O Que o Livro O
Príncipe Nos Ensina Sobre Fusões e Aquisições? Por Que Muitos Executivos São
Demitidos Depois de Uma Fusão?
Quando escreveu "O
Príncipe" em 1513, Nicolau Maquiavel tornou-se inadvertidamente no
"enfant terrible" da política do poder, personificando o mal e c
corrupção. Na verdade, Maquiavel não teve a intenção de legitimar a
perversidade, pois ele simplesmente descreveu em detalhes como os governantes
do século XVI aplicavam o poder, administravam suas propriedades, manipulavam e
lideravam seus súditos. Ao revelar os segredos do poder, Maquiavel atraiu para
si a fúria do rei prussiano Frederico II, o qual tentou bani-lo a qualquer
custo.
Oficial do alto comando em
Florença, Nicolau Maquiavel esteve sempre envolvido em assuntos domésticos e
internacionais, sendo um mestre em descobrir o sustentáculo do poder, mesmo em
situação política extremamente delicada.
Mas, quando a República Italiana
entrou em colapso descobriu-se sem trabalho, preso e sob suspeita de
conspiração. Dessa forma, ele escreveu "O Príncipe" durante sua
prisão e, embora escrevesse sobre política de Estado, muito do que disse
aplica-se até hoje às modernas corporações altamente politizadas e preocupadas
com as fontes e aplicações do poder.
Maquiavel nos dizia que um Estado
pode usar da força para coagir seus cidadãos a obedecer às leis, enquanto que
as corporações lançam mão de sanções do poder como transferências,
rebaixamentos ou demissões.
Seu livro – "O
Príncipe" – foi escrito para instruir governantes sobre os usos e abusos
do poder na gestão dos reinos, mas constitui-se também num guia clássico para
as estratégias de fusões e aquisições, enfatizando a visão renascentista do
indivíduo controlando de forma impiedosa a organização.
Na sua obra, Maquiavel não
escreveu sobre como a vida "deveria ser", mas, ao contrário,
descreveu como os líderes de sucesso realmente trabalham. Sobre incorporações,
Maquiavel recomenda que o antigo grupo administrativo seja despedido, quando a
cultura das organizações (adquiridas e adquirentes) forem semelhantes. Isso
pode parecer severo, mas, na verdade é o que ocorre em muitas organizações
modernas.
Pesquisas demonstram que mais de
60% dos executivos seniores de empresas adquiridas, são demitidos no intervalo
de três anos a partir da incorporação. O que aterrorizava os príncipes do
século XVI (perda de posto e poder) é o que torna hostil a maioria das
aquisições corporativas modernas. Não nos admiramos da defesa tão forte quanto
ás muralhas que circulavam as cidades – Estados.
A segunda recomendação de
Maquiavel foi a de conservar as condições preexistente, não se alterando leis
nem impostos. Após a demissão da antiga administração, a empresa adquirente
deveria agir vagarosamente nas mudanças ou interrompê-las por completo. Para
adquirentes de empresas de culturas corporativas muito distintas, Maquiavel
ofereceu três alternativas:
·
Liquidar
a adquirida.
·
Deslocar
o executivo-chefe para a nova dependência.
·
Estabelecer
um grupo administrativo de empregados leais e manter um relacionamento
distante, de simples transferência dos lucros para a empresa-mãe.
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