Está na Hora das
Organizações Utilizarem a Criptomoedas Para Remunerar Funcionários?
Para alguns, é o futuro financeiro – e
mudará a maneira de encararmos o dinheiro – e, para outros, trata-se de uma
moda passageira; isto é, uma bolha que pode estourar a qualquer momento. Estamos
falando do bitcoin, uma criptomoeda
que foi desenvolvida para oferecer privacidade e dispensar intermediários nas
transações com bancos e governos.
Inicialmente tímida, a moeda virtual chama
a atenção pela sua valorização. A previsão é que os gastos globais com blockchain cheguem a U$ 9,2 bilhões em
20121, ante U$ 945 milhões em 2017. No Brasil, os números também são
impressionantes, pois só no último mês de 2017 foram negociados R$ 2,5 bilhões
em plataforma da empresa Mercado Bitcoin.
Se até então, as organizações que lidavam
com bitcoins eram as que negociavam a moeda, algumas de fora do ramo já vêm
surfando nessa onda. A Burger King – por exemplo – criou a própria moeda na
Rússia e, a KFC, passou a aceitar pagamentos em bitcoins em suas unidades no
Canadá. A Kodak também anunciou seu dinheiro virtual no início de 2018.
Já a empresa de tecnologia japonesa (GMO
Internet) foi além e, começou a dar aos funcionários, a opção de receberem o
salário em bitcoin. A ideia é melhorar o entendimento a respeito das moedas
virtuais, pois afinal, mesmo para os que estão animados com as perspectivas
trazidas pela transação, a ideia ainda é novidade.
No Brasil, a Comissão de Valores
Mobiliários anunciou que os fundos não poderiam investir em bitcoins e, para
alguns, esse foi um sinal de más notícias. O assunto será alvo de
regulamentação. “Espera-se que as moedas sejam legalizadas por aqui, mas há
poucas certezas em relação a como serão regulamentadas”, disse Bruno Ramos –
Diretor da Veirano Advogados.
No entanto, existe a possibilidade de que
proíba o uso, ou então, de que sejam cobradas taxas, o que tornaria o mercado
menos atraente. Afinal, uma de suas grandes vantagens são as trocas
internacionais sem burocracia. Há também dificuldades trabalhistas. “Na lei,
qualquer contrapartida precisa ser através de pagamentos oficiais, o que não é
o caso ainda do bitcoin”, disse
Adilson Silva, sócio da Consultoria Mazars Cabrera. Ele cita a volatilidade do
mercado. “O funcionário pode receber hoje um valor e no dia seguinte ter uma
soma diferente”.
Para Silva, é cedo para falar em
remuneração em bitcoins, pois pode
haver demora na sua liquidação; isto é, em sua troca por outras moedas. Mesmo
assim, essa é a aposta de muitos e, um bom exemplo é a Bitwage, com sede na
Califórnia, a qual possui mais de dez mil usuários entre pessoas físicas e
corporações. Por meio da plataforma, as companhias podem fazer um pagamento e o
funcionário escolher em que moeda quer receber.
“A maioria dos nossos clientes são da área
de tecnologia e, quando a pessoa aceita receber em bitcoins, ela já está ciente
das condições”, disse Fabiano Dias da Bitwage, o qual também é pago assim e usa
serviços de boleto que aceitam a moeda para quitar suas contas. Para ele, essa
possibilidade traz vantagens à organização. “O bitcoin pode cativar o funcionário, bem como um escritório bacana
ou outros benefícios”, disse ele.
Usar a criptomoeda como estratégia de
remuneração está longe de ser a única forma de as companhias aproveitarem essa
tecnologia. Ela permite que as empresas criem a própria moeda, uma forma de dar
ações aos funcionários. Apesar das incertezas, a criptomoeda não deve
desaparecer tão cedo do mercado e precisa ser avaliada pelas organizações
tradicionais. Mas, é bom ir com cautela. “É importante como você vai contabilizar
isso”, disse Vilanova da EY. “E ter a certeza de que quem optar por receber em
criptomoeda, tenha a certeza de como funciona”
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