Qual Era a relação da Ideologia
do Iluminismo Com a Independência Americana? Como Ocorreu a Expansão
Territorial Americana? Que Problemas Foram Criados Pela Revolução Francesa Para
a Independência dos EUA?
Diante disso,
frustravam-se as tentativas de intervenção pretendidas pelas monarquias
europeias da Santa Aliança.
Assim como as
ideias de libertação foram reforçadas pela ideologia do Iluminismo, servindo de
justificativa para as lutas de independência, a Doutrina Monroe e o
Pan-Americanismo reforçaram os sentimentos nacionalistas e de reação às ameaças
intervencionistas das potências europeias.
Os EUA eram o
grande exemplo a ser seguido e na segunda metade do século XIX entraram em cena
como uma das grandes potências internacionais: a vitória do Norte (capitalista
e industrial) e a expansão territorial permitiriam que os EUA se colocassem
como potência econômica.
Na passagem
do século, a frase “a América Para os Americanos” começou a ter
outro sentido e tornava-se evidente o peso do imperialismo, pois a antiga
relação metrópole europeia-colônia americana tenderia a ser substituída pela
relação Estados Unidos / Países Latino-Americanos.
Os Estados Unidos no Século XIX
O século XIX
assinalou a entrada dos EUA no cenário das grandes potências internacionais e,
internamente, a vida política desenvolveu-se cada vez mais em torno dos
problemas criados pelo crescente antagonismo entre o Norte capitalista,
industrial e o Sul agrário e escravista.
As liberdades
individuais foram asseguradas pelas emendas na Constituição, enquanto sua
população triplicava com muitos imigrantes de vários países da Europa.
Esses
imigrantes iam a busca de oportunidades, sulcando e alargando o território
norte-americano que, no ano de 1840, acabaram atingindo o Pacífico.
A expansão
territorial foi conseguida pela expropriação da terra dos índios, pela compra
de territórios das potências europeias e pela tomada da metade do território
mexicano. De 1861 a 1865 o país mergulhou em sangrenta guerra civil, vencida
pelas forças do Norte (a Guerra de Secessão).
A Consolidação da Independência
Após a
Constituição de 1787, os EUA tiveram como presidente (1789/1796) George
Washington, cujo governo consolidou a união estabelecida. Habilmente procurou
solucionar questões diplomáticas com os Estados europeus, cujas colônias limitavam
com o território norte-americano.
Ele procurou
valorizar os territórios federais do Oeste, abrindo-os à intensa colonização
mediante facilidades oferecidas aos pioneiros. Aliás, desde 1787 fora
estabelecido que os territórios entre os montes Apalaches e o rio Mississipi
pertenceriam à União, cabendo à esta vender as terras e transformar o
território em novo Estado – quando sua população atingisse 60 mil habitantes.
Washington
procurou governar acima das paixões políticas, chegando a reunir em seu gabinete
dirigentes dos dois partidos (Thomas Jefferson e Alexander Hamilton). O 1º
liderava os Republicanos (que originaram os atuais democratas),
incluindo os proprietários rurais, operários e pequenos negociantes.
Hamilton
estava à frente dos Federalistas (os quais procederam os Republicanos
atuais) que reuniam banqueiros, comerciais, industriais, partidários do governo
mais centralizado e admiradores da Inglaterra.
Entretanto, a
Revolução Francesa criou problemas para os EUA, não só porque acentuou as
divergências entre Republicanos e Federalistas como agravou o antagonismo com a
Inglaterra.
Os ingleses
não aceitavam a independência dos EUA como um fato consumado e, apesar das
ligações econômicas mantidas com os Estados agrícolas do Sul, procuravam
impedir o comércio norte-americano com a França revolucionária feito pelos
Estados do Norte.
O apresamento
de embarcações pelos ingleses tornou-se prejudicial aos norte-americanos e
constituiu atentado à soberania dos EUA, cujo governo defendia a liberdade do
comércio.
Além disso, o
recrutamento forçado de tripulantes de navios norte-americanos pelos ingleses,
as hostilidades dos indígenas no Oeste – que eram estimuladas pelos súditos
britânicos do Canadá – constituíram outros fatores da guerra contra a
Inglaterra (a Segunda Guerra da Independência – 1812 / 1814).
Apesar dos
desastres, o Tratado de Gand não implicou nenhuma modificação no mapa político
dos EUA e, além disso, reforçou os sentimentos nacionalistas o que consolidou a
União. Durante esse período, sentindo-se ameaçado pelas potências europeias, os
EUA formularam a Doutrina Monroe (1817/1825) contida em mensagem presidencial
ao Congresso.
A Formação Territorial Americana
Quando os EUA
se libertaram da Inglaterra, o território da União limitava-se à região entre o
litoral do Oceano Atlântico e os montes Apalaches, acrescida da área entre as
referidas montanhas e o rio Mississipi, as quais permaneciam ocupadas pelos
indígenas.
A “Marcha
Para o Oeste”, concretizada pelos pioneiros – aventureiros querendo enriquecer,
enfrentando os caçadores indígenas e querendo tirar-lhes as terras – foi
favorecida pelo afluxo de imigrantes europeus predominantemente de irlandeses,
alemães e ingleses.
Outros
fatores foram a escassez de terra na faixa litorânea, a procura de produtos
agroindustriais para alimentar os homens, a busca de metais preciosos, as
perseguições religiosas aos mórmons e também a aplicação de capitais ingleses
na construção de ferrovias visando ao escoamento da produção de uma agricultura
comercial.
Posteriormente,
a expansão atendeu à necessidade de conquistar pastagens para os rebanhos e à
valorização de rotas para o Extremo Oriente, em face da abertura da China.
Etapas
importantes foram a compra da Luisiana à França e da Flórida à Espanha que
ampliaram os territórios da União, sem esquecer que a Flórida proporcionou o
acesso direto às Antilhas.
A expansão
prosseguiu à custa do México, cuja anarquia tornava seus territórios –
escassamente povoados – presas tentadoras para os plantadores sulistas. Progressivamente
colonos norte-americanos se instalavam no Texas – província mexicana –
intensificando-se os atritos e, em 1836 após derrotar as tropas do presidente
Santa Ana, proclamaram a República Independente do Texas mais tarde (1845)
incorporada à União.
Este fato
provocou a guerra contra o México (1846/1848) que terminou com o Tratado de
Guadalupe-Hidalgo, pelo qual os mexicanos reconheceram a perda do Texas e
indenizados em 15 milhões de dólares, cederam territórios correspondentes ao
Novo México, Califórnia, Colorado, Nevada, Utah e Arizona garantindo aos
americanos acesso ao Pacífico.
A formação
territorial completou-se com a compra ao México de um disputado território em
1853 (Gadsden) e, pouco depois, os EUA adquiriram o Alasca à Rússia por 7
milhões de dólares. Após a guerra contra o México – permitindo o acesso ao
Pacífico – os EUA se interessaram pelo Extremo Oriente, abrindo o Japão ao
comércio internacional.
Destacou-se o
governo de Andrew Jackson (1829/1837) do Partido Democrático que reunia antigos
Republicanos do Sul, populistas do Oeste e trabalhadores do Norte; ou seja, o
homem comum.
Com ele, o
governo deixou de ser exercido por aristocratas rurais e expandiram-se as
ideias de uma sociedade branca igualitária, de liberdade comercial e econômica.
Ocorreram
reformas, ampliou-se o sufrágio, e removeu-se os índios para as reservas do
Oeste; porém, manteve-se a escravidão negra a fim de atender aos interesses dos
sulistas.
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