segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Os Problemas Econômicos da 1ª Guerra Mundial

 

Quais Eram as Concepções Doutrinárias Existentes na Europa, Antes da 1ª Guerra? Sob o Ponto de Vista Econômico, o Que a Guerra Produziu? Que Problemas Políticos e Sociais Existiam Antes da Guerra?

 


 

A Primeira Guerra Mundial foi – de fato – a primeira guerra da qual participaram todas as principais potências do mundo, embora de certa maneira não tivesse deixado de ser – no fundo – uma guerra europeia. Pois, as guerras anteriores se restringiram à Europa e eram travadas entre Estados de economia agrícola.

Mas, em 1914 foi diferente, pois as principais potências envolvidas eram industrialmente desenvolvidas, utilizando-se todos os novos experimentos de tecnologia militar e – em função disso – a população civil sentiu a guerra na própria carne.

Pela sua duração e amplitude, a Primeira Guerra Mundial levou à necessidade de mudança de atitude do estado em relação à economia. Cada Estado passou a controlar a direção da economia tomando medidas que revolucionaram os hábitos, colocando em xeque as concepções doutrinárias tradicionais em vez que os diversos Estados:

 

·        Modernizaram a produção de material bélico.

·        Dispuseram de mão de obra e regulamentaram seu emprego.

·        Controlaram a produção e o consumo de bens de consumo.

 

A economia de guerra incluiu a fixação dos preços das mercadorias, o racionamento mediante cotas de consumo à população civil, proibia-se a importação de produtos de 1ª necessidade e se controlavam os transportes. As fábricas deveriam produzir apenas artigos de guerra, os salários ficavam congelados e as greves eram proibidas.

Pela primeira vez na História adotou-se o racionamento, iniciado na Alemanha e estendido a todos os países. Daí a vida se tornou muito difícil para a população civil, que teve seu poder aquisitivo diminuído com a alta dos preços e o congelamento salarial.

 

Os Problemas Políticos e Sociais

 

As liberdades políticas foram suspensas e os Parlamentos deixaram de ter voz ativa. A disciplina imposta pela guerra incrementou a autoridade dos notáveis e a luta contra o derrotismo estendeu-se não apenas a toda crítica dos atos do comando, mas a toda opinião que punha em perigo a União sagrada, discutindo a estrutura social, o exercício da autoridade patronal ou os problemas religiosos.

Toda essa situação foi se tornando insustentável durante o desenrolar do conflito e começaram a se desenvolver opiniões pacifistas nos próprios governos. A oposição socialista continental aumentou e, em 18915, socialistas russos exilados, suíços italianos, alemães e franceses realizaram na Suíça um congresso negando a União sagrada e exigindo uma paz sem anexação e sem indenizações.

Tudo isso acabou estimulando motins e rebeliões da própria população civil e, mesmo proibidas, as greves aumentaram, o czarismo foi derrubado na Rússia com a participação da burguesia, ao mesmo tempo em que se desenvolvia a Revolução Socialista (1917).

 

Os Efeitos da Guerra

 

Sob o ponto de vista econômico, a guerra produziu desequilíbrio entre a produção e o consumo, manifestando-se uma crise econômica que teve na inflação seu aspecto mais importante. Essa situação econômica – que marcou o declínio relativo da Europa – ocasionou grande desequilíbrio social. Neste, era evidente o empobrecimento da classe média e o aumento da pressão operária através dos sindicatos controlados pelos partidos socialistas – que se dividiram.

A ameaça de revolução pairava sobre a Europa (especialmente em países derrotados) e, tal situação, acabou levou a concessões por parte dos setores dominantes, ocorrendo o fortalecimento crescente das classes trabalhadoras através da ampliação da legislação social.

Politicamente, a guerra assinalou a vitória dos princípios liberais e democráticos, com o desaparecimento dos impérios alemão, austro-húngaro, russo e turco, e a adoção do regime republicano em quase todos os países. Tal tendência durou pouco, pois a crise que se seguiu à guerra levou ao estabelecimento de ditaduras: _ aprofundava-se a crise do Estado Liberal.


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