Ela
Fugiu do Orfanato, Virou Cantora, Atriz, Costureira e Mulher de Negócios.
Conheça o Nome Por Trás de Uma das Marcas de Perfumes Mais Conhecidas do Mundo.
CHANEL
costumava dizer que era impressionante a quantidade de perdas sofridas por quem
decide não ser algo, e sim alguém. Perdas essas, que inspiraram o que há de
melhor no trabalho da estilista que mais revolucionou o século XX. Foi ela quem
popularizou a moda e conseguiu construir – através de seu próprio nome – uma marca que é sinônimo
de luxo até hoje.
Gabrielle
Bonheur Chanel cresceu junto às irmãs em um orfanato na cidade de Auvergne e, aos
18 anos de idade acompanhada por uma prima, fugiu do lugar para tentar a
carreira de cantora e atriz.
Suas
primeiras apresentações foram em bordeis da cidade e foi nesse período que ela
ganhou o seu apelido (Coco) em homenagem a uma música que costumava cantar.
Para se sustentar, a jovem passou a costurar em uma casa de confecções, onde
descobriu o seu verdadeiro talento.
Sua
primeira loja foi fundada em 1910 com o investimento de seu amante, o
milionário britânico Arthur Boy Capel, era uma chapelaria bem diferente das que
existiam na época.
Enquanto
as mulheres da alta sociedade optavam por chapéus ostensivos repletos de
plumas, os criados por Chanel eram feitos de palha, uma simplicidade que a
seguiria por todas as coleções e a levaria a comprar brigas com roupas que
deixavam as mulheres desconfortáveis, como os famigerados espartilhos.
Chanel
soube crescer em meio à crise econômica na Europa, reflexo do pós-guerra e, como
os tecidos estavam escassos, ela passou a utilizar jersey, um material barato
que era destinado a cuecas masculinas e roupas de marinheiros. Além dos novos
tecidos, Coco introduziu vestidos mais simples, calças, que na época estavam
restritas ao guarda roupa masculino, e pérolas falsas.
Ao
longo de sua vida Chanel conviveu com diversos tipos de mulheres, desde freiras
que preferiam lavandas simples, cantoras, atrizes, prostitutas que usavam
jasmim para atrair os homens e até mesmo as mulheres da alta sociedade – que sempre
optavam por florais.
Para
traduzir as três personalidades em um frasco e
criar o perfume de uma mulher independente, ela passou a vida estudando
combinações. Em 1920, Dimitri Pavlovich, apresentou a estilista ao perfumista
da família Romanov, Ernest Beaux.
Juntos,
eles desenvolveram a mistura sonhada por Chanel: jasmim, rosas e aldeídos. A
partir de então, o trabalho da estilista nunca mais seria o mesmo. O perfume se
transformou em um ícone cultural associado à sensualidade. Soldados da Segunda
Guerra Mundial, mesmo enfrentando uma grave crise econômica, faziam filas para
comprar o produto e presentear suas mulheres.
Marilyn
Monroe também contribuiu com o Marketing ao declarar que
dormia apenas com duas gotas do nº 5. Entretanto, Coco teve uma vida
imprevisível e cheia de polêmica. Antissemita, ela apoiou a ocupação nazista na
França, entregou seus sócios judeus a Hitler e manteve um relacionamento com um
general nazista.
Chanel
faleceu aos 87 anos em uma suíte particular no luxuoso hotel Ritz, em Paris, um
final que surpreenderia as freiras que a criaram. Por não ter deixado herdeiros
diretos, a grife está sob o comando de Alain Wertheimer e Gerard Wertheimer,
netos de um dos financiadores do perfume nº 5, com o controle criativo de Karl
Lagerfeld. Ela costurou até o dia 10 de janeiro de 1971, seu último dia de
vida.
POR AGATHA JUSTINO (www.administradores.com)
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