Qual Foi a Importância de Rômulo e Remo na Unificação de Roma? Quais Eram os Papei dos Patrícios, Nobres e Plebeus na Roma Antiga? Como se Dividia o Senado Romano? Quais Foram as Fases da Expansão de Roma?
Roma foi um dos maiores impérios
que o mundo já viu e foi responsável por unir povos, culturas e pessoas das
mais variadas origens sob seu poder. E, dentre as suas inúmeras contribuições para
nossa civilização, podemos citar:
1) Roma, das Origens ao Fim da República
·
Cerca do Século XI a.C. (Enéas, o Herói da
Guerra de Tróia): Diz a lenda que Rômulo e Remo são descendentes diretos de
Enéas, herói da Guerra de Tróia. Enéas seria filho do último rei de Tróia,
Anquises, e da deusa Vênus. Rômulo e Remo seriam filhos de Rea Silvia,
descendente de Enéas, e do deus Marte, que foram abandonados ainda bebês e
criados por uma loba.
·
753 a.C. (As Sete Clinas): As sete
colinas onde ficavam os aldeamentos originais, unificados para a fundação de
Roma são Aventino, Capitólio, Célio, Esquilino, Palatino, Quirinal e Viminal.
·
753 a.C. (Fundação de Roma): Esta é a
data tradicional da fundação de Roma, atribuída aos etruscos, povo que habitava
a região do Lácio. Segundo a lenda, Rômulo e Remo efetuaram a unificação das
aldeias existentes nas sete colinas junto ao rio Tibre, fundando Roma.
·
753 a 510 a.C. (Período da Monarquia): Foram
sete (7) reis etruscos e sabinos a governar a cidade de Roma. 753 a 717 a.C. O
primeiro rei -Rômulo foi o primeiro rei de Roma, que subiu ao trono após a
morte de seu irmão, Remo.
·
717 a 673 a.C. (O Segundo Rei): Numa
Pompílio foi o segundo rei de Roma, escolhido pelo Senado. Era Sabino, um dos
povos italiotas.
·
672 a 641 a.C. (O Terceiro Rei): Tulo Hostílio,
um rei guerreiro escolhido pelo povo.
·
639 a 616 a.C. (O Quarto Rei): Anco
Márcio, também um sabino, foi escolhido rei pelo povo de Roma. Fundou Óstia, na
foz do rio Tibre, principal porto marítimo de Roma.
·
616 a 579 a.C. (O Quinto Rei): Tarquínio
Prisco, rei etrusco, escolhido pelo povo de Roma.
·
578 a 535 a.C. (O Sexto Rei): Sérvio
Túlio, foi escravo de Tarquínio Prisco e educado no palácio real. Construiu uma
muralha circundando a cidade de Roma.
·
534 a 510 a.C. (O Sétimo e Último Rei): Tarquínio,
o Soberbo, assassinou o antecessor, foi um tirano, sem reconhecimento nem do
povo nem do Senado. Foi deposto por um movimento revolucionário que aboliu a
Monarquia e instituiu a República em Roma.
2) Período da República (509 a 27 a.C.)
Nessa época, a sociedade romana
estava assim organizada:
·
Patrícios ou Nobres: Descendentes das
famílias que promoveram a ocupação inicial de Roma. Eram grandes proprietários
de terra e de gado.
·
Plebeus: Geralmente eram pequenos
agricultores, comerciantes, pastores ou artesãos e constituíam a maioria da
população que não tinham direitos políticos.
·
Clientes: Eram homens de negócios,
intelectuais ou camponeses que tinham interesse em fazer carreira pública e que,
por isso, recorriam à proteção de algum patrono, geralmente um patrício de
posses.
·
Escravos: Eram plebeus endividados e
principalmente prisioneiros de guerra. Realizavam todo o tipo de trabalho e
eram considerados bens materiais. Não tinham qualquer direito civil ou
político.
Dessa forma, pode-se afirmar que
o poder na República Romana estava organizado entre dois (2) organismos:
A) Senado
O Senado dirigia a política
romana, sendo formado pelos patrícios (senadores vitalícios) que escolhiam os
magistrados (cargos executivos com mandato anual), os quais exerciam também
funções judiciárias. Eram seis (6) as principais magistraturas:
1.
Consulado: O mais importante: 2
militares, um deles para os assuntos internos, o outro para assuntos externos. O Consulado tinha também funções religiosas.
2.
Tribunos da Plebe: Escolhidos entre os
plebeus, eles exerciam suas funções no Senado e tinham poder de vetar as
decisões dos senadores que fossem desfavoráveis a eles.
3.
Questor: Era a magistratura responsável
pela arrecadação de impostos de Roma.
4.
Pretor: Era o responsável pela manutenção
da ordem e da justiça civil.
5.
Censor: Magistratura que fazia a contagem
da população (censo) e também zelava pela moral pública.
6.
Edil: Magistratura que era responsável
pelas obras públicas, pelo abastecimento, pelas festas e também pelo
policiamento.
B) Assembleias
·
Centuriata: Era a assembleia mais
importante, pois votava as leis romanas e era ocupada por patrícios.
·
Tribunícia: Era composta pelas tribos de
Roma. Os cidadãos romanos eram divididos e organizados em tribos.
·
Da Plebe: Era criada por pressão dos
plebeus, que não se sentiam representados. Escolhia os tribunos da plebe.
O Expansionismo e a
Escravidão na Roma Antiga
A escravidão na Roma Antiga está
diretamente ligada ao expansionismo
territorial e militar, ao que chamamos de Imperialismo. A expansão romana é, acima de tudo, um
fenômeno de longa duração, que se estende da monarquia etrusca, nos séculos
VII-VI a.C., até um momento imprevisível no Baixo Império, quando a distinção
centro-periferia muda de natureza. Trata-se, portanto, de quase um milênio de
expansão militar e de domínio de outros Estados e povos por parte de Roma. No período que se estende de 509 a.C., data
tradicional da derrubada da monarquia, até o principado de Augusto, Roma esteve
constantemente em guerra. Esse estado de guerra constante exigiu uma
mobilização popular sem precedentes na história das cidades antigas, tanto na
frequência do chamado às armas quanto na duração dos períodos de mobilização,
que aos poucos foi se ampliando. Durante o séc. II a.C., quando Roma expandiu
seu poder por toda a bacia do Mediterrâneo, estima-se que ao menos 10% da
população masculina adulta estivesse em serviço a cada ano (cerca de 130 mil
soldados), cada soldado servindo, em média, seis anos. Uma mobilização de tal
envergadura provocou uma acentuada militarização da sociedade romana e teve
profundas consequências políticas e econômicas.
Fatores mercantis influenciaram,
sem dúvida, o processo de expansão romana, sobretudo a partir do séc. II a.C.,
mas não nos termos em que aparecem atualmente.
Os fatores políticos e econômicos são inextrincáveis no estudo do
imperialismo antigo. Se a expansão militar ocasiona um diferencial de poder
entre Estados e povos, esse poder não é abstrato, e se define sempre para alguma
coisa, tendo em vista objetivos delimitados.
É uma dupla relação de poder: a primeira define um centro
(expansionista) e uma periferia (submetida); e a segunda se estabelece
internamente, na delimitação dos objetivos
da expansão (o que se visa obter) e da sua distribuição (o que para quem), que
remete à estrutura econômica da cidade-estado, às diferenças de acesso à terra entre
ricos e pobres, ligada ao equilíbrio de poder entre eles.
As Fases da Expansão
Podemos mencionar como marcos importantes do imperialismo
romano:
A primeira guerra púnica, em 264 a.C., quando a expansão
ultrapassa os limites da Itália (territórios conquistados: Sicília e Sardenha);
A segunda guerra púnica, que transformou Roma em uma grande
potência mediterrânea, fazendo limite aos reinos helenísticos.
Diversos episódios da expansão romana no séc. II a.C., considerados indicativos de
alterações significativas na condução do imperialismo romano: a segunda e a terceira guerras macedônicas,
as campanhas na Espanha, a destruição de Cartago e de Corinto.
Guarinello, em “Imperialismo Greco-Romano” distinguiu dois (2)
períodos no imperialismo romano,
essencialmente diversos em sua natureza, causas, motivações e consequências,
originadas da especificidade das relações econômicas e políticas em Roma nos
dois momentos:
Primeiro Período (Expansão da Roma Monárquica e Republicana,
até o séc. III a.C.): Trata-se de uma sociedade essencialmente camponesa, onde
os cidadãos eram definidos pela propriedade de lotes de terra (em geral pequenos). As propriedades eram cultivadas
pelo proprietário e sua família ou, no caso das famílias aristocráticas, por
trabalhadores dependentes, ligados à classe dominante por laços de clientela.
As unidades eram produtivas, autárquicas e a produção para consumo direto do
produtor e seus dependentes. A economia era voltada para valores de uso,
mercado e trocas subsidiários no conjunto das atividades produtivas e os conflitos
sociais envolviam a luta pela terra e pela abolição das dívidas, igualdade
civil e jurídica, acesso às magistraturas.
Segundo Período (a Partir da 2ª Guerra Púnica – fins do séc.
III a.C.): O desenvolvimento da produção mercantil era baseado na utilização de
mão-de-obra escrava em larga escala. Houve certo desenvolvimento, pela 1a vez
no Mundo Antigo, do modo de produção (escravista) como sistema produtivo dominante,
possibilitado e favorecido
pela expansão imperialista anterior, que propiciara a acumulação, em
grande escala, de recursos em bens materiais, terras e escravos. O uso desses recursos acumulados numa forma de
produção específica, a fazenda ou vila escravista era voltada à produção de
bens agrícolas para venda num mercado em expansão. Essa vasta transformação
econômica alterou de forma profunda a dinâmica e a própria natureza do
imperialismo romano: na utilização e distribuição dos recursos e na forma de
organizar e administrar as conquistas A ocupação das
terras conquistadas por uma
aristocracia cada vez mais urbana,
que não as geria diretamente, visando tão somente a obtenção de uma renda
agrícola, representaria um
passo importante na
transformação da economia camponesa, essencialmente familiar e autárquica, em
direção ao modo de produção escravista e à economia mercantil.
Portanto, constata-se que as profundas transformações
ocorridas na sociedade romana foram consequências das suas conquistas militares
e, também entendemos, que essa intensa militarização foi resultado de longos
períodos de guerras empreendidas por Roma na conquista de novos territórios. As
conquistas e o gerenciamento dos novos territórios marcaram as relações de Roma
com suas províncias e, pela primeira vez no mundo antigo, tivemos grandes
latifúndios produzindo para um mercado com mão de obra escrava em larga escala.
Foi o modo de produção mercantil.
REFERÊNCIAS
BLASCO, Maria de lá Concepcional (1 de setembro de 1993). El Bonce final (1ª adicione). Madrid: Editorial Sínteses. p. 176. ISBN 84-7738-195-X. BRÉZILLON, Michel (1969). Dictionnaire de lá Préhistoire (en francés). París: Librairie Larousse. ISBN 2-03- 075437-4.
CLAIRBORNE, Robert (1977). Los primeros americanos. Ciudad de
México: Lito Offset Latina. Libros TIMELIFE.
Clark, John E., ed. (1994). Los olmecas en Mesoamérica. Ciudad de México:
Ediciones del Equilibrista. ISBN 968-7318-22-8.
CONRAD, Geoffrey W. (1984). «Los incas». Historia de las
Civilizaciones antiguas (II): Europa, América, China, India. Arthur Cotterell,
ed. Barcelona: Editorial Crítica. ISBN 84-7423-252-X
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