A
Centenária Faber Castell Era Uma Pequena Oficina de Lápis Grafite no Norte da
Baviera Até Que Foi Assumida Por Lothar Von Faber.
O
leitor mais atento vai associar o nome acima com a famosa fábrica de lápis
Faber Castell, e com razão. Mas Lothar Von Faber não fundou a empresa – na
verdade, ele foi da quarta (4ª) geração de descendentes que administram a companhia.
Seu bisavô, Kaspar Faber, foi quem começou o negócio.
Porém,
Lothar Von Faber foi quem iniciou um processo agressivo de expansão que fez com
que tanto o armarinho da esquina quanto o Wal Mart comercializem até hoje o
lápis grafite com empunhadura de borracha made in Brazil, país que tem a maior
subsidiária global da companhia.
Aos
22 anos, Lothar voltou para a Alemanha com um objetivo claro: “subir à mais
alta posição fazendo o melhor que pode ser feito em qualquer lugar do mundo”. A
primeira sacada no comando da A.W. Faber foi estampar a marca nos produtos, uma
estratégia audaz de
branding.
O
cara era tão meticuloso quanto Steve Jobs na apresentação dos seus produtos e
fazia questão de associá-los a qualidade e durabilidade. Outra ação foi usar da
responsabilidade social muito antes dela virar moda. Ele criou, por exemplo,
planos de saúde para seus funcionários, abriu um banco para atender o público
interno, desenvolveu um fundo de pensão, creche e até um mercado privado, com
preços mais baixos.
A
companhia também diversificou e passou a criar lápis de vários tamanhos, além
de materiais para escritório. Resumindo um pouco a história, Lothar Faber
ganhou diversos títulos, incluindo o de Barão, dentro e fora da Alemanha.
Atualmente,
a família Faber Castell está na nona (9ª) geração à frente da companhia – o
conde Anton Wilhelm Von Faber Castell faleceu em janeiro de 2016, após 40 anos
na direção. A marca agora tem mais um desafio à frente: vender produtos para
escrita em uma época cada vez mais dominada pelas tecnologias digitais.
Apesar
de o filho único de Lothar Faber, Wilhelm Von Faber, ter estudado para assumir
os negócios da família, sempre teve uma inclinação mais artística. Wilhelm
perdeu ambos os filhos – um aos três e outro aos quatro anos de idade – e
faleceu precocemente aos 42 anos, deixando três filhas novas.
A
filha mais velha de Wilhelm, baronesa Otille Von Faber, casou em 1898 com o
Conde Alexander zu CastellRüdenhausen, que assumiu a presidência do grupo com a
morte da viúva de Lothar, em 1903. Por uma exigência incomum de Lothar em seu
testamento, a filha teve de manter o nome da família para proteger o legado, de
modo que o casal ficou conhecido como Conde e Condessa Von Faber Castell.
Após
a Primeira Guerra
Mundial,
as operações estrangeiras da A.W. Faber Castell foram confiscadas, logo no
início do voraz embargo econômico imposto à Alemanha. As subsidiárias
norte-americanas foram confiscadas e vendidas, incluindo a marca. A companhia
só voltaria a atuar nos EUA em 1994, após readquirir os direitos de marca.
A
empresa conta com cerca de sete (7) mil funcionários em todo o mundo, sendo 2,7
mil apenas no Brasil. Por aqui são produzidos 1,9 bilhão de lápis anualmente a
partir de madeira de reflorestamento. O portfólio local inclui mil itens que
são exportados para 70 países. Ou seja, o Brasil é um mercado-chave para as
operações da Faber Castell.
A
fábrica de São Carlos é a maior do mundo no segmento. No entanto, a história da
Faber Castell no Brasil não começou pela linhagem de Lothar Von Faber, e sim
pelo seu irmão, Johann Faber. Em 1932, a Faber Castell assumiu o comando das
operações da Lápis Johann Faber S.A. A unidade brasileira foi confiscada após a
Segunda Guerra, e em 1967, Roland Von Faber Castell adquiriu uma parcela
majoritária da companhia, incorporando-a à matriz alemã.
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