quinta-feira, 13 de novembro de 2025

O Comportamento das Pessoas em Grupos de Trabalho

 Que Fatores Influenciam o Comportamento dos Indivíduos? Por Que Quando Estão em Grupo os Indivíduos Agem de Maneiras Diferentes de Quando Estão Sozinhos? O Que São Grupos Informais? O Que é Necessário Mudar Para Conviver em Grupos?




 

 O comportamento das pessoas em grupo refere-se às interações, sentimentos, responsabilidades, tarefas e objetivos compartilhados por indivíduos que formam uma unidade com metas comuns. O comportamento é influenciado por fatores como liderança, cultura, ambiente de trabalho e normas sociais. Este estudo abrange desde a dinâmica social inata, à formação de bandos e até a aplicação em ambientes organizacionais, focando na melhoria da colaboração, produtividade e bem-estar dos membros. Pode-se afirmar que o comportamento humano é complexo e multidimensional e, essa   complexidade reside, principalmente, no grande número de variáveis envolvidas que afetam o comportamento. Essas variáveis podem ser de cunho individual, envolvendo: características inatas, as experiências adquiridas ao longo da vida; bem como podem ser de cunho ambiental, abrangendo todos os possíveis eventos extrínsecos ao indivíduo, tais como grupo social e cultura.

O comportamento das pessoas nos grupos é algo muito maior do que a soma dos comportamentos de cada uma delas. Os grupos diferem um do outro, sendo que cada grupo apresenta características que são marcantes de acordo com sua atuação e possuem uma personalidade própria, a qual se denomina de “sintalidade”. Ela reflete os valores aprendidos pelos indivíduos que compõem o grupo. Quando estão em grupo, os indivíduos agem de maneiras diferentes de quando estão sozinhos. Sendo assim, podemos classificar os grupos em formais e informais:

 

·        Grupos Formais – são aqueles definidos pela estrutura da organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. O comportamento de seus membros é estipulado e dirigido em função das metas organizacionais, a saber:

- De Comando: são grupos determinados pelo organograma da organização. Em geral incluem um gerente e os colaboradores que se reportam diretamente a ele. Ex.: O diretor de um hospital e os seus médicos principais formam a mesa administrativa, ou seja, um grupo de comando das atividades da organização;

- De Tarefa:  são grupos definidos pela organização e formados por pessoas que se juntam para executar tarefas específicas. Contudo, não se limitam à área de seu superior hierárquico imediato e podem ultrapassar as relações de comando.

·        Grupos Informais – são alianças que não são nem estruturadas formalmente nem determinadas pela organização.  São formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta à necessidade de contato social, como:

- De Interesse:  são grupos de pessoas que se juntam para alcançar um objetivo comum que atenda aos seus interesses pessoais ou similares;

- De Amizade:  são grupos de pessoas que ultrapassam o ambiente de trabalho para manter relacionamentos sociais

 

Nas organizações, a interação das pessoas acontece em dois (2) níveis distintos, porém concomitantes e interdependentes: o nível da tarefa e o nível sócio emocional. O nível da tarefa compreende atividades visíveis, observáveis, acordadas, tanto nos grupos formais de trabalho quanto nos grupos informais. Já o nível sócio emocional é o responsável por sensações e sentimentos variados já existentes ou gerados pela própria convivência no grupo. O nível sócio emocional é responsável pela manutenção do grupo, por seu crescimento, amadurecimento e pela satisfação de cada participante. Os níveis de tarefa e sócio emocional representam conjuntos de forças presentes e atuantes na situação interpessoal e grupal, e que exercem permanente influência recíproca.

Salientamos que comportamento humano individual não serve de base para se extrair conhecimentos e conclusões sobre a atuação do grupo, pois, como já vimos anteriormente, as pessoas em grupo agem de forma diferente da que adotam quando estão sós, o que faz com que o grupo assuma uma configuração própria que influi nos sentimentos e ações de cada um e desenvolve o seu próprio processo. Outra realidade é que o autoconhecimento só pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de feedback. Se o indivíduo tem percepção mais acurada de si, então pode, também, ter percepção acurada da situação interpessoal.

 

O Que é Necessário Mudar Para Conviver em Grupos

 

Como vimos até aqui, para dar sentido a nossas vidas, precisamos experimentar o relacionamento de grupo e seus valores, bem como compreender o papel que desempenhamos nos diferentes grupos aos quais nos inserimos. Segundo Chiavenato, com todas as mudanças organizacionais que estão ocorrendo na grande maioria das empresas, seja por programas de qualidade total, desenvolvimento organizacional, reengenharia, downsizing e coisas do gênero, o certo é que está havendo uma forte tendência para o fortalecimento de grupos e de equipes de trabalho em detrimento do antigo enfoque formal, departamental ou divisional   que   existia   nas   empresas.   O   novo   ambiente   de   trabalho   procura privilegiar a mudança e adaptação e, principalmente o desempenho excelente.  E como   as   empresas   estão   à   luta   para   maior   produtividade, qualidade   total, satisfação do cliente, o certo é que elas estão buscando novos e criativos meios para utilizar os grupos e equipes de pessoas como a base fundamental para a melhoria do desempenho.

Reforçando os conceitos, grupo é toda reunião de indivíduos e equipe; é toda a reunião de pessoas em função de um objetivo em comum.  Equipe é um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada, onde a comunicação entre os membros é verdadeira, as opiniões divergentes são estimuladas, a confiança é grande, as habilidades complementares dos membros possibilitam alcançar os resultados.  Competências como respeito, cooperação   e   empatia   são   elevadas   na   equipe, bem   como, esta   investe constantemente em seu próprio crescimento. Ainda conforme Chiavenato, a utilização do termo equipe está sendo cada vez mais crescente para referir-se a vários tipos de grupos formais. No ambiente de trabalho, a   equipe   é   um   pequeno   grupo   de   pessoas   com   habilidades complementares e que trabalham em conjunto para alcançar um propósito comum para o qual são coletivamente responsáveis. Uma equipe gera sinergia positiva através do esforço coordenado. Os esforços individuais são integrados para resultar em um nível de desempenho que é maior do que a soma de suas partes individuais.  Para ele, o que difere uma equipe de um grupo de trabalho são basicamente quatro (4) aspectos fundamentais:

 

·        Objetivo: Enquanto o grupo tem por objetivo partilhar informações, a equipe está voltada para o desempenho coletivo e integrado.

·        Sinergia: Enquanto o grupo apresenta sinergia neutra – e muitas vezes negativa – a equipe é capaz de desenvolver sinergia positiva.

·        Responsabilidade: Enquanto o grupo se caracteriza pela responsabilidade individual e isolada, a equipe se caracteriza pela responsabilidade individual, mútua, coletiva e solidária entre os membros.

·        Habilidades: Enquanto o grupo utiliza habilidades randômicas e variadas de seus membros, a equipe se caracteriza pela complementariedade das habilidades dos seus membros, para a realização de uma tarefa comum, conjunta e integrada.

 

Uma equipe de trabalho pode atingir alto nível de desempenho em termos de produtividade e qualidade, desde que seus membros sintam satisfação com suas tarefas, com os objetivos traçados e com o alcance dos objetivos, com as relações interpessoais com os demais e com a qualidade de vida no trabalho. No fundo, a eficácia de um a equipe de trabalho depende, quase sempre, das seguintes condições: Grau de lealdade dos membros entre si e com o líder da equipe:

 

·        Os membros e líder têm confiança mútua e acreditam uns nos outros;

·        Os membros têm habilidade para ajudar os demais a desenvolver seu pleno potencial;

·        Os membros comunicam-se plena e francamente sobre todos os assuntos;

·        Os membros estão seguros em tomar decisões apropriadas;

·        Os valores e necessidades de cada membro coadunam-se com os valores e objetivos da equipe.

·        O grau de espírito empreendedor e de responsabilidade individual e coletiva pelos resultados e consequências;

·        A ação inovadora e o senso de inconformismo com o presente.  Em outros   termos, a   vontade   dos membros   de   aprender, de melhorar, de ultrapassar e de ser excelente.

 

De forma geral, os grupos existem em todas as organizações ou estruturas, porém a existência de equipes não é tão comum, pois depende de uma série de mudanças comportamentais tanto dos profissionais de forma individual, como na mudança do grupo em si para essa passagem. Sabemos que para   ocorrer essa mudança de grupo para equipe, é necessário que os membros e o grupo estejam comprometidos com os processos de mudança   necessários. E quais são essas mudanças? Individualmente é necessário que haja uma conscientização que o papel do profissional moderno e as competências necessárias são fundamentais. Se não houver mudança individual, não será possível mudança do grupo em si e, para que essas mudanças sejam realizadas, é necessário ter motivação, principalmente a automotivação.

  

REFERÊNCIAS

 

 BELLINO, R. O Poder das Ideias. Rio de Janeiro: Campus,2007.

CARTER, P.; RUSSEL, K.  Como aperfeiçoar o Equilíbrio Cerebral.  Rio de Janeiro:  Editora Estampa, 1991.

CHIAVENATO, I.  Trabalhar em grupo ou trabalhar em equipe.  Qual a diferença? Disponível em: <http//www.portaladm.adm.br> 08/12/2011.

DAWSON, R. Decisões certas e seguras sempre. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e Gestão dos Talentos. São Paulo: Makron Books, 2002.

MAXWELL, J. C.; PARROT, L. 25 maneiras de valorizar as pessoas. São Paulo: Sextante, 2005.

MORAES, G.  L.  de.  As sete fases da venda.  São Paulo:  Cobrae Marketing, 2004. 

MOSCOVICI, F. Renascença Organizacional. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1996.

NIVEN, D. Os 100 Segredos das Pessoas Felizes. São Paulo: Sextante, 2001.

PERSONA, M. H. Disponível em: <http//www.mariopersona.com.br> Acesso em: 08/12/2011.

PIÑEIRO, I. R. Metamorfose do Líder: uma jornada para o autocoaching. Florianópolis: Pandion,

SHINYASHIKI, R. Tudo ou Nada. São Paulo: Editora Gente, 2006.

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