domingo, 3 de maio de 2020

As Etapas de Um Processo Decisório Nas Organizações



Como os Executivos Escolhem o Problema a Respeito do Qual Irão Decidir? Por Que Muitos Executivos Querem Decidir Primeiro Sobre os Problemas Visíveis? Quais São as Etapas de Um Processo Decisório?  Que Objetivos Uma Decisão Deve Alcançar?





O ser humano sempre teve que decidir – por questões complexas ou mais simples – e, conforme o contexto, dar a devida importância para saber qual medida tomar. O processo decisório nas organizações tem recebido definições de diversos autores e, parte desses conceitos, têm obedecido aspectos racionais, aspectos políticos, organizacionais, psicológicos e até intuitivos. Mas, as questões que afetam as tomadas de decisões empresariais se relacionam na forma COMO os executivos escolhem o problema a respeito do qual decidirão e, entre elas, podem estar o conceito dos problemas visíveis e o conceito do aumento do compromisso.
Os responsáveis pelas decisões empresariais querem demonstrar-se competentes e estar a par dos problemas, pois dessa forma é mais fácil identificar os problemas de maior visibilidade cuja solução gerará maior prestígio. Exatamente por isso, eles selecionarão os problemas visíveis, a fim de provar que estão abordando os problemas e fazendo o seu trabalho. Eles também tenderão a selecionar os problemas que são de seus interesses pessoais versus os que são do interesse da organização como um todo. O problema aqui é que, embora o tempo da gerência esteja comprometido com os problemas visíveis, os problemas menos visíveis – mas talvez mais sérios, especialmente as decisões estratégicas – são desprezados ou negligenciados.
Outro problema do processo decisório é a tendência de continuar comprometendo recursos com um curso de ação em declínio. Alguns gerentes continuam investindo recursos materiais, humanos e financeiros em uma decisão anterior, quando os fatos sugerem que a decisão estava errada – um aumento do compromisso com uma decisão anterior, apesar de informações negativas. Existem algumas razões para isso:

·        O gerente se sente responsável pelo atual fracasso de uma decisão que tomou anteriormente.
·        O gerente continua a comprometer recursos para provar que sua primeira decisão era acertada.
·        O gerente não está disposto a parecer incoerente, adotando outro curso de ação – não continuar a comprometer recursos com o erro.
·        O gerente não consegue diferenciar as situações nas quais a persistência será recompensada e onde não será. Há uma tendência a acreditar no ditado: “Se não der certo da primeira vez, tente de novo”.

Sendo assim, os executivos e/ou gestores devem estar cientes dessa possível influência em seu pensamento estratégico e em suas decisões, pois comprometer mais recursos com uma linha de produtos ou uma estratégia errada é cair na armadilha de “aumentar o compromisso” com a coisa errada.


As Etapas de Um Processo Decisório, Segundo Peter Drucker


Drucker enfatizou a importância de se definir o problema, pois às vezes tratam-se os sintomas e não o verdadeiro problema. É preciso um esforço considerável para definir qual é o verdadeiro e, de acordo com ele, “a resposta errada para o verdadeiro problema pode ser corrigida, enquanto a resposta certa para o problema errado causa danos” ([1]).
Por exemplo: uma empresa pode estar apresentando uma elevada taxa de rotatividade de funcionários. A gerência acredita que o problema está na remuneração não compatível com o mercado e exige que o RH desenvolva um novo sistema de remuneração. No entanto, o verdadeiro problema pode ser a própria gerência e suas práticas na liderança, ou pode ser uma falta de oportunidade de carreira.
Outro elemento do modelo de Drucker lida com a definição de condições limítrofes para uma decisão e, uma das explicações mais simples dessas condições, seria estabelecer objetivos e metas para a decisão e permitir que os efeitos da decisão sejam mensurados. Conforme ele, aqui estão as perguntas mais importantes a serem feitas a fim de determinar a decisão a ser alcançada:

·        O que a decisão tem que realizar?
·        Quais as condições a decisão tem que satisfazer?
·        Quais os objetivos que a decisão tem que alcançar?
·        Quais os objetivos mínimos que a decisão tem que alcançar?

Outras questões importantes que o tomador de decisão precisa ter em mente são:

·        A diferença entre o que é certo e o que é aceitável.
·        Previsão da necessidade de acabar cedendo em alguns pontos
·        Não sinalização da disposição de chegar a um meio-termo com alguma antecedência.

De acordo com Drucker, os tomadores de decisão eficazes fazem a coisa certa e não o que é aceitável. Eles também devem estar dispostos a acabar cedendo com relação à decisão que está sendo tomada, a fim de superar a potencial resistência de vários clientes. Isso envolve negociação e é importante que ele não avise aos outros com antecedência a sua disposição de fazê-lo.
Uma vez que se identifique que você está disposto a negociar, as outras pessoas afetadas pela decisão também vão querer negociar e ceder, até que se chegue a uma decisão de consenso. Fazer “o que é certo versus o que é aceitável” aplica-se ao pensamento estratégico e à tomada de decisões estratégicas; no entanto, ceder em relação à visão e à estratégia do negócio pode não ser do interesse da organização. Além do mais, ceder o quê, e em relação a quem?




([1]) Drucker, Peter. “The Elements of Decision Making”. Corpedia 8104. Programa online   


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