quinta-feira, 24 de agosto de 2023

A Europa Ocidental no Pós-Guerra

 

Como Ocorreu a Recuperação Econômica Europeia? Quais Foram os Rumos de Alguns Países Europeus Após a Libertação da Ocupação Nazista? Como se Formou a Ideia da Criação do Mercado Comum Europeu?

 




Em 1945 a Europa Ocidental se encontrava arrasada devido às devastações sofridas com a Segunda Guerra Mundial. O declínio se acentuava pela enorme superioridade dos EUA, bem como pela ampliação do Bloco Socialista e pela intensificação da Descolonização, a qual subtraiu à influência europeia vastos mercados consumidores.

Para a reconstrução econômica faltavam capitais, as dívidas externas eram enormes, a inflação crescia, além das dificuldades opostas pelos partidos de esquerda, favoráveis a regimes socializantes. Uma das principais características do mundo após 1945 foi a rápida recuperação econômica da Europa Ocidental, embora ela só reconquistasse a posição que desfrutava antes da guerra, nos idos de 1980.

Várias razões explicam essa recuperação; contudo, duas foram decisivas: _ a formação dos blocos econômicos e o fornecimento de empréstimos americanos visando fortalecer o capitalismo europeu contra a expansão socialista.

Antes mesmo do término da Segunda Guerra, governos europeus que se encontravam no exílio começaram a idealizar planos de colaboração entre seus países após a libertação da ocupação nazista.

Foi o caso da Bélgica, Holanda e Luxemburgo (unidos pelo Acordo de Londres de 1944), o qual inicialmente era uma simples união aduaneira que se estabelecia o livre comércio entre os Estados-membros e a uniformização de taxas alfandegárias que, posteriormente, convencionou-se uma integração econômica completa (1958).

Porém, é inegável que o impulso à unificação econômica se ligou à ajuda americana através do Plano Marshall (1947). Condicionado à União Europeia, o Plano levou à criação da Organização Europeia de Cooperação Econômica, formada com o objetivo de distribuir ajuda americana entre 16 países capitalistas europeus que visava fomentar o crescimento econômico.

Daí, o bloco capitalista europeu se dava conta de que só através da integração e cooperação econômicas poderia sair da posição secundária a que fora relegado.

 


O Tratado de Paris estabelecia uma “integração por setor industrial”: _ integrava as indústrias carboníferas e siderúrgicas da França, Itália, Alemanha Ocidental, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Mas, a etapa importante no desenvolvimento econômico foi a assinatura do Tratado de Roma (em 1957) criando a Comunidade Econômica Europeia (CEE).

A CEE (mais conhecida como “Mercado Comum Europeu”) integrou a França, Alemanha Ocidental, Itália. Holanda, Bélgica e Luxemburgo que, de forma gradual, acabou com as limitações ao comércio entre os associados permitindo a livre importação e exportação dentro da CEE; uniformizou as tarifas externas; permitiu a livre movimentação de mão de obra e a igualdade de direitos para os trabalhadores e realizou esforços para igualar os salários de ambos os sexos.

Posteriormente a Espanha, Dinamarca, Inglaterra, Grécia, Portugal e Irlanda se integraram à CEE. Em 1992 os dirigentes dos 12 Estados assinaram um tratado que decidia mudar a denominação para “União Europeia”, adotando medidas para aprofundar a integração da Europa.

Decidiram também fundar o Instituto Monetário Europeu (com moeda única) e organizar uma política de defesa e externa comum. Em 1995 se integraram ao bloco a Áustria, a Suécia e a Finlândia.

A criação da moeda única criava empecilhos para vários países-membros, devido às dificuldades econômicas que enfrentavam. Em 1995 foi decidido que a moeda única fosse gradativamente introduzida a partir de 1999, e quais países a utilizariam.

No final do século XX a extrema direita cresceu significativamente e, na Áustria, Bélgica, Suécia e na Polônia, partidos fascistas obtiveram importantes vitórias eleitorais. Alguns desses partidos são claramente nazistas.

Então, como explicar esse fenômeno? A crise econômica, o aumento do desemprego, o descrédito do discurso político tradicional e o aumento do nacionalismo constituem razões do fenômeno na Europa Ocidental. No Leste Europeu, o vazio deixado pelos comunistas, a xenofobia e o antissemitismo explicam o surgimento do fenômeno.

 

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