quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Gestão de Projetos – Etapas, Benefícios e Evolução

 Quais São as Fases Que Compõem um Modelo de Gestão? Qual a Importância do Balanced Scorecard (BSC) Nesse Contexto? Que Técnicas Influenciaram a Evolução da Gestão de Projetos?

 

 



O comprometimento na implantação dessa poderosa ferramenta poderá determinar o sucesso de uma empresa no futuro e, em função disso, não se pode falar de gerenciamento de projeto sem falarmos de “Modelo de Gestão”.

Um modelo de gestão normalmente é composto por duas (2) fases distintas, mas interdependentes. A primeira etapa consiste da elaboração da Formulação Estratégica, onde é definida a Identidade Organizacional (Negócio, Missão, Visão, Vantagem Competitiva e Crenças e Valores).

Nessa fase são feitas análises dos ambientes externo e interno e, a partir desses insumos, serão definidos os objetivos globais e as diretrizes estratégicas que nortearão as ações da organização. Esta etapa conduz a empresa a organizar suas estratégias globais e a desenvolver um senso explícito de direção estratégica.

A segunda etapa consiste da implementação da estratégia definida e, nessa etapa, é essencial a adoção de um sistema de gestão integrado, o qual reúna as informações necessárias ao alcance dos resultados planejados.

A partir dessa prerrogativa, utiliza-se o Balanced Scorecard (BSC) como um instrumento gerencial que evidencia o desempenho da empresa, permitindo correções de rumo em tempo hábil.

O BSC é um sistema de gestão, baseado em indicadores que mensuram o desempenho, possibilitando à empresa visão do negócio atual e futura, de forma abrangente.

Ele permite um equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo e entre medidas financeiras e não financeiras, uma vez que mede o desempenho sob quatro diferentes perspectivas: finanças, mercado e imagem, processos e pessoas.

O BSC mostra as relações de causa e efeito entre as Diretrizes, pelos indicadores de desempenho, metas e Iniciativas Estratégicas, que são Programas e Projetos definidos como prioritários para o alcance dos resultados pretendidos.

 

Benefícios

 

O início da implementação do processo de administração estratégica tem sido uma das principais preocupações para as empresas. Desta forma, a elaboração e acompanhamento de um bom projeto permitem o cumprimento de objetivos estratégicos e nos direcionam para o futuro.

O gerenciamento de projetos está no seu pico histórico, principalmente por ter se tornado uma escolha estratégica pelas empresas. As evidências podem ser vistas nas grandes corporações do mundo, que lançam iniciativas e centros voltados à excelência no gerenciamento de projetos, executando as melhores práticas e visando criar um ambiente favorável ao sucesso de seus objetivos e à disseminação do conhecimento adquirido.

Estudos comprovam que empresas que investiram em esforços nas fases de pré-desenvolvimento conseguiram no mínimo duplicar as chances de sucesso no lançamento de seus produtos e, empresas que não faziam uso de técnicas de gerenciamento de projetos, tinham em média 71% de atraso nos seus cronogramas (e este não era o maior de seus problemas!).

Segundo Stalk e Houl, a década de 80 foi considerada a década da qualidade, e a de 90 a década da responsividade (no sentido da resposta rápida ao mercado e no atendimento aos clientes). Para Gates, as empresas devem possuir um mecanismo de resposta rápida às mudanças – semelhante à capacidade do corpo humano em reagir de maneira automática aos estímulos do meio exterior.

Porém apenas responder de forma rápida a um estímulo não atende mais a todas as necessidades dos mercados; é preciso ser proativo. Estamos na era da Pro atividade, em que levam vantagem aqueles que conseguem se antecipar às mudanças.

Estamos num mercado muito competitivo, onde as necessidades de atualização tecnológica são constantes. As margens de lucro das empresas são cada vez menores e os padrões mais exigentes de qualidade. Enfim, ter um gerenciamento de projetos passou a ser uma questão de sobrevivência para as organizações.

 

Evolução do Gerenciamento de Projetos

 



A ciência do gerenciamento de projetos surgiu no início da década de 60 nas universidades americanas, as quais constataram a precariedade como eram tocados os projetos. Inicialmente os projetos eram planejados e acompanhados através das técnicas denominadas PERT e COM – que significam respectivamente Program Evaluation Evaluation and Review Techinique e Critical Path Methodo.

Essas técnicas utilizavam o conceito de Rede para planejar e visualizar a coordenação das atividades empresariais. Elas não foram adiante porque eram planejamentos enormes, de difícil operação e confeccionados por pessoas com pouco conhecimento dos negócios das empresas.

Tradicionalmente os projetos eram executados considerando apenas prazo, custos e qualidade e, a partir da década de 70, o quesito “escopo” passou a ser essencial no processo. Mas ainda assim aspectos como “recursos humanos” e “clientes” não eram considerados.

A partir da década de 80, outros itens passaram a ser considerados e avaliados e, dessa forma, para se ter sucesso ou fracasso, passou-se a considerar também a Satisfação do Cliente, Metas quantitativas (escopo, prazo, custo, qualidade, indicadores, etc.) e Moral da equipe. Em 1987, foi publicado o primeiro guia que se tornou referência em conhecimento para o gerenciamento de projetos.

Dessa forma, pode-se dizer que inicialmente os projetos eram gerenciados apenas nos quesitos Tempo, Prazo e Custos. Em seguida, percebeu-se a importância de acompanhar também o que seria executado, ou seja, qual o escopo do projeto.

E finalmente, nos dias atuais, além desses quesitos, temos que gerenciar pessoas, compras e riscos, comunicar, entregar com qualidade e principalmente ter todos eles integrados.

 

O Trabalho nas Organizações

 

Na realidade, todas as empresas possuem projetos e processos e, segundo Darci Prado, devemos considerar que, em todos os tipos de empresa, temos sempre a ocorrência de projetos e operações rotineiras.

Dessa forma, precisamos avaliar a ligação de um destes grupos (projetos ou processos) com os negócios da empresa. Processos e projetos têm características comuns:

 

Executados por pessoas;

Restringidos por recursos limitados;

Planejados, executados e controlados

 

 

Exemplo Prático de Projetos e Processos em Um Setor:

 

 

A área de compras de determinada empresa tem o projeto de comprar um software de compras e, por conta disso, também tem processos para implementá-lo. Sendo assim, na maioria das empresas, temos processos / rotinas de compras, onde métodos já foram definidos e implantados.

Essas áreas atendem a vários setores de forma sempre contínua. Já a implantação de um software – independentemente de ser de compras – é algo novo, que deve ser tratado como um projeto.


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