Como Ocorreu a
Expansão Francesa na América do Norte? Para Quais Regiões se Dirigiam as
Primeiras Investidas Francesas? O Que Destruiu os Sonhos de Tornar as Áreas
Coloniais Francesas da América um Complemento da Metrópole?
O impulso comercial e colonial
francês demorou mais de um século para se efetivar, após o primeiro desembarque
europeu no continente americano.
As causas devem ser procuradas na
situação do país recém-saído de grande crise (a Guerra dos Cem Anos) e no fato
de sua burguesia se ver mais atraída pela compra de cargos públicos, em
detrimento das empresas comercial e colonial.
A monarquia francesa em consolidação
nos primeiros 50 anos do século – e enfraquecida pelas guerras civis – não
tinha condições de empreender a expansão ou estava absorvida pelos problemas
internacionais europeus, em especial no Mediterrâneo, onde, aliada aos turcos,
combatia os Habsburgo.
Foi muito mais com objetivos
políticos que o governo de Francisco I financiou as viagens de Jacques Cartier,
o qual penetrou no rio São Lourenço e chegou até a Ilha de Montreal, tomando
posse em nome do rei da França.
As investidas francesas também se
dirigiram para os domínios portugueses (Brasil), onde a presença francesa era
constante desde os primeiros anos do século XVI, marcada pelo contrabando do
pau-brasil.
Paralelamente à inglesa, a expansão
colonial francesa deu-se no século XVII, quando a monarquia novamente se
consolidava rumo ao Absolutismo e se colocava em prática medidas moldadas no
Mercantilismo. Em 1608 os franceses fundavam Quebec – estendendo seus domínios
ao Illinois e ultrapassando o Mississipi – e tomaram posse de uma imensa região
central dos atuais Estados Unidos (Luisiana).
Ao lado dos ingleses e holandeses, os
franceses se estabeleceram nas Antilhas onde montaram importante empresa
colonial até o fim do século XVIII. As bases econômicas daquilo que se tornaria
o Canadá e a Luisiana foram frágeis, pois se baseava no extrativismo e no
tráfico de peles com os indígenas, com pouco desenvolvimento da pequena
agricultura – executada por colonos, cuja maioria era composta de católicos.
Os sonhos de tornar as áreas
coloniais francesas da América um dos complementos da metrópole foram desfeitos
pela absoluta impraticabilidade de produzir gêneros não europeus. Grande parte
dos colonos voltou-se para o tráfico de peles, o que explica as boas relações
índio francesas, uma vez que tal atividade não se chocava com os padrões
culturais indígenas e nem implicava a apropriação das terras dos nativos.
Nas Antilhas, a fundação da Companhia
das Ilhas da América (pelo cardeal Richilieu) resultou na ocupação e exploração
da Martinica, Guadalupe, Granada e Tobago. Apesar de iniciada a colonização de
exploração, os resultados eram ruins devido à hostilidade dos caraíbas, às
rivalidades entre os próprios colonos e a ameaça estrangeira – principalmente a
inglesa.
Somente com a reativação das empresas
comerciais é que se desenvolveu a colonização nas Antilhas, montada na
constituição de uma economia escravista, a qual se baseava na agro manufatura
açucareira e no tráfico de escravos. Ao mesmo tempo pretendeu-se intensificar
os esforços da América do Norte, além de se ocupar São Domingos (Haiti), a qual
foi tomada da Espanha.
A economia antilhana alcançou grande
prosperidade – em meados do século XVII – apesar das sucessivas derrotas
francesas na Europa, que levavam à diminuição de seus domínios na América e
Ásia, pois já no final do século XVII a superioridade inglesa – na Europa e na
América – ameaçava o império francês, terminando por destroçá-lo no século
seguinte.
Pelo tratado assinado em 1713, a
França cedeu São Cristóvão, Terra Nova e Acádia – no Canadá – e, ao término da
Guerra dos Sete Anos, acabou-se desconjuntando o que restava do império colonial
francês na América, pois os franceses tiveram que ceder todo o Canadá e
diversas ilhas antilhanas como Granada, São Vicente e Tobago.
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