segunda-feira, 13 de março de 2023

A Formação do Mundo Ocidental e o Surgimento das Classes Sociais

 Qual o Papel da Burguesia na Criação de Novas Classes Sociais Europeias? Quem Sustentava Econômica e Politicamente o Clero Europeu no Século XVIII? Qual Foi a Classe Que Emergiu Desse Conflito?

 




A Época Moderna foi um período de coexistência entre o “velho” e o “novo”, sendo classificada como um período de transição. Assim, nesse texto veremos o momento em que o velho foi suplantado em definitivo pelo novo.

Mas, o que representou o “novo” nas duas últimas décadas do século XVIII? Tudo que estivesse ligado à emergente burguesia, dona do capital que sustentava o Antigo Regime, mas que trazia o germe da mudança.

E como viria essa mudança? Ela partiu da burguesia que, embora fornecesse os recursos das monarquias absolutas, sua posição político-jurídico era limitada pela divisão da sociedade em Clero, Nobreza e Povo.

Porém, essa classe emergente tinha interesses contrários àqueles que dirigiam o Antigo Regime (o Rei, o Clero e a Nobreza) e havia chegado a hora da contestação. As ideias surgiam e agora os temas discutidos giravam em torno da liberdade, do progresso e do homem.

A ideia do Universo em movimento – apresentada pelos racionalistas do século XVII – favorecia essas discussões. Tudo era compreendido como mutável. Mas, a mudança seria sempre para melhor e daí a ideia do Progresso e, por trás disso, estava a burguesia. Os filósofos atacavam duramente as instituições do Antigo regime e era justamente o que a burguesia precisava – uma justificativa para o assalto ao poder.

A constatação ao Antigo Regime deu-se em todos os níveis e, no econômico, opunham ao Mercantilismo a ideia do laissez-faire – à intervenção do Estado na economia opunham a ideia de que a economia se faz por si mesma, sendo regida por leis naturais.

No nível político-ideológico opunham ao Absolutismo a ideia da soberania do povo, rejeitando o direito divino dos reis e a religião de Estado, pregaram a soberania do povo, a separação dos poderes do governo e a insurreição.

Naquele momento o que queria a burguesia senão uma profunda mudança na estrutura social do Antigo Regime? Sendo assim, era chegado o momento da transformação e, percebendo sua originalidade social, toda a contestação da burguesia introduziu as Revoluções Burguesas no final do século XVIII.

Dentre essas Revoluções Atlânticas destaca-se a “Revolução Industrial” que, promovida pela burguesia triunfante, representou o momento decisivo da vitória do capitalismo como forma de produção econômica. Isso é o mesmo que dizer que a partir desse momento a sobrevivência da maioria das pessoas teria por base um trabalho assalariado.

Mas, quem receberia os salários? Os burgueses? Não, pois a burguesia era a dona do capital e, quem tem capital (os capitalistas), compra a força de trabalho do operário e são os operários que produzem. Assim, ao lado da burguesia revolucionária surgia uma nova classe social: _ o “proletariado urbano”.

No plano político também havia mudanças, pois a burguesia conquistou o poder através das Revoluções Liberais e, foi na América que se inaugurou o processo revolucionário, quando a burguesia das Treze Colônias inglesas comandou a luta contra a metrópole. Tanto que em sua declaração de independência aparece uma nova palavra: “Nós, o POVO dos Estados Unidos”.

Foi na França que ocorreu o mais universal dos acontecimentos históricos – a Revolução Francesa – que, em nome da Liberdade, Igualdade e Fraternidade o povo (liderado pela burguesia) desencadeou a ruptura com o passado. Símbolo do Antigo Regime, a Bastilha foi tomada e um Rei, uma Rainha e centenas de nobre foram executados.

Ondas revolucionárias sacudiram a Europa em 1820, 30 e 48 abrindo brechas no sistema reacionário da Santa Aliança. O capitalismo progredia e, a partir de 1848, as forças de transformação se dividiram e seguiram caminhos diferentes. Mas, quem representava as forças de transformação?

O capitalismo progredia e com ele a burguesia, dona do capital e, logo, o movimento operário ganhou autonomia e o anterior antagonismo existente entre a burguesia-povo contra a nobreza feudal absolutista, foi substituído pelo antagonismo burguesia versus operários.

As forças de transformação eram agora representadas pelas forças revolucionárias proletárias, as quais passaram a levantar a bandeira vermelha do socialismo e a bandeira negra do anarquismo. Mas, por que os operários se ligaram a essas bandeiras? Porque, criticando o capitalismo e o liberalismo, o socialismo defendia uma nova organização da sociedade.

Diante das misérias operárias surgiu o socialismo utópico que propunha uma sociedade onde houvesse saúde, riqueza e felicidade para todos. No capitalismo, os poucos que não trabalhavam viviam com conforto graças à propriedade privada dos meios de produção. A solução apresentada pelos utópicos era a propriedade comum dos meios de produção.

Então, surgiu um alemão (Karl Marx) que estudou as instituições econômicas capitalistas, compreendendo que ele se baseava na exploração do trabalho pelos donos dos meios de produção. Por isso, Marx propôs a revolução como a “única saída” e a classe trabalhadora implantaria o socialismo, derrubando – pela força – todas as condições sociais existentes.

Mas, será que a burguesia estaria de acordo com essas ideias? Claro que não! Ela agora representava as forças conservadoras da sociedade capitalista e, as forças de transformação, estavam com os operários de todos os países. Dessa forma, a burguesia tremia com a ideia da Revolução Comunista e, por isso mesmo, se uniu através do nacionalismo.

Mas, a produtividade não podia diminuir e os donos do capital foram levados a estudar atentamente o problema da divisão de trabalho. O primeiro método de organização científica do trabalho é atribuído ao engenheiro Frederick W. Taylor, que sugere o estabelecimento da “média de tempo para cada movimento executado pelo operário”.

Assim, o taylorismo não tem por objetivo a melhoria das condições operárias e sim a realização do rendimento máximo, mediante um automatismo que assimila o homem à máquina. A burguesia passou a considerar romântica a via revolucionária e, para unificar a Alemanha e a Itália, uniu-se, em nome do nacionalismo, a tradicionais aristocratas. Eram as forças de conservação que se concentravam – em vista do terror – às forças de transformação, representadas pelo proletariado. Portanto, o capital e o trabalho estavam agora em choque.

 

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