segunda-feira, 1 de março de 2021

As Escolas do Pensamento Econômico do Século XIX

 

O Que Propunha o Liberalismo Econômico? O Que Levou a Criação das Escolas do Pensamento Econômico Alemão e Socialistas? Quem Foram os Principais Pensadores Econômicos Socialistas? Qual a Importância de Karl Marx e Engels Para o Pensamento Econômico Socialista?

 

 


A filosofia do laissez-faire defendida pelos fisiocratas e pelos clássicos, foi severamente criticada por novas escolas do pensamento econômico desenvolvidas na 2ª metade do século XIX. Nesse período, com a expansão do Capitalismo Industrial, surgiram algumas crises de superprodução, as quais desmentiram as leis do ajustamento automático da oferta à procura, como ainda sérios problemas sociais, que se transformaram no caldo das reformas estruturais propostas pelos Socialistas.

O Liberalismo – incluso na filosofia do laissez-faire – propunha a não-intervenção do Estado no sistema econômico, acreditando que a ordem econômica seria governada por um conjunto de leis naturais. Porém, o extremo Liberalismo gerou uma série de problemas sócias, enquanto o conjunto de leis naturais – responsável pela regulação da atividade econômica – parecia desmoronar-se diante das crises que abalavam as economias nacionais. Então, geradas por um conjunto de problemas sócias e econômicos, surgiram:

·        A Escola Histórica Alemã, a qual propunha uma ampla revisão dos métodos de pesquisa dos economistas clássicos, como ainda a superposição do Estado ao indivíduo. Seu método investigativo se baseava na tentativa de explicar o comportamento econômico das nações através da pesquisa histórica, pois, para eles, “o desenvolvimento de um povo estava ligado aos elementos de sua civilização”.

·        A Escola Socialista, cuja principal reação ao classismo – do ponto de vista político e ideológico – foi desenvolvida pelos socialistas Karl Marx e Friedrich Engels. Todavia, deve-se ressaltar que a Escola Socialista não foi um produto exclusivo do século XIX. Aliás, na constituição das doutrinas econômicas, a literatura socialista parece ser a mais volumosa, a tal ponto que vale a pena focalizar a sua evolução, para melhor situar a posição de Marx e Engels.

O desencadeamento das manifestações socialistas remonta ao século XVI com a publicação de “Utopia” de Thomas Morus, o qual se manifestou contrário à instituição da propriedade privada, entendendo que nela se concentravam as raízes da ociosidade, do desperdício e dos principais problemas sociais e econômicos de sua época. Já nos séculos XVII e XVIII, a literatura socialista seria constituída pelas obras dos utopistas franceses e dos associativistas ingleses. As ideais desses 2 grupos não foram muito além das registradas nos utópicos escritos de Thomas Morus. Suas posições tiveram um cunho prático limitado, não chegando a promover mudanças radicais.

Como elemento de transição entre os utopistas franceses e os associativistas ingleses merece destaque a figura de Robert Owen, cujo principal projeto era a constituição de um sistema cooperativista. Chegou a coloca-los em prática com êxito na Escócia e nos Estados Unidos, onde desenvolveu experiências comunais para demonstrar a praticabilidade de seu sistema. Pregou a abolição da concorrência e combateu a submissão dos interesses empresariais ao lucro e à acumulação de capitais.

Todavia, a maior parte das obras dos reformadores socialistas do século XIX não passou de construções arbitrárias, destituídas de maior senso prático. Pouco exercitados em Economia Política, incapazes de propor normas efetivas de política econômica que modificassem os abusos das práticas liberais, os precursores de Karl Marx e Friedrich Engels nada mais alcançaram do que contrapor ideias pouco realizáveis às práticas liberais difundidas e realizadas no século em que viveram.

Porém, a obra de Marx daria certa estatura de maturidade ao pensamento socialista do século XIX, pois comparativamente aos escritos dos seus antecessores, a estrutura teórica da obra de Marx se apresentou mais bem desenvolvida. Ele conhecia o resultado que queria alcançar e manipulou com habilidade e sutileza as ideias e as premissas lógicas, até que esses produzissem o resultado desejado, em forma aparentemente respeitável.

Com tal intuito, Marx construiu um engenhoso modelo, procurando demonstrar ainda que as sociedades estão sujeitas a uma constante transformação e que os clássicos erraram ao admitir que a ordem natural do sistema capitalista conduziria à estabilização e ao crescimento econômico, pois “as forças que criaram essa ordem procuram estabilizá-la, sufocando o crescimento de novas forças que ameaçam solapá-la, até que essas novas forças finalmente se afirmem e realizem suas aspirações”.

Nesse sentido, Marx foi um revolucionário e sua obra foi mais penetrante que todos os precursores do Socialismo. Além do Manifesto Socialista elaborado por ele e por Engels, Marx publicou “Misérias da Filosofia”. Pode-se dizer que na história do pensamento econômico, poucas obras promoveram tão grande impacto e provocaram tão grandes modificações na ordem econômica de várias nações como “O Capital” de Karl Marx.     


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