sexta-feira, 19 de maio de 2023

A América Francesa na Idade Contemporânea

 

Como Ocorreu a Expansão Francesa na América do Norte? Para Quais Regiões se Dirigiam as Primeiras Investidas Francesas? O Que Destruiu os Sonhos de Tornar as Áreas Coloniais Francesas da América um Complemento da Metrópole?

 



 

O impulso comercial e colonial francês demorou mais de um século para se efetivar, após o primeiro desembarque europeu no continente americano.

As causas devem ser procuradas na situação do país recém-saído de grande crise (a Guerra dos Cem Anos) e no fato de sua burguesia se ver mais atraída pela compra de cargos públicos, em detrimento das empresas comercial e colonial.

A monarquia francesa em consolidação nos primeiros 50 anos do século – e enfraquecida pelas guerras civis – não tinha condições de empreender a expansão ou estava absorvida pelos problemas internacionais europeus, em especial no Mediterrâneo, onde, aliada aos turcos, combatia os Habsburgo.

Foi muito mais com objetivos políticos que o governo de Francisco I financiou as viagens de Jacques Cartier, o qual penetrou no rio São Lourenço e chegou até a Ilha de Montreal, tomando posse em nome do rei da França.

As investidas francesas também se dirigiram para os domínios portugueses (Brasil), onde a presença francesa era constante desde os primeiros anos do século XVI, marcada pelo contrabando do pau-brasil.

Paralelamente à inglesa, a expansão colonial francesa deu-se no século XVII, quando a monarquia novamente se consolidava rumo ao Absolutismo e se colocava em prática medidas moldadas no Mercantilismo. Em 1608 os franceses fundavam Quebec – estendendo seus domínios ao Illinois e ultrapassando o Mississipi – e tomaram posse de uma imensa região central dos atuais Estados Unidos (Luisiana).

Ao lado dos ingleses e holandeses, os franceses se estabeleceram nas Antilhas onde montaram importante empresa colonial até o fim do século XVIII. As bases econômicas daquilo que se tornaria o Canadá e a Luisiana foram frágeis, pois se baseava no extrativismo e no tráfico de peles com os indígenas, com pouco desenvolvimento da pequena agricultura – executada por colonos, cuja maioria era composta de católicos.

Os sonhos de tornar as áreas coloniais francesas da América um dos complementos da metrópole foram desfeitos pela absoluta impraticabilidade de produzir gêneros não europeus. Grande parte dos colonos voltou-se para o tráfico de peles, o que explica as boas relações índio francesas, uma vez que tal atividade não se chocava com os padrões culturais indígenas e nem implicava a apropriação das terras dos nativos.

Nas Antilhas, a fundação da Companhia das Ilhas da América (pelo cardeal Richilieu) resultou na ocupação e exploração da Martinica, Guadalupe, Granada e Tobago. Apesar de iniciada a colonização de exploração, os resultados eram ruins devido à hostilidade dos caraíbas, às rivalidades entre os próprios colonos e a ameaça estrangeira – principalmente a inglesa.

Somente com a reativação das empresas comerciais é que se desenvolveu a colonização nas Antilhas, montada na constituição de uma economia escravista, a qual se baseava na agro manufatura açucareira e no tráfico de escravos. Ao mesmo tempo pretendeu-se intensificar os esforços da América do Norte, além de se ocupar São Domingos (Haiti), a qual foi tomada da Espanha.

A economia antilhana alcançou grande prosperidade – em meados do século XVII – apesar das sucessivas derrotas francesas na Europa, que levavam à diminuição de seus domínios na América e Ásia, pois já no final do século XVII a superioridade inglesa – na Europa e na América – ameaçava o império francês, terminando por destroçá-lo no século seguinte.

Pelo tratado assinado em 1713, a França cedeu São Cristóvão, Terra Nova e Acádia – no Canadá – e, ao término da Guerra dos Sete Anos, acabou-se desconjuntando o que restava do império colonial francês na América, pois os franceses tiveram que ceder todo o Canadá e diversas ilhas antilhanas como Granada, São Vicente e Tobago.

 

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