quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Expansão e Escravidão na Roma Antiga

 Qual Foi a Importância de Rômulo e Remo na Unificação de Roma? Quais Eram os Papei dos Patrícios, Nobres e Plebeus na Roma Antiga? Como se Dividia o Senado Romano? Quais Foram as Fases da Expansão de Roma?

 



 

Roma foi um dos maiores impérios que o mundo já viu e foi responsável por unir povos, culturas e pessoas das mais variadas origens sob seu poder. E, dentre as suas inúmeras contribuições para nossa civilização, podemos citar: 

 

1) Roma, das Origens ao Fim da República

 

·        Cerca do Século XI a.C. (Enéas, o Herói da Guerra de Tróia): Diz a lenda que Rômulo e Remo são descendentes diretos de Enéas, herói da Guerra de Tróia. Enéas seria filho do último rei de Tróia, Anquises, e da deusa Vênus. Rômulo e Remo seriam filhos de Rea Silvia, descendente de Enéas, e do deus Marte, que foram abandonados ainda bebês e criados por uma loba.

·        753 a.C. (As Sete Clinas): As sete colinas onde ficavam os aldeamentos originais, unificados para a fundação de Roma são Aventino, Capitólio, Célio, Esquilino, Palatino, Quirinal e Viminal.

·        753 a.C. (Fundação de Roma): Esta é a data tradicional da fundação de Roma, atribuída aos etruscos, povo que habitava a região do Lácio. Segundo a lenda, Rômulo e Remo efetuaram a unificação das aldeias existentes nas sete colinas junto ao rio Tibre, fundando Roma.

·        753 a 510 a.C. (Período da Monarquia): Foram sete (7) reis etruscos e sabinos a governar a cidade de Roma. 753 a 717 a.C. O primeiro rei -Rômulo foi o primeiro rei de Roma, que subiu ao trono após a morte de seu irmão, Remo.

·        717 a 673 a.C. (O Segundo Rei): Numa Pompílio foi o segundo rei de Roma, escolhido pelo Senado. Era Sabino, um dos povos italiotas.

·        672 a 641 a.C. (O Terceiro Rei): Tulo Hostílio, um rei guerreiro escolhido pelo povo.

·        639 a 616 a.C. (O Quarto Rei): Anco Márcio, também um sabino, foi escolhido rei pelo povo de Roma. Fundou Óstia, na foz do rio Tibre, principal porto marítimo de Roma.

·        616 a 579 a.C. (O Quinto Rei): Tarquínio Prisco, rei etrusco, escolhido pelo povo de Roma.

·        578 a 535 a.C. (O Sexto Rei): Sérvio Túlio, foi escravo de Tarquínio Prisco e educado no palácio real. Construiu uma muralha circundando a cidade de Roma.

·        534 a 510 a.C. (O Sétimo e Último Rei): Tarquínio, o Soberbo, assassinou o antecessor, foi um tirano, sem reconhecimento nem do povo nem do Senado. Foi deposto por um movimento revolucionário que aboliu a Monarquia e instituiu a República em Roma.

 

2) Período da República (509 a 27 a.C.)

 

Nessa época, a sociedade romana estava assim organizada:

 

·        Patrícios ou Nobres: Descendentes das famílias que promoveram a ocupação inicial de Roma. Eram grandes proprietários de terra e de gado.

·        Plebeus: Geralmente eram pequenos agricultores, comerciantes, pastores ou artesãos e constituíam a maioria da população que não tinham direitos políticos.

·        Clientes: Eram homens de negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse em fazer carreira pública e que, por isso, recorriam à proteção de algum patrono, geralmente um patrício de posses.

·        Escravos: Eram plebeus endividados e principalmente prisioneiros de guerra. Realizavam todo o tipo de trabalho e eram considerados bens materiais. Não tinham qualquer direito civil ou político.

 

Dessa forma, pode-se afirmar que o poder na República Romana estava organizado entre dois (2) organismos:

 

A) Senado

 

O Senado dirigia a política romana, sendo formado pelos patrícios (senadores vitalícios) que escolhiam os magistrados (cargos executivos com mandato anual), os quais exerciam também funções judiciárias. Eram seis (6) as principais magistraturas:

 

1.     Consulado: O mais importante: 2 militares, um deles para os assuntos internos, o outro para assuntos externos.  O Consulado tinha também funções religiosas.

2.     Tribunos da Plebe: Escolhidos entre os plebeus, eles exerciam suas funções no Senado e tinham poder de vetar as decisões dos senadores que fossem desfavoráveis a eles.

3.     Questor: Era a magistratura responsável pela arrecadação de impostos de Roma.

4.     Pretor: Era o responsável pela manutenção da ordem e da justiça civil.

5.     Censor: Magistratura que fazia a contagem da população (censo) e também zelava pela moral pública.

6.     Edil: Magistratura que era responsável pelas obras públicas, pelo abastecimento, pelas festas e também pelo policiamento.

 

B) Assembleias

 

·        Centuriata: Era a assembleia mais importante, pois votava as leis romanas e era ocupada por patrícios.

·        Tribunícia: Era composta pelas tribos de Roma. Os cidadãos romanos eram divididos e organizados em tribos. 

·        Da Plebe: Era criada por pressão dos plebeus, que não se sentiam representados. Escolhia os tribunos da plebe.

 

O Expansionismo e a Escravidão na Roma Antiga

 

A escravidão na Roma Antiga está diretamente ligada ao expansionismo   territorial e militar, ao que chamamos de Imperialismo.  A expansão romana é, acima de tudo, um fenômeno de longa duração, que se estende da monarquia etrusca, nos séculos VII-VI a.C., até um momento imprevisível no Baixo Império, quando a distinção centro-periferia muda de natureza.  Trata-se, portanto, de quase um milênio de expansão militar e de domínio de outros Estados e povos por parte de Roma.  No período que se estende de 509 a.C., data tradicional da derrubada da monarquia, até o principado de Augusto, Roma esteve constantemente em guerra. Esse estado de guerra constante exigiu uma mobilização popular sem precedentes na história das cidades antigas, tanto na frequência do chamado às armas quanto na duração dos períodos de mobilização, que aos poucos foi se ampliando. Durante o séc. II a.C., quando Roma expandiu seu poder por toda a bacia do Mediterrâneo, estima-se que ao menos 10% da população masculina adulta estivesse em serviço a cada ano (cerca de 130 mil soldados), cada soldado servindo, em média, seis anos. Uma mobilização de tal envergadura provocou uma acentuada militarização da sociedade romana e teve profundas consequências políticas e econômicas.

Fatores mercantis influenciaram, sem dúvida, o processo de expansão romana, sobretudo a partir do séc. II a.C., mas não nos termos em que aparecem atualmente.  Os fatores políticos e econômicos são inextrincáveis no estudo do imperialismo antigo. Se a expansão militar ocasiona um diferencial de poder entre Estados e povos, esse poder não é abstrato, e se define sempre para alguma coisa, tendo em vista objetivos delimitados.  É uma dupla relação de poder: a primeira define um centro (expansionista) e uma periferia (submetida); e a segunda se estabelece internamente, na delimitação dos objetivos da expansão (o que se visa obter) e da sua distribuição (o que para quem), que remete à estrutura econômica da cidade-estado, às diferenças de acesso à terra entre ricos e pobres, ligada ao equilíbrio de poder entre eles.

As Fases da Expansão

 

Podemos mencionar como marcos importantes do imperialismo romano:

 

A primeira guerra púnica, em 264 a.C., quando a expansão ultrapassa os limites da Itália (territórios conquistados: Sicília e Sardenha);

A segunda guerra púnica, que transformou Roma em uma grande potência mediterrânea, fazendo limite aos reinos helenísticos.

Diversos episódios da expansão romana no séc.  II a.C., considerados indicativos de alterações significativas na condução do imperialismo romano:  a segunda e a terceira guerras macedônicas, as campanhas na Espanha, a destruição de Cartago e de Corinto.

 

Guarinello, em “Imperialismo Greco-Romano” distinguiu dois (2) períodos   no imperialismo romano, essencialmente diversos em sua natureza, causas, motivações e consequências, originadas da especificidade das relações econômicas e políticas em Roma nos dois momentos:

 

Primeiro Período (Expansão da Roma Monárquica e Republicana, até o séc. III a.C.): Trata-se de uma sociedade essencialmente camponesa, onde os cidadãos eram definidos pela propriedade de lotes de terra (em   geral pequenos). As propriedades eram cultivadas pelo proprietário e sua família ou, no caso das famílias aristocráticas, por trabalhadores dependentes, ligados à classe dominante por laços de clientela. As unidades eram produtivas, autárquicas e a produção para consumo direto do produtor e seus dependentes. A economia era voltada para valores de uso, mercado e trocas subsidiários no conjunto das atividades produtivas e os conflitos sociais envolviam a luta pela terra e pela abolição das dívidas, igualdade civil e jurídica, acesso às magistraturas.

Segundo Período (a Partir da 2ª Guerra Púnica – fins do séc. III a.C.): O desenvolvimento da produção mercantil era baseado na utilização de mão-de-obra escrava em larga escala. Houve certo desenvolvimento, pela 1a vez no Mundo Antigo, do modo de produção (escravista) como sistema produtivo dominante, possibilitado   e   favorecido   pela expansão imperialista anterior, que propiciara a acumulação, em grande escala, de recursos em bens materiais, terras e escravos.  O uso desses recursos acumulados numa forma de produção específica, a fazenda ou vila escravista era voltada à produção de bens agrícolas para venda num mercado em expansão. Essa vasta transformação econômica alterou de forma profunda a dinâmica e a própria natureza do imperialismo romano: na utilização e distribuição dos recursos e na forma de organizar e administrar as conquistas A ocupação  das  terras  conquistadas  por  uma  aristocracia  cada vez mais urbana, que não as geria diretamente, visando tão somente a obtenção de uma renda agrícola,   representaria   um   passo   importante na transformação da economia camponesa, essencialmente familiar e autárquica, em direção ao modo de produção escravista e à economia mercantil.

 

Portanto, constata-se que as profundas transformações ocorridas na sociedade romana foram consequências das suas conquistas militares e, também entendemos, que essa intensa militarização foi resultado de longos períodos de guerras empreendidas por Roma na conquista de novos territórios. As conquistas e o gerenciamento dos novos territórios marcaram as relações de Roma com suas províncias e, pela primeira vez no mundo antigo, tivemos grandes latifúndios produzindo para um mercado com mão de obra escrava em larga escala. Foi o modo de produção mercantil. 


REFERÊNCIAS

 

BLASCO, Maria de lá Concepcional (1 de setembro de 1993). El Bonce final (1ª adicione). Madrid: Editorial Sínteses. p. 176. ISBN 84-7738-195-X. BRÉZILLON, Michel (1969). Dictionnaire de lá Préhistoire (en francés). París: Librairie Larousse. ISBN 2-03- 075437-4.

CLAIRBORNE, Robert (1977). Los primeros americanos. Ciudad de México: Lito Offset Latina. Libros TIMELIFE. Clark, John E., ed. (1994). Los olmecas en Mesoamérica. Ciudad de México: Ediciones del Equilibrista. ISBN 968-7318-22-8.

CONRAD, Geoffrey W. (1984). «Los incas». Historia de las Civilizaciones antiguas (II): Europa, América, China, India. Arthur Cotterell, ed. Barcelona: Editorial Crítica. ISBN 84-7423-252-X

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