Que Fatores Influenciam o Comportamento dos Indivíduos? Por Que Quando Estão em Grupo os Indivíduos Agem de Maneiras Diferentes de Quando Estão Sozinhos? O Que São Grupos Informais? O Que é Necessário Mudar Para Conviver em Grupos?
O comportamento das pessoas nos
grupos é algo muito maior do que a soma dos comportamentos de cada uma delas.
Os grupos diferem um do outro, sendo que cada grupo apresenta características
que são marcantes de acordo com sua atuação e possuem uma personalidade
própria, a qual se denomina de “sintalidade”.
Ela reflete os valores aprendidos pelos indivíduos que compõem o grupo. Quando
estão em grupo, os indivíduos agem de maneiras diferentes de quando estão
sozinhos. Sendo assim, podemos classificar os grupos em formais e informais:
·
Grupos Formais – são aqueles definidos
pela estrutura da organização, com atribuições de trabalho que estabelecem
tarefas. O comportamento de seus membros é estipulado e dirigido em função das
metas organizacionais, a saber:
- De Comando:
são grupos determinados pelo organograma da organização. Em geral incluem um
gerente e os colaboradores que se reportam diretamente a ele. Ex.: O diretor de
um hospital e os seus médicos principais formam a mesa administrativa, ou seja,
um grupo de comando das atividades da organização;
- De Tarefa: são grupos definidos pela organização e
formados por pessoas que se juntam para executar tarefas específicas. Contudo,
não se limitam à área de seu superior hierárquico imediato e podem ultrapassar
as relações de comando.
·
Grupos Informais – são alianças que não
são nem estruturadas formalmente nem determinadas pela organização. São formações naturais dentro do ambiente de
trabalho, que surgem em resposta à necessidade de contato social, como:
- De
Interesse: são grupos de pessoas que
se juntam para alcançar um objetivo comum que atenda aos seus interesses
pessoais ou similares;
- De Amizade: são grupos de pessoas que ultrapassam o
ambiente de trabalho para manter relacionamentos sociais
Nas organizações, a interação das
pessoas acontece em dois (2) níveis distintos, porém concomitantes e
interdependentes: o nível da tarefa e o nível sócio emocional. O nível da
tarefa compreende atividades visíveis, observáveis, acordadas, tanto nos grupos
formais de trabalho quanto nos grupos informais. Já o nível sócio emocional é o
responsável por sensações e sentimentos variados já existentes ou gerados pela
própria convivência no grupo. O nível sócio emocional é responsável pela
manutenção do grupo, por seu crescimento, amadurecimento e pela satisfação de cada
participante. Os níveis de tarefa e sócio emocional representam conjuntos de
forças presentes e atuantes na situação interpessoal e grupal, e que exercem
permanente influência recíproca.
Salientamos que comportamento
humano individual não serve de base para se extrair conhecimentos e conclusões
sobre a atuação do grupo, pois, como já vimos anteriormente, as pessoas em
grupo agem de forma diferente da que adotam quando estão sós, o que faz com que
o grupo assuma uma configuração própria que influi nos sentimentos e ações de
cada um e desenvolve o seu próprio processo. Outra realidade é que o
autoconhecimento só pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de
feedback. Se o indivíduo tem percepção mais acurada de si, então pode, também,
ter percepção acurada da situação interpessoal.
O Que é Necessário
Mudar Para Conviver em Grupos
Como vimos até aqui, para dar
sentido a nossas vidas, precisamos experimentar o relacionamento de grupo e
seus valores, bem como compreender o papel que desempenhamos nos diferentes
grupos aos quais nos inserimos. Segundo Chiavenato, com todas as mudanças
organizacionais que estão ocorrendo na grande maioria das empresas, seja por
programas de qualidade total, desenvolvimento organizacional, reengenharia,
downsizing e coisas do gênero, o certo é que está havendo uma forte tendência
para o fortalecimento de grupos e de equipes de trabalho em detrimento do
antigo enfoque formal, departamental ou divisional que
existia nas empresas.
O novo ambiente
de trabalho procura privilegiar a mudança e adaptação e,
principalmente o desempenho excelente. E
como as empresas
estão à luta
para maior produtividade, qualidade total, satisfação do cliente, o certo é que
elas estão buscando novos e criativos meios para utilizar os grupos e equipes
de pessoas como a base fundamental para a melhoria do desempenho.
Reforçando os conceitos, grupo é
toda reunião de indivíduos e equipe; é toda a reunião de pessoas em função de
um objetivo em comum. Equipe é um grupo
que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma
compartilhada, onde a comunicação entre os membros é verdadeira, as opiniões
divergentes são estimuladas, a confiança é grande, as habilidades
complementares dos membros possibilitam alcançar os resultados. Competências como respeito, cooperação e
empatia são elevadas
na equipe, bem como, esta
investe constantemente em seu próprio crescimento. Ainda conforme
Chiavenato, a utilização do termo equipe está sendo cada vez mais crescente
para referir-se a vários tipos de grupos formais. No ambiente de trabalho,
a equipe é
um pequeno grupo
de pessoas com
habilidades complementares e que trabalham em conjunto para alcançar um
propósito comum para o qual são coletivamente responsáveis. Uma equipe gera
sinergia positiva através do esforço coordenado. Os esforços individuais são
integrados para resultar em um nível de desempenho que é maior do que a soma de
suas partes individuais. Para ele, o que
difere uma equipe de um grupo de trabalho são basicamente quatro (4) aspectos
fundamentais:
·
Objetivo: Enquanto o grupo tem por
objetivo partilhar informações, a equipe está voltada para o desempenho
coletivo e integrado.
·
Sinergia: Enquanto o grupo apresenta
sinergia neutra – e muitas vezes negativa – a equipe é capaz de desenvolver
sinergia positiva.
·
Responsabilidade: Enquanto o grupo se
caracteriza pela responsabilidade individual e isolada, a equipe se caracteriza
pela responsabilidade individual, mútua, coletiva e solidária entre os membros.
·
Habilidades: Enquanto o grupo utiliza
habilidades randômicas e variadas de seus membros, a equipe se caracteriza pela
complementariedade das habilidades dos seus membros, para a realização de uma
tarefa comum, conjunta e integrada.
Uma equipe de trabalho pode
atingir alto nível de desempenho em termos de produtividade e qualidade, desde
que seus membros sintam satisfação com suas tarefas, com os objetivos traçados
e com o alcance dos objetivos, com as relações interpessoais com os demais e
com a qualidade de vida no trabalho. No fundo, a eficácia de um a equipe de
trabalho depende, quase sempre, das seguintes condições: Grau de lealdade dos
membros entre si e com o líder da equipe:
·
Os membros e líder têm confiança mútua e
acreditam uns nos outros;
·
Os membros têm habilidade para ajudar os demais
a desenvolver seu pleno potencial;
·
Os membros comunicam-se plena e francamente
sobre todos os assuntos;
·
Os membros estão seguros em tomar decisões
apropriadas;
·
Os valores e necessidades de cada membro
coadunam-se com os valores e objetivos da equipe.
·
O grau de espírito empreendedor e de
responsabilidade individual e coletiva pelos resultados e consequências;
·
A ação inovadora e o senso de inconformismo com
o presente. Em outros termos, a
vontade dos membros de
aprender, de melhorar, de ultrapassar e de ser excelente.
De forma geral, os grupos existem
em todas as organizações ou estruturas, porém a existência de equipes não é tão
comum, pois depende de uma série de mudanças comportamentais tanto dos
profissionais de forma individual, como na mudança do grupo em si para essa
passagem. Sabemos que para ocorrer essa
mudança de grupo para equipe, é necessário que os membros e o grupo estejam
comprometidos com os processos de mudança
necessários. E quais são essas mudanças? Individualmente é necessário
que haja uma conscientização que o papel do profissional moderno e as
competências necessárias são fundamentais. Se não houver mudança individual,
não será possível mudança do grupo em si e, para que essas mudanças sejam
realizadas, é necessário ter motivação, principalmente a automotivação.
REFERÊNCIAS
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MORAES, G. L. de. As
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MOSCOVICI, F. Renascença Organizacional. Rio de Janeiro: José
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NIVEN, D. Os 100 Segredos das Pessoas Felizes. São Paulo: Sextante,
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PIÑEIRO, I. R. Metamorfose do Líder: uma jornada para o
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