segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A Segunda Revolução Industrial



A Que se Refere o Termo “Revolução Industrial”? Como é Denominada a Fase Seguinte de Transformação da Indústria Mundial? O Que a Primeira Revolução Industrial Criou?





O termo “Revolução Industrial” foi cunhado por Louis Guillaume Otto, diplomata francês, numa carta informando que algo do tipo estava ocorrendo na França. E, Friedrich Engels, também usou essa expressão ao descrever as mudanças nos meios de produção, cujas críticas ao capitalismo – em meados do século XIX – ajudaram a promover o marxismo.


O termo foi popularizado no final do século XIX, por Arnold Toynbee que proferiu palestras sobre por que a industrialização exerceu grande impacto na economia mundial. Mas, na essência, “Revolução Industrial” se refere a um conjunto de tecnologias que aumentaram drasticamente a produtividade dos seres humanos, promovendo mudanças na longevidade, na qualidade de vida, nas concentrações populacionais e no crescimento demográfico.

Por exemplo, por volta de 1850, ao tsunami das fábricas, juntou-se outro fenômeno tecnológico: _ os navios e trens movidos a vapor, os quais trouxeram ganhos de produtividade semelhantes aos meios de transporte. A invenção do processo Bessemer – produção do aço em grandes quantidades em 1860 – levou à produção em massa de artefatos de metal e, por fim, à linha de montagem.

Em conjunto com as indústrias químicas – com o refino do petróleo, com o motor de combustão e com a eletrificação – essa fase seguinte de transformação da indústria é denominada por vários historiadores como a “Segunda Revolução Industrial”. Ela se estendeu de 1850 até o final da 1ª Guerra, incluindo a linha de montagem do Modelo T (de Henry Ford), caracterizada pela introdução de partes intercambiáveis e de esteiras transportadoras, onde os produtos em fabricação se movem, para sucessivos postos de trabalho estacionários; e não ao contrário.



Hoje nos esquecemos de como a Primeira e a Segunda Revolução Industrial mudaram a sociedade. Falamos em aumento de produtividade, mas devemos pensar no que isso significa para a vida das pessoas. Quando evoluímos de caçadores para agricultores, as pessoas tornam-se capaz de alimentar a si mesmas e a sua prole e, também, a buscar a divisão do trabalho em que cada um se dedica ao que faz de melhor.

Daí resultou sobre de tempo e de energia, além do mínimo necessário para a mera sobrevivência, liberando recursos para outras atividades como construir cidades, aprender a ler, escrever, inventar dinheiro e assim por diante. A consequência da máquina de tecelagem foi um ponto de inflexão na história, um deslocamento radical no status quo econômico.

Elevou nossa espécie de uma condição em que o mais importante era o que se podia fazer para nova situação em que o mais importante é o que se conhece. Dessa forma, nos tornamos mais valiosos pelo cérebro do que pelos músculos e, nesse processo, ficamos mais ricos, saudáveis, longevos e mais numerosos. Sendo assim, as revoluções devem ser avaliadas por seus impactos na vida das pessoas e, como tal, a Primeira Revolução Industrial não tem paralelo.

A substituição dos músculos pelas máquinas liberou o ser humano para fazer algo mais e, agora, precisava-se de menos mão de obra para produzir o essencial em termos de alimentos, roupas e abrigos, permitindo que mais pessoas se dedicassem a atividades não essenciais: _ ideias, invenções, aprendizado, política, artes e criatividade. E, portanto, a era moderna.

Dessa forma, as máquinas nos permitem trabalhar mais rápido, fazendo mais coisas em menos tempo, liberando mais tempo para outras atividades, produtivas ou de lazer. O que a Primeira Revolução Industrial criou foi uma enorme sobra de tempo, folga que foi aproveitada para inventar praticamente tudo o que define o mundo moderno. Há 400 anos, quase todo o mundo se dedicava à produção de itens básicos (alimentos, vestuário ou abrigo) e, hoje, as chances são de que muito pouca gente ainda se ocupe com essas trivialidades.

Há quem argumente que a Era da Informação é a Terceira Revolução Industrial e que, computação e comunicação, seriam as forças multiplicadoras, fazendo pelos serviços o que a automação fez pelas indústrias. Em vez de ampliar o poder dos músculos humanos, reforçam o poder do cérebro. Também podem gerar ganhos de produtividade nas indústrias e criar novas. E, ao possibilitar a execução das tarefas atuais com mais rapidez, liberam tempo para nos dedicarmos a novas tarefas.

Porém, da mesma maneira como as primeiras duas Revoluções Industriais exigiram que diversas tecnologias exercessem seu impacto, a invenção da computação digital não é suficiente para tal. Os primeiros mainframes passaram a executar algumas tarefas contábeis e estatísticas nas empresas e governos e os primeiros PC’s da IBM substituíram alguns trabalhos de secretariado, mas nenhum dos dois jamais mudou o mundo.
Somente quando os computadores foram combinados em redes e à Internet, eles realmente começaram a transformar nossa cultura. E, mesmo assim, o grande impacto econômico talvez não se manifeste nos serviços transformados pelos softwares, mas, em vez disso, pela maneira como transformaram a mesma área afetada pelas duas primeiras Revoluções Industriais: _ o trabalho de fazer as coisas em si.

Em suma, a aurorar da Era da Informação – cujos primeiros vestígios apareceram em 1950, se estendeu até o aparecimento do computador pessoal e culminou com a Internet e com a Web, na década de 1990 – certamente foi uma Revolução, mas não uma Revolução Industrial, até começar a produzir efeitos democratizantes sobre a fabricação – algo que está acontecendo agora.



Nenhum comentário :

Postar um comentário