O
Que Fazer Quando Você Pode Dar um Passo Maior do Que o Chão Onde Pisa? Ele
Trouxe a revolução Industrial Para o Brasil, Embora Não tenha Recebido Muita
Gratidão em Troca.
O
gaúcho Irineu Evangelista de Souza arriscou, sem pestanejar. Em um país agrário
como o Brasil, ainda no regime de trabalho escravocrata, onde o único interesse
do império português e da elite era deixar as coisas como estavam, Irineu
Evangelista de Souza resolveu inovar toda a estrutura de trabalho e de produção
de bens e serviços, assumindo inclusive atividades que eram de competência exclusiva
do Estado.
O
Visconde (anteriormente Barão) de Mauá, que viveu entre 1813 e 1889, foi morar
no Rio de Janeiro ainda criança, onde começou a trabalhar como caixeiro na loja
Pereira de Almeida, a qual sobrevivia do tráfico de escravos.
Graças
à sua visão de negócios, ele conseguiu saldar uma dívida do seu empregador, que
o recomendou à firma de importação e exportação inglesa Carruthers & Co.,
que logo lhe ofereceu um cargo.
Assim,
antes dos 30 anos ele já era dono de uma razoável fortuna e, aos 23 anos,
tornou-se sócio da própria Carruthers e passou a tocar o negócio quando os seus
donos voltaram para a Inglaterra.
Ao
visitar a terra da Rainha – então vivenciando o auge da Revolução Industrial –
Irineu quis implementar o mesmo sistema no Brasil, pois o país precisava de
estradas de ferro para escoar a produção agrária para os portos, além de
tecnologia a vapor, de indústrias e etc... Em suma, era necessário superar as
características de uma nação exclusivamente agrária para uma nação
empreendedora, industrial e moderna.
Em
1846, empregando apenas trabalhadores pagos, fundou a indústria naval
brasileira, a qual produzia instrumentos necessários para a mecanização e para
a automação dos engenhos de açúcar.
A
partir de então ele implementou diversos serviços pioneiros, como a Companhia
de Gás para iluminação pública do Rio de Janeiro, a primeira estrada de ferro
do Brasil (Raiz da Serra – Petrópolis), a primeira estrada pavimentada
(Petrópolis – Juiz de Fora) e implantou redes de cabos telegráficos submarinos
entre o Brasil e a Europa – feito que lhe rendeu o título de Visconde.
Também
foi um empreendedor bem sucedido como banqueiro, pois ele abriu o primeiro
Banco do Brasil e foi dono do Banco Mauá, com várias filiais no Brasil e no
exterior, embora sua relação com o império de D. Pedro II tenha sido
turbulenta.
Apesar
de fazer verdadeiros favores e de buscar uma relação amigável com o Estado, o
aconselhamento das elites agrárias foi suficiente para minar os seus negócios e
deixá-lo com dívidas exorbitantes – não era incomum que suas fábricas fossem
sabotadas – e todos os débitos foram quitados, poucos anos antes de sua morte.
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