Que
Estruturas Religiosas Dominavam a Igreja na Idade Média? Qual a Influência do
Comércio no Desenvolvimento do Protestantismo? Quem Foram Lutero e Calvino?
Ao final da
Idade Média ocorreram grandes desgraças como a Peste Negra, a Guerra dos Cem
Anos, a fome e, por causa disso, os homens se perguntavam por que tudo aquilo
estava acontecendo. “Será que Deus quer nos castigar? ” – questionavam. A
solução seria a purificação dos sentidos humanos, pois o homem era feito à
semelhança de Deus e dele deveria estar mais próximo.
Era sob esse
aspecto que os homens da Igreja viam os problemas e todas as desgraças que se
abatiam sobre eles geravam um clima de insegurança e desordem – que no entender
da Igreja eram um “desrespeito e um abuso”.
Mas, o que
realmente deveria estar acontecendo? Essas explicações – carregadas de
religiosidade – satisfaziam os homens da Idade Média, cujas estruturas
ideológicas estavam dominadas pela Igreja.
O
desenvolvimento do comércio e do artesanato modificou a vida econômica na
Europa e, à medida que a ligação cidade-campo fortalecia a economia, as
atividades comerciais e artesanais dificultadas pelo feudalismo entravam em
choque com esse sistema.
Compreende-se
o apoio que a burguesia – ansiosa de privilégios – dava às ideias
centralizadoras dos monarcas. Assim, os novos e poderosos comerciantes ousaram
encarnar o pecado, frente à moral da Igreja. Como livrar-se desse mal?
A cobiça era
condenada pela Igreja – pois ela representava o velho – e agora, nesses novos
tempos, a cobiça tinha virado a mola mestre do comércio que se desenvolvia.
Quem estava tomado daquele mal tinha possibilidades de ser rico. E os nobres –
e burgueses – endinheirados construíam santuários para seus próprios mortos.
Crescia aí o
germe de outro sentimento – o individualismo – que contribuiu para a ascensão
da burguesia e, consequentemente, do espírito leigo. Nessa atmosfera de
confusão de hierarquias e valores, os fiéis já não eram capazes de distinguir
claramente entre o sagrado, o profano, o sacerdote e o leigo.
Nesse clima,
podia a figura do sacerdote conservar pureza e seriedade, que eram a sua força?
Não. E essa confusão entre o sagrado e o profano e a influência entre ambos os domínios – religioso e civil – trazia consigo um clima de dúvida. O que poderia
salvá-los das desgraças terrenas e do julgamento divino?
Em meio ao
desespero e à confusão de valores, temerosos e ignorantes, os povos do Oriente
medieval acreditava que podiam comprar sua salvação através de esmolas e
doações à Igreja. Os abusos não tardaram e a venda de indulgências, cargos
eclesiásticos e imagens se tornou uma das maiores vergonhas da Igreja.
A insegurança
do homem aumentava, passando a crer na sua própria salvação e, embora ainda
tivesse algumas dúvidas, no século XVI Lutero veio amenizá-las ao afirmar que
“Só a fé salvaria”.
Por isso,
pode-se dizer que o movimento reformista começou efetivamente em 1517, quando
Lutero combateu duramente a Igreja Católica e deu origem à Reforma Protestante.
Sob o aspecto
religioso, os interesses envolvidos no movimento levaram às Guerras de Religião
que ensanguentaram a Europa ao final do século XVI. A Reforma se espalhou pelos
países escandinavos (luteranismo), pelas cidades suíças (calvinismo) e
Inglaterra (anglicanismo, presbiterianismo e puritanismo), chegando até a
América do Norte através dos perseguidos na Inglaterra – que esperavam
encontrar uma terra de liberdade e tolerância.
A Igreja
Católica reagiu ao movimento através da Contra Reforma cuja expressão máxima
foi o Concílio de Trento. O Absolutismo saiu reforçado com a Reforma, sendo
exceção o imperador do Sacro Império Romano Germânico.
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