantes e opiniões de especialistas que embasarão a sua ideia,
a sua opinião ou a sua posição.
Você se lembra de que o primeiro
parágrafo da sua resposta deve ser uma introdução ao tema, certo? E, depois
dela, você precisará desenvolver “o corpo do texto”, o qual é constituído por
parágrafo (s) e, em cada parágrafo, será trabalhada uma ideia central
acompanhada dos seus possíveis argumentos. Vale destacar que há alguns tipos de
argumentação, mas, neste texto abordaremos apenas dois (2) deles:
1º) Argumento de Comprovação:
É sempre utilizado quando se quer usar argumentos comprovados pela
ciência como dados, estatísticas, porcentagens, pesquisas. Para ficar
mais fácil de você compreender como isso ocorre no texto, veja o exemplo a
seguir cuja temática abordada foi “A desigualdade social em se tratando da
população preta”. Repare que os dados utilizados para argumentação estão
destacados em negrito, trazendo informações do IBGE, por exemplo.
Exemplo: “Muito se discute
sobre a desigualdade social no Brasil, segundo pesquisas realizadas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas pretas ou
pardas são as que mais sofrem no país com a falta de oportunidades e a má
distribuição de renda. Embora representem a maior parte da população
(55,8%) e da força de trabalho brasileira (54,9%), apenas 29,9% dessas pessoas
ocupavam cargos de gerência”
2º) Argumento de Autoridade:
É utilizado quando se quer usar argumentos de especialistas,
estudiosos, entendedores de um determinado assunto que tenham
reconhecimento por suas produções intelectuais. Para ficar mais fácil compreender
como ela ocorre no texto, veja o exemplo a seguir cuja temática abordada foi “O
discurso de ódio que ganha força nas redes sociais”. Repare que o autor do
texto traz os argumentos de um filósofo para embasar os seus, como destacado,
em negrito, no texto.
Exemplo: “Os discursos de
ódio, que se proliferaram pelas redes sociais no Brasil, vêm ferindo muita
gente e, em alguns casos, afetando até o psicológico de muitas pessoas. De
forma radical e perversa, muitas pessoas vêm destilando seu ódio com o intuito
de ferir alguém”.
Conforme Byung-Chul Han (Filósofo
sul-coreano): “O respeito está ligado ao nome. O anonimato e o respeito
excluem-se mutuamente. A comunicação anônima, que a digitalização facilita,
opera uma destruição maciça do respeito. E é, em parte, responsável pela
crescente cultura da indiscrição e da falta de respeito. As shitstorms
(“tempestade de indignação”) são também anônimas e é o anonimato que as tornam
tão violentas”.
OBSERVAÇÃO: Uma dica
importante para você inserir o argumento por autoridade é utilizar-se de
modalizadores que indicam o uso de ideias de outros autores no seu texto, tais
como: “Segundo fulano de tal”, “Como afere fulano de tal”, “De acordo com
fulano de tal”, “Na perspectiva de fulano de tal”, dentre outros.
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