segunda-feira, 8 de março de 2021

As Revoluções Liberais na Idade Moderna

 

O Que Significaram as Revoluções Liberais Para o Antigo Regime Europeu no Século 18? Quais Foram Suas Consequências do Plano Jurídico-Político? Qual a Relação do Movimento Liberal Com a Revolução Demográfica? Quais Foram os Marcos Mais Significativos das Revoluções Liberais?

 


No final do século 18 o Iluminismo passou a contestar as instituições do Antigo Regime, defendendo os ideais liberais burgueses e, paralelamente, a Revolução Industrial processava-se concretizando o sistema capitalista. E as forças sociais de transformação cada vez ganhavam maior expressão. Era chegado o momento da Revolução.

O fenômeno revolucionário explicava-se em função das contradições entre as forças econômicas, sociais e ligadas ao aceleramento do capitalismo e as forças tradicionais, vinculadas ao Antigo Regime impregnado de sobrevivências feudais. Era a crise do Antigo Regime e o momento da transição do feudalismo para o capitalismo.

As Revoluções Liberais significaram – no plano político-jurídico – o que a Revolução Industrial estava sendo ao nível econômico-social e o que o Iluminismo defendia em termos ideológicos. Enfim, completava-se o conjunto de transformações para o estabelecimento de uma sociedade capitalista liberal.

No século XVIII, a sociedade viu-se corroída em suas bases pelo rápido crescimento demográfico e, o aumento populacional resultante da queda da mortalidade e da elevação do índice de natalidade, foi mais sensível nas cidades devido ao êxodo rural.

Em termos numéricos, a população europeia saltou de 130 milhões (em 1700) para 187 milhões (em 1800) e, essa Revolução Demográfica repercutiu sobre todas as estruturas existentes, agravando velhas contradições e criando novos problemas – como o da necessidade de aumentar a produção de alimentos.

Após 1730, o século foi marcado pela tendência ao aumento do capital circulante, reflexo do afluxo de metais preciosos americanos – o ouro do Brasil e a prata mexicana – possibilitando maior cunhagem de moedas. Assim, como vimos já no século XVI, no século XVIII os resultados também repercutiram desigualmente sobre as classes sociais.

Dispondo de mais capitais a burguesia passou a investir na produção e no comércio, acelerando as transformações do capitalismo. E os operários das fábricas, os jornaleiros (assalariados diários ou mensais) agrícolas e urbanos tiveram seu poder aquisitivo reduzido, em face da crescente defasagem de seus salários – sempre inferiores à alta do custo de vida.

A nobreza feudal também se viu atingida pela alta do custo de vida e empenhou-se em reservar o seu espaço nas funções de dirigentes do Estado (Administração, Justiça, Forças Militares, Igreja, etc.), a fim de preservar e ampliar seus próprios privilégios.

Os camponeses se tornavam cada vez mais hostis à manutenção de um feudalismo opressivo e, quanto às monarquias absolutistas que procuravam se manter no poder, estavam sempre sendo bloqueados pela aristocracia que não abria mão dos seus privilégios fiscais.

As Revoluções Liberais apesar de resultarem de causas estruturais e conjunturais, também apresentaram causas particulares e – por isso – podem ser estudadas como fenômenos específicos de determinadas sociedades, cujos marcos mais significativos foram:

  • A Revolução Americana (1775 / 1783)
  • A Revolução Francesa (1789 / 1815) de alcance internacional, pois ultrapassou as fronteiras francesas e repercutiu na Europa Ocidental e na América.
  • As Revoltas Anticoloniais ocorridas em áreas específicas da Europa e expressadas na emancipação política da América Espanhola e do Brasil (1810 / 1825)

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