Quais as
Principais Relações entre a Economia e a Política? Como Elas Ocorriam nas
Antigas Sociedades? Como Essa Relação se Desenvolveu no Mundo Ocidental
Moderno?
Além da organização de tarefas de produção e distribuição de bens, o sistema econômico funciona como uma cadeia que se liga a valores extra econômicos, os quais são de grande valor para a sociedade. Sendo assim, analisaremos a seguir o sentido das inter-relações entre a Economia e a Política, a qual pode ser considerada como secular.
Na Grécia e em Roma, a Economia, a Ética e
a Ciência Política compreendiam um único ramo, onde se desenvolviam estudos
sobre a indústria, comércio, agricultura, escravatura, organização
sócio-política, moda, juros e salários. Do século XVI até as Revoluções
Liberais do século XVIII, a Economia e a Política superaram sua submissão aos
princípios escolásticos, preparando o terreno para sua autonomia científica,
embora permaneçam interdependentes até hoje.
Essa secular interdependência entre
Economia e Ciência Política provém de que compete à Política, a fixação de
importantes instituições sobre as quais se desenvolvem as atividades
econômicas. Em consequência disso, a organização política e a organização
econômica se tornaram interdependentes, uma vez que a ação econômica se
subordina à estrutura política da sociedade.
No mundo ocidental, essa interdependência
entre Economia e Ciência Política se acentuou a partir da “Grande Depressão”,
quando se transformaram as próprias características políticas das economias
baseadas na livre empresa que modificou a estrutura do sistema Capitalista. Aliás,
na década de 30, a própria Ciência Política cobrou à Economia os elementos que
assegurassem a manutenção do regime nas nações do bloco ocidental,
reconhecendo-se que a Economia – fundamentada na livre iniciativa – era vital
para a continuidade das tradicionais formas ocidentais de organização política.
Por outro lado, no bloco socialista
firmou-se a necessidade do estudo integrado da Economia e da Política, pois os
elementos básicos da sua organização econômica só poderiam ser mantidos a
partir da continuidade dos rígidos fundamentos de sua estrutura política.
Aliás, uma das instituições mantidas pelos Estados coletivistas é a
justaposição dos poderes econômicos e político.
Nessas sociedades, confundem-se as
espinhas dorsais dos centros de disposição desses poderes. Ao lado de suas
funções políticas, ao Estado Socialista competem funções caracteristicamente
econômicas, uma vez que o Estado Socialista também se envolve com a direção e a
gestão de todo sistema empresarial. Assim, quer nas economias liberais do mundo
ocidental, quer nas economias ainda baseadas no Socialismo de Estado, os sistemas econômicos e políticos se encontram de tal sorte interligados que não
faz sentido o estudo isolado de cada um deles – até porque essa ligação não é
observada apenas estruturalmente.
Também em termos conjunturais, a
interligação entre os sistemas econômicos e políticos é bastante clara, pois em
qualquer sociedade a instabilidade econômica fatalmente conduz à instabilidade
das instituições políticas. Reciprocamente, o bom desempenho econômico se
alinha entre os fatores essenciais que condicionam a estabilidade dos centros
de disposição do poder político.
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