sexta-feira, 21 de julho de 2023

A Ascensão da Alemanha Nazista

 

Como Foi o a Ascensão Nazista Sob Ponto de Vista Econômico? E Sob o Ponto de Vista Político? Qual a Relação da Crise Mundial e a Ascensão do Nazismo?



 

A Alemanha foi a grande derrotada na Primeira Guerra e durante a Conferência de Versalhes (1919) teve que assinar a própria culpa da guerra, além de sujeitar-se ao pagamento de uma vultosa indenização. Antes da assinatura do armistício já sofrera sérios abalos, pois o kaiser fora deposto e se estabeleceu um Governo Provisório, nascendo a República de Weimar.

Esse governo era composto de socialdemocratas que apelaram para o Exército e o Estado-Maior – monarquistas e conservadores – a fim de derrotar a Revolução: _ os comunistas foram esmagados e seus líderes executados. Paralelamente aos distúrbios, o Governo Provisório convocou uma assembleia constituinte para organizar juridicamente a nova República.

A Alemanha ganhou uma Constituição liberal com um presidente sendo eleito por voto universal. O Poder Legislativo ficou nas mãos do Parlamento, permanecendo a assembleia dos representantes do Estado com as funções consultivas. O regime era parlamentarista e o chanceler (primeiro-ministro) era diretamente responsável perante o Parlamento.

Do ponto de vista econômico, o período foi caótico, sobressaindo a crise inflacionária. O marco foi desvalorizado, o que facilitou o aumento das exportações de produtos industrializados e ajudou o processo de concentração industrial e financeira. A inflação – em curto prazo – levou ao empobrecimento dos que dependiam de salários (operários e classe média), daí o aumento da agitação política.

Do ponto de vista político, a insatisfação se expressou por tentativas golpistas de tomada do poder, observando-se a emergência de grupos de extrema direita, ultranacionalistas e monarquistas. O auge da crise econômica e política ocorreu em 1923, quando – na Baviera – uma tentativa de golpe da extrema direita chefiada pelo Marechal Ludendorff e por Adolf Hitler.





Hitler estava era ligado a uma organização (fundada em 1919) denominada de Partido Operário Alemão, cujo nome foi trocado para Partido Nacional-Socialista Operário Alemão e sua insígnia era a bandeira vermelha marcada com a cruz gamada que tinha utilizado os voluntários do Báltico.

O programa – confuso e demagógico – denunciava os marxistas, os judeus e os estrangeiros, prometendo trabalho a todos e realizações sociais. No final de 1921, o Partido Nazista contava com cerca de três mil membros, mas ainda não era senão um modesto grupo.

A tentativa fracassou por falta de apoio de outros grupos políticos, Hitler pegou cinco anos de prisão e alguns meses depois foi libertado. Na prisão escreveu aquilo que seria considerada a Bíblia do nazismo (“Minha Luta”).

  

A Crise Mundial e a Ascensão do Nazismo (1929 / 1933)

 

O período foi marcado pela crise econômica do sistema capitalista, atingindo em cheio a Alemanha. A Crise e a Depressão que se seguiram trouxeram na sua esteira as falências, o desemprego, o declínio da produção agrícola e industrial. Tudo se refletiu no agravamento dos antagonismos e na ascensão dos partidos extremistas.

Paralelamente, multiplicaram-se os choques entre os comunistas e os grupos paramilitares de direita e, principalmente, os nazistas. Estes possuíam uma complexa organização e contavam com o financiamento das grandes empresas, de vez que o nazismo lhes parecia um defensor da ordem contra o perigo bolchevista. O desespero e o temor ao comunismo levaram a pequena burguesia para as fileiras do Partido Nazista.

Os demais partidos moderados (Socialdemocratas e os Católicos) perderam força política pela inépcia e indecisão. As novas eleições – realizadas em 1932 – não  deram a maioria ao governo. Mas, o impasse foi resolvido com a escolha de Hitler para a Chancelaria, em 30 de janeiro de 1933.

 

O Regime Nazista

 

A partir da sua ascensão a chanceler, começou a nazificação da Alemanha acelerada após a morte de Hindenburg, quando Hitler também assumiu o poder presidencial. Em pouco mais de seis meses de gestão como Führer, Hitler iniciou a organização do Terceiro Reich.

A Gestapo (polícia secreta do Estado) começou a enviar milhares de opositores para os campos de concentração e, os próprios nazistas, foram eliminados em grande massacre (a “Noite dos Longos Punhais” – 1934).

Em 1935, os judeus – considerados “raça inferior” – foram excluídos do direito de voto, eliminados dos empregos públicos e perseguidos ferozmente. A propaganda oficial, estimulando a histeria popular, atiçou a população contra os judeus, ocorrendo a destruição de suas propriedades, o incêndio das sinagogas e o envio em massa para os campos de concentração.

A propaganda oficial dava ênfase aos temas racistas, defendendo a superioridade da raça ariana encarnada pelo povo alemão, ameaçado pelos judeus, eslavos e latinos “inferiores e degenerados”. Preparando sua investida diplomática na Europa, aumentou a pregação nacionalista no sentido de destruir o humilhante Tratado de Versalhes.

Daí, era preciso a integração das comunidades alemãs dispersas na Europa e conquistar a Polônia e a Ucrânia, regiões vitais ao povo alemão. Isso implicava um ajuste de contas com a França e com os eslavos. A juventude e os trabalhadores foram enquadrados em organizações controladas pelos nazistas, ao mesmo tempo em que se fundavam corporações de patrões e empregados. A educação voltou-se basicamente para os esportes e realizaram-se grandes obras públicas, visando dar o “pleno emprego” prometido.

A política externa nazista respondeu às necessidades de expansão do grande capital alemão: _ caracterizou-se por uma tônica agressiva, iniciando-se a escalada que conduziu à guerra e, no início de 1939, as atenções alemãs se voltaram para a Polônia. Já preparando a guerra contra esse país, fez-se com a URSS o Pacto de Não Agressão e, em setembro de 1939, a Polônia foi invadida e iniciou-se a Segunda Guerra Mundial.


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