Como Eram Divididos os Esquemas das Artes Liberais
Clássicas? Qual a Relação de Pitágoras Com Essas Artes? Que Disciplinas Eram
Estudadas no Trívio? E no Quadrívio?
As artes liberais clássicas podem ser divididas em Trivium e Quadrivium (Trívio e Quadrívio), tornando-se o principal modelo de
educação na Antiguidade e na Idade Média. As chamadas
“Artes Liberais Clássicas”, ou
“As Sete Artes Liberais”, constituíram o modelo de educação
durante a antiguidade clássica (greco-romana) e
a Idade Média.
O termo “Liberal”, implicado no título que se dá a
tais artes, procede do latim liber,
que significa “livre”, no sentido de ter liberdade para escolher a instrução,
para procurar a educação, sob a orientação de um mestre. Essa era a principal
característica da educação liberal até o fim da Idade Média: a não
obrigatoriedade da educação e o não enquadramento ela pelo poder estatal.
O esquema das Sete Artes Liberais era dividido
em Trivium e Quadrivium, sendo o primeiro composto por
três (3) disciplinas: a lógica, a gramática e a retórica e, o segundo era
composto por quatro (4) disciplinas: a aritmética, a astronomia, a música e a geometria.
Esse esquema figurou pela primeira vez durante o século IX d.C., sob o império
erguido por Carlos Magno, que procurou reordenar a cultura herdada do
Império Romano.
Entretanto, essa organização em duas (2) áreas do
conhecimento remetia à concepção de estudo desenvolvida pelo matemático e
filósofo grego Pitágoras (de Samos). Pitágoras – tal como vários
de seus contemporâneos – era muito interessado em obter um tipo de conhecimento
que desse conta da totalidade das coisas existentes, desde o âmbito
propriamente humano (isto é, da linguagem, dos modos de expressão e de
raciocínio) até o âmbito natural (isso implicava desvendar os símbolos
“ocultos” na linguagem da natureza).
Nesse sentido, o Trivium – lógica, gramática e retórica – englobava o âmbito da
linguagem desenvolvida pelos homens, desde o raciocínio lógico-dialético até o
método gramatical (entonação, contato com poemas épicos, fábulas, texto de
oradores, etc.).
Já o Quadrivium dava
continuidade a esses estudos, disponibilizando ao estudante ferramentas para
entender a organização do mundo natural e a simbólica dos números. As formas geométricas,
os cálculos (teoremas, etc.) de fenômenos do mundo físico e astronômico, bem
como o conhecimento das sete (7) notas musicais, eram estudados pelas
disciplinas do Quadrivium.
Havia também uma singular analogia entre as Sete
Artes Liberais e a ordem cósmica dos sete planetas visíveis a olho nu: [...]
“analogia com o sentido simbólico dos planetas, relacionando a retórica com
Vênus; a gramática com a Lua; a lógica com Mercúrio; a aritmética com o Sol; a
música com Marte; a geometria com Júpiter; e a astronomia com Saturno” ([1])
Esse modelo de educação liberal foi infundido também nas Universidades Medievais,
e o método da escolástica – no qual se formaram personalidades
como São Tomás de Aquino – seguia os quadros do Trivium e do Quadrivium. Um dos principais
expositores medievais do método da educação liberal
foi Hugo de São Victor, com sua obra Didascalicon.
Cláudio Fernandes
(https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/artes-liberais-classicas.htm
)
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