Qual Era
o Objetivo do Movimento “Regresso”? Como Foi a Campanha Pela Antecipação da
Maioridade de Pedro II? O Que Foi o “Golpe da Maioridade”?
Por volta de 1842, o Brasil viveria
um movimento denominado de “Regresso”. O jornalista conservador Justiniano José
da Rocha afirmava que a Monarquia era a única solução para evitar a fragmentação territorial do país. Para ele, era preciso dotar o trono de apoio
político e, dessa forma, o alicerce estaria no comércio e na agricultura.
A receita de Justiniano da Rocha
resultou no movimento chamado de “Regresso”, um retorno ao velho e bem-sucedido
modelo português de concentração total dos poderes. O objetivo era devolver ao
governo as prerrogativas perdidas em favor das províncias na 1ª fase da
Regência.
Esse período, o qual foi iniciado com
a posse do Regente Pedro de Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda, em 1838,
marca a consolidação do Estado Imperial no Brasil.
No período do “Regresso”, o poder das
assembleias provinciais foi reduzido e a Guarda Nacional ficou sob controle do
Ministério da Justiça, que passou a nomear os magistrados.
Os juízes de paz – eleitos localmente
– perderam os poderes de polícia, os quais foram transferidos para juízes e
delegados nomeados pelo poder central.
O Conselho de Estado seria recriado
em 1841 com a participação da fina flor da aristocracia brasileira, homens de
grande saber, riqueza e experiência política, encarregados de orientar o
Monarca nas suas decisões.
Símbolo máximo da centralização foi a
campanha pela antecipação da maioridade de Pedro II. Pela Constituição, o
Imperador só poderia assumir o trono com 18 anos e, portanto, era preciso reformar
a lei antes de coroá-lo.
Diante disso, em 1840 os liberais fundaram a Sociedade Promotora da Maioridade do Imperador, na casa do Padre José Martiniano de Alencar – pai do futuro escritor José de Alencar.
Apresentado à Câmara e ao Senado o
projeto da maioridade foi derrotado e, por essa razão, os liberais decidiram
levar a questão para as ruas. Cartazes afixados nas paredes e muros do Rio de
Janeiro propagavam: “Queremos Pedro Segundo; Embora não tenha idade; A
nação dispensa a Lei; E viva a maioridade”.
Em 22 de julho de 1840, o Regente
Araújo Lima – à frente de um grupo de deputados e senadores – levou um
manifesto ao jovem Pedro II, pedindo que aceitasse ser aclamado Imperador de
imediato e, orientado pelos seus tutores, o menino teria dito sem titubear: “Quero
já”.
Dessa forma, à revelia da
Constituição, no dia seguinte D. Pedro II foi declarado maior e aclamado
Imperador, diante das câmaras reunidas – episódio que passou para a história
como “O Golpe da Maioridade”.
Começava ali o longo “Segundo
Reinado”, que seria interrompido por outro golpe – o da República – quase meio
século mais tarde, na manhã de 15 de novembro de 1889.
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