Nós Temos Capacidade de Captar Toda a Realidade Das
Experiências Que Ocorrem ao Nosso Redor? Nossas Ações e Julgamentos Estão
Embasados em Conhecimentos Completos dos Fatos Externos? Nós Sabemos Exatamente
Tudo o Que Aconteceu em Uma Determinada Experiência?
Fundamentalmente,
todos nós temos cinco (5) sistemas sensoriais: - o visual, o auditivo, o
olfativo, o cinestésico (tato) e o paladar. Através deles nós tomamos contato
com a realidade exterior. A todo instante estamos interagindo com o mundo
externo, captando as informações através dos canais sensoriais e, dessa forma,
nós as processamos internamente através de nossos canais favoritos (visual,
auditivo ou cinestésico) e reagimos através de comunicação por palavras e
comportamentos específicos.
Quando
uma pessoa tenta se comunicar com outra, na verdade ela está tentando
transmitir sua própria “realidade subjetiva”; ou seja, é a
sua compreensão de uma situação do mundo exterior. Então, para compreender a
essência de uma comunicação a pessoa deve compreender algo sobre a natureza da
realidade. O processamento da nossa mente pode até ter um padrão observável,
mas os resultados desse processamento são diferentes um do outro e, na verdade,
pode-se afirmar que os entendimentos – e significados – são tão diferentes
quanto às impressões digitais das pessoas.
Para
piorar essa questão, deve-se considerar a linguagem, pois ela modela o nosso
pensamento. Nós confundimos esse fato com a realidade e, certamente, isso cria
falsas certezas. Com as palavras nós procuramos isolar coisas que somente podem
existir com continuidade. Falhamos ao ver o processo, a mudança, o movimento e,
se tivermos que experimentar a realidade, devemos conhecer os limites da
linguagem.
As
diferenças já começam com as características neurológicas que nos identificam
como humanos. Nossos canais sensoriais como seres humanos contém limitações,
como nossa capacidade visual por exemplo – restrita a um certo espectro de
cores, detalhes e brilho.
Em
outras palavras, há muitas cores, detalhes e intensidade que não conseguimos –
ou não suportamos – ver como seres humanos. Nossa capacidade auditiva também é
limitada a uma estreita faixa de decibéis e, o mesmo ocorre com nossos canais
sensoriais do tato, do olfato e do paladar.
Sendo
assim, pode-se afirmar que os seres humanos percebem apenas uma parte do
fenômeno físico presente ao nosso redor e essas limitações neurológicas são
transmitidas geneticamente. Tais limitações de nossas percepções são
reconhecidas pelos cientistas que trabalham como o mundo físico, desenvolvendo
aparelhagens que ampliam essas capacidades limitantes. Dessa forma,
estabelece-se aqui dois (2) pontos:
·
Existe
uma diferença necessária entre o mundo e qualquer modelo – ou representação
interna – particular que se faça dele.
·
Os
modelos de mundo criados por cada um de nós são diferentes entre si.
Filtros da Percepção
Nosso
sistema neurológico determina o 1º conjunto de “filtros” que diferenciam o
mundo (o território) das representações mentais que fazemos do mesmo (o mapa).
Nossa experiência interna difere do mundo externo de uma 2ª maneira: por meio
do conjunto de “filtros sociais” que nos caracteriza como seres humanos
pertencentes a um determinado grupo sócio racial.
E o
filtro social mais comum é o nosso sistema linguístico; isto é, palavras ou
frases de uma determinada linguagem possuem significados que não existem em
pessoas de outras línguas ou grupos sociais.
Há
uma 3ª maneira de influenciar nossa compreensão do mundo exterior, que ocorre por
meio de nossas próprias restrições – ou filtros sociais. Isto é, das
representações que criamos, baseadas em nossa história pessoal. Cada ser humano
tem experiências que constituem sua própria história pessoal e, essa história
pessoal, é tão peculiar à pessoa como o são suas digitais. E como cada pessoa
tem experiência próprias de crescimento e de vida, a história pessoal de duas
vidas jamais será igual.
Os
filtros neurológicos são os mesmos para todos nós e os sócio raciais também são
os mesmos numa determinada comunidade sociolinguística. Estes são mais
facilmente superáveis que os neurológicos, tanto que muitas pessoas podem falar
mais de uma língua. Já os filtros pessoais nos identificam como indivíduos e
são a base das diferenças entre nós; mas, em compensação, são mais facilmente
modificáveis que os filtros sociolinguísticos.
Assim,
a experiência que cada um de nós capta do mundo exterior já chega até nós um
tanto distorcido, em razão da ação dos filtros neurológicos e sociolinguísticos
e, ao passar por nosso filtro pessoal (processamento mental interno), essas
informações já alteradas sofrem modificações em virtude de nossa própria
personalidade (criadas por nossas experiências passadas) e do nosso sistema de
crenças e, o resultado desse processamento, é o nosso MAPA – ou “modelo pessoal
representativo do fato ou da experiência do mundo exterior”.
E é
dentro deste MAPA que vivemos, criamos os significados, compreensões, emoções
e, consequentemente, nossos comportamentos para reagir no mundo exterior.
Portanto, a referência que criamos para nos guiar no mundo exterior baseia-se
em nossas experiências pessoais, criando assim modelos, mapas ou “realidades
subjetivas” diferentes e individualizadas do mundo. E sua principal
característica é que “o mapa não é o território que ele representa, mas se
estiver correto possui uma estrutura semelhante a do território, o que
justifica sua utilização” (A. Korzybski, “Science
& Sanity”, 1959).
Mapas Como Metáforas
A
maioria das pessoas tem um conceito limitado de “mapa” como representação de um
espaço geográfico específico. Para encontrarmos nosso caminho através da
percepção das informações e a consequente comunicação, precisamos de “mapas”
que nos digam onde estamos em relação às informações e nos permitam fazer
comparações entre as informações arquivadas e as novas.
Os
mapas podem ter uma infinidade de formas. Uma tomografia computadorizada – por
exemplo – é um mapa do corpo humano e uma lista de compras é o mapa de uma
expedição ao supermercado. Um gráfico de produção anual de uma empresa mapeia
seu rendimento. Sendo assim, você pode mapear tanto ideias e conceitos quanto
locais físicos. Dessa forma, os mapas são informações de referências pelo fato
de serem usados para dirigir – ou influenciar – o rumo que seguimos na vida.
Portanto,
os mapas são meios metafóricos que nos permitem entender e agir sobre a
informação e os dados percebidos de fontes exteriores. Dessa forma, o mapa deve
cumprir seu objetivo e possuir a maior quantidade possível de informações e de
melhor qualidade possível (de fontes exteriores) para que se possa chegar a
decisões de qualidades e eficiência e agir sobre o mundo exterior da forma mais
segura e eficaz.
Nenhum comentário :
Postar um comentário