segunda-feira, 27 de março de 2023

REFORMA E CONTRARREFORMA do CATOLICISMO na IDADE MÉDIA

 

Que Estruturas Religiosas Dominavam a Igreja na Idade Média? Qual a Influência do Comércio no Desenvolvimento do Protestantismo? Quem Foram Lutero e Calvino?

 


Ao final da Idade Média ocorreram grandes desgraças como a Peste Negra, a Guerra dos Cem Anos, a fome e, por causa disso, os homens se perguntavam por que tudo aquilo estava acontecendo. “Será que Deus quer nos castigar? ” – questionavam. A solução seria a purificação dos sentidos humanos, pois o homem era feito à semelhança de Deus e dele deveria estar mais próximo.

Era sob esse aspecto que os homens da Igreja viam os problemas e todas as desgraças que se abatiam sobre eles geravam um clima de insegurança e desordem – que no entender da Igreja eram um “desrespeito e um abuso”.

Mas, o que realmente deveria estar acontecendo? Essas explicações – carregadas de religiosidade – satisfaziam os homens da Idade Média, cujas estruturas ideológicas estavam dominadas pela Igreja.

O desenvolvimento do comércio e do artesanato modificou a vida econômica na Europa e, à medida que a ligação cidade-campo fortalecia a economia, as atividades comerciais e artesanais dificultadas pelo feudalismo entravam em choque com esse sistema.

Compreende-se o apoio que a burguesia – ansiosa de privilégios – dava às ideias centralizadoras dos monarcas. Assim, os novos e poderosos comerciantes ousaram encarnar o pecado, frente à moral da Igreja. Como livrar-se desse mal?

A cobiça era condenada pela Igreja – pois ela representava o velho – e agora, nesses novos tempos, a cobiça tinha virado a mola mestre do comércio que se desenvolvia. Quem estava tomado daquele mal tinha possibilidades de ser rico. E os nobres – e burgueses – endinheirados construíam santuários para seus próprios mortos.

Crescia aí o germe de outro sentimento – o individualismo – que contribuiu para a ascensão da burguesia e, consequentemente, do espírito leigo. Nessa atmosfera de confusão de hierarquias e valores, os fiéis já não eram capazes de distinguir claramente entre o sagrado, o profano, o sacerdote e o leigo.

Nesse clima, podia a figura do sacerdote conservar pureza e seriedade, que eram a sua força? Não. E essa confusão entre o sagrado e o profano e a influência entre ambos os domínios – religioso e civil – trazia consigo um clima de dúvida. O que poderia salvá-los das desgraças terrenas e do julgamento divino?

Em meio ao desespero e à confusão de valores, temerosos e ignorantes, os povos do Oriente medieval acreditava que podiam comprar sua salvação através de esmolas e doações à Igreja. Os abusos não tardaram e a venda de indulgências, cargos eclesiásticos e imagens se tornou uma das maiores vergonhas da Igreja.

A insegurança do homem aumentava, passando a crer na sua própria salvação e, embora ainda tivesse algumas dúvidas, no século XVI Lutero veio amenizá-las ao afirmar que “Só a fé salvaria”.

Por isso, pode-se dizer que o movimento reformista começou efetivamente em 1517, quando Lutero combateu duramente a Igreja Católica e deu origem à Reforma Protestante.

Sob o aspecto religioso, os interesses envolvidos no movimento levaram às Guerras de Religião que ensanguentaram a Europa ao final do século XVI. A Reforma se espalhou pelos países escandinavos (luteranismo), pelas cidades suíças (calvinismo) e Inglaterra (anglicanismo, presbiterianismo e puritanismo), chegando até a América do Norte através dos perseguidos na Inglaterra – que esperavam encontrar uma terra de liberdade e tolerância.

A Igreja Católica reagiu ao movimento através da Contra Reforma cuja expressão máxima foi o Concílio de Trento. O Absolutismo saiu reforçado com a Reforma, sendo exceção o imperador do Sacro Império Romano Germânico.


Em última análise, significou um formidável golpe na superestrutura feudal, enfraquecida com a divisão da Igreja Católica. Era o sinal dos novos tempos.


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