Como Ocorreu a Passagem da Produção Artesanal Para a
Produção em Série? Por Que se Fez Necessário a Filosofia de Melhoramento
Contínuo? Quais os primeiros Caminhos Para a Padronização de Peças e Componentes?
Quais São os Três Processos Gerenciais Conhecidos Como a Trilogia Juran?
Um dos maiores sucessos da
produção em série – caracterizada pelo desenvolvimento da linha de montagem da
Ford e pela Administração Científica da produção – foi a padronização de peças
e componentes. A passagem da produção artesanal para a produção em série
somente foi possível devido ao desenvolvimento de sistemas e padrões que
tornaram as peças e componentes intercambiáveis, podendo ser utilizadas em
processos seriados. Mas não basta padronizar processos, métodos e componentes,
pois é preciso melhorá-los continuamente. A gestão da qualidade inclui sistema
de gestão composto por princípios, técnicas, métodos e ferramentas.
A promoção da padronização e da
melhoria de processos de bens e serviços se dá através da participação de todos
os colaboradores, os quais devem estar imbuídos de uma filosofia de
melhoramento contínuo. Este é representado pelo ciclo PDCA e seus
desdobramentos, a fim de se alcançar a satisfação das expectativas de todas as
partes como clientes, acionistas, fornecedores, sociedade e colaboradores.
Dessa forma, a adoção de um sistema de gestão implica a padronização dos
métodos e das práticas de uma organização.
Um bom caminho para o início da
padronização de uma empresa pode ser a implementação das normas ISO 9000 ou das
diretrizes da ISO 9004, os quais contém uma série de tópicos que exigem a
padronização das operações críticas da empresa. A ISO 9000 não é a única forma
de se buscar a padronização, pois existem outros caminhos como normas para as
áreas de telecomunicações e automobilísticas entre outras.
Seja qual for o caminho adotado,
a padronização é importante para a organização porque permite, entre outros
objetivos, demonstrar para os clientes – através de evidências objetivas como
documentos e registros – que os requisitos contratuais especificados entre
ambos podem ser plenamente alcançados. A padronização também permite a análise
crítica e a consequente melhoria dos procedimentos e métodos da organização,
pois propicia uma perspectiva concreta do que analisar melhor.
A Trilogia Juran
Conforme Joseph Juran o
gerenciamento da qualidade pode ser obtido utilizando-se três (3) processos
gerenciais conhecidos como a “trilogia Juran”:
1) Planejamento da Qualidade:
É o processo de preparação para a obtenção de objetivos; ou seja, é o conjunto
de atividades que visam desenvolver os produtos e processos a fim de atender às
necessidades dos clientes. Envolve as seguintes etapas:
·
Identificar os clientes
·
Determinar suas necessidades
·
Definir as características dos produtos que
respondem às necessidades dos clientes.
·
Elaborar processos capazes de reproduzir essas
características .
·
Capacitar os colaboradores à implementação do
plano
2) Controle da Qualidade: É
o processo que visa assegurar o cumprimento dos objetivos definidos no
planejamento, o qual consiste nos seguintes passos:
·
Avaliar o desempenho.
·
Comparar o desempenho obtido com as metas.
·
Atuar a partir das diferenças.
3) Melhoria da Qualidade: É
o processo para produzir com níveis superiores de execução, visando elevar os
resultados a novos níveis de desempenho, seja incremental (melhoria contínua)
ou inovador (melhoria radical). Envolve:
·
Estabelecer a infraestrutura necessária para
assegurar uma melhoria constante.
·
Identificar as necessidades para a criação de
projetos de melhoria.
·
Criar – para cada projeto – uma equipe com a
responsabilidade de torna-lo bem sucedido.
·
Fornecer os recursos às equipes a fim de
diagnosticar as causas, estimular o estabelecimento de uma solução e
implementar controles para manter os resultados.
O Ciclo PDCA
A filosofia do melhoramento
contínuo (kaizen) possui como sua
representação principal o ciclo PDCA, ou ciclo de Deming – o responsável pelo seu reconhecimento e
desenvolvimento. Trata-se de um método gerencial para a promoção da melhoria
contínua e reflete – em suas quatro fases – a base da filosofia do melhoramento
contínuo. Praticando-se de forma cíclica, acaba-se por promover a melhoria
contínua na organização, consolidando a padronização de práticas. As quatro (4)
fases são:
·
Plan
(Planejamento): Deve-se estabelecer os objetivos e metas para que sejam
desenvolvidos métodos, procedimentos e padrões para alcança-los. As metas são
desdobradas do Planejamento Estratégico e representam requisitos do cliente e
características de produtos, serviços ou processos. Os métodos contemplam os
procedimentos e as orientações técnicas necessárias para se atingirem as metas.
·
Do (Execução):
É a fase de implementação do planejamento, sendo preciso fornecer educação e
treinamento para a execução dos métodos. Ao longo da execução devem-se coletar
os dados que serão utilizados na fase de verificação, mas quando os envolvidos
vêm participando desde a fase de planejamento, isso deixa de ser necessário.
·
Check (Verificação):
Verifica-se se o planejado foi alcançado, através da comparação entre as metas
desejadas e os resultados obtidos. Para isso, usam-se ferramentas de controle
como histogramas, folhas de verificação e outras. Essa comparação deve ser
baseada em fatos e não em opiniões ou intuição.
·
Act
(Agir Corretivamente): Nessa fase tem-se duas alternativas; a primeira
consiste em buscar as causas a fim de prevenir a repetição dos efeitos
indesejados – no caso de não terem sido alcançadas as metas planejadas. A 2ª,
em adotar como padrão o planejado na 1ª fase – já que as metas planejadas foram
alcançadas.
Portanto, girar o ciclo PDCA
significa obter previsibilidade nos processos e aumento da competitividade
organizacional. A previsibilidade acontece pela obediência aos padrões, pois
quando a melhoria é bem sucedida, adota-se o método planejado, padronizando-o e,
caso contrário, volta-se ao padrão anterior e recomeça-se a girar o PDCA.
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