sexta-feira, 23 de abril de 2021

Uma Visão de Conjunto Sobre os Problemas Econômicos Centrais

 

Quais São os Tipos de Problemas Que a Economia se Depara? A que Estão Relacionados Esses Três Problemas? Em Termos de Produção, o Que se Decide no Nível Econômico, Tecnológico e Social?

 

 


 

Após analisar a escassez dos recursos produtivos e as ilimitadas necessidades da sociedade, pode-se deduzir que a Economia é uma ciência voltada para três (3) tipos de problemas. O primeiro se relaciona à determinação do conjunto de bens e serviços que devem ser produzidos e as quantidades. O segundo se relaciona à alocação dos recursos disponíveis, pois sendo esses escassos, torna-se necessário adotar procedimentos tecnológicos que conduzam à melhor forma de extrair de cada um o máximo possível de sua capacidade produtiva. E, o terceiro problema, se relaciona aos processos e à estrutura de repartição dos bens e serviços produzidos.

 

Essa tríade de problemas está diretamente relacionada à escassez dos recursos e às insaciáveis necessidades humanas e, diante disso, sempre foi preciso optar por soluções otimizadas. Os primeiros agrupamentos humanos teriam optado pela subsistência e, outros, não conseguindo os meios necessários à subsistência, canalizaram recursos para a guerra; embora, esta escolha possa parecer paradoxal, seu objetivo era a sobrevivência do grupo. De igual forma, as modernas sociedades não conseguiram superar limitações tecnológicas e reprimir as necessidades humanas. Aliás, as alternativas oferecidas hoje, longe de eliminarem o problema das opções, talvez o tenham dificultado, conduzindo os economistas ao prognóstico de que tais problemas continuarão a ser relevantes.

 

Isso significa que, além das opções “espadas” versus “arados” ou “consumo” versus “investimentos”, as modernas economias se defrontam com alternativas que requerem otimização. Se a sociedade optar pelos investimentos em produção de base e infraestrutura, resta saber quais as indústrias de base que serão desenvolvidas, quais os produtos fabricados, em que quantidades, quais processos serão elaborados e, finalmente, como repartir o produto dessa atividade entre a coletividade. De forma igual, se a sociedade optar pela produção de bens de consumo, resta saber em que quantidades e quais os que serão efetivamente produzidos.

 

Escolhidos os produtos e decididos as quantidades, deverão ser escolhidos os métodos de produção e estabelecida a estrutura da repartição do produto social entre os indivíduos. Nessas condições, escondem-se atrás das opções outros problemas mais graves, cuja solução representa a razão de ser da Economia. Esses problemas se referem a três (3) conhecidas questões:

 

·        O que e quanto produzir?

·        Como produzir?

·        Para quem produzir?

 

Decidir sobre segurança ou bem-estar, sobre bem-estar imediato ou produção de base para a expansão do bem-estar no futuro, constitui dois dilemas básicos com os quais as sociedades se defrontam. Mas, além desses dilemas, oferecem-se às sociedades outras questões que envolvem toda a complexidade da organização econômica. Essas questões que existirão seja qual for a opção adotada, situam-se em três (3) diferentes níveis. No nível econômico decide-se sobre o que e quanto produzir. No tecnológico, sobre como produzir e, no social, para quem produzir, ou mais precisamente, como repartir o produto.

 

O sentido econômico da questão – o que e quanto produzir – desenvolve-se a partir do conhecimento das máximas possibilidades econômicas, pois a eficiência exige que as diferentes combinações se localizem sobre a curva de possibilidades de produção. Ser, ao optar por dadas quantidades de bens, a sociedade situar-se aquém de suas fronteiras de produção, o sentido econômico das alternativas não terá sido atendido. A posição aquém da curva implica desperdícios de possibilidades, não compatíveis com a necessidade econômica da plena utilização dos recursos. De forma igual, não devemos esquecer que o conjunto das combinações sobre o que e quanto produzir não poderá situar-se além das fronteiras de produção, porque a sociedade estaria colocando seus alvos em lugares inalcançáveis.

 

No nível tecnológico – como produzir – trata-se da obtenção de máxima eficiência produtiva, que deverá ser alcançada pela mobilização das totais possibilidades de produção, pela melhor combinação dos recursos disponíveis. Os melhores métodos de produção deverão ser adotados e, as unidades de produção, deverão saber combinar seus recursos patrimoniais e humanos e a sociedade deverá saber graduar a absorção da tecnologia, de tal forma que a penetração da técnica no aparelhamento produtivo não implique desperdício do potencial humano, pelo desemprego tecnológico.

 

Finalmente, no nível social, o sistema econômico deverá optar pela mais complexa das três (3) questões fundamentais. Trata-se de decidir de que forma será repartida a produção obtida e, nesse nível, não se pensará apenas em alcançar máxima eficiência produtiva, mas também em promover a ideal repartição da produção elaborada. Tal objetivo é tão antigo quanto os anteriores e, os primeiros pensadores econômicos, se preocuparam com a eficiência distributiva, tanto quanto com a eficiência produtiva. O próprio Adam Smith, não obstante tenha deslocado para o terreno da produção o objeto da Economia, escreveu que “nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz se a maioria é pobre e miserável”.


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