Qual o Principal Objetivo de Uma Estratégia Genérica?
O Que é Um Grupo Estratégico Dentro de Uma Empresa? Quais as Principais
Atividades da Cadeia de Valor de Uma Organização?
Esse texto visa contribuir com o
leitor na análise da estratégia apresentada por Michael Porter e, depois disso,
possa formular cadeias de valor e construir modelos de negócios orientados às
atividades pertinentes. Ansoff sistematizou uma teoria de planejamento
estratégico para as organizações, mas foi Michael Porter quem buscou novas
abordagens para as questões das estratégias competitivas.
O esforço realizado por ele
resultou em várias contribuições importantes para o pensamento estratégico e a
principal delas é a “Cadeia de Valor”. O conceito de agregação de valor pela
realização das atividades primárias e secundárias é uma das estratégias
genéricas de competição proposta por Porter. Ele apresentou o conceito da cadeia
de valor como uma forma de examinar as atividades que uma empresa
desempenha e interage, buscando analisar as fontes das vantagens competitivas.
Conforme Porter ([1]),
“o objetivo de qualquer estratégia genérica é a criação de valor para os
clientes, obtendo-se lucro na atividade. Sendo assim, a cadeia de valor
demonstra o valor total, comportando as atividades de valor e as margens de
lucro. Implícitas. Atividades de valor são as atividades físicas e tecnológicas
que a empresa desempenha e, a organização dessas atividades, cria um produto que
agrega valor aos seus clientes. As margens são a diferença entre o valor total
gerado e os custos envolvidos na consecução dessas atividades”.
Não se pode entender a vantagem
competitiva sem analisar a empresa como um todo e a análise da cadeia de valor busca
compreendê-la como um grande processo de atividades inter-relacionas, buscando
adicionar um valor específico ao cliente. Sendo assim, as atividades da cadeia
de valor da organização estão separadas em:
1. Atividades Primárias:
·
Logística de Entrada: atividades
associadas ao recebimento, armazenagem e distribuição de insumos.
·
Operações: transformação de insumos no
produto final, usinagem, embalagem, montagem, manutenção de equipamentos,
teste, impressão e operações de instalação.
·
Logística Externa: coleta, armazenagem e
distribuição física do produto aos compradores, como armazenagem de produtos
acabados, manuseio de material, operação de entrega, processamento de pedidos e
programação.
·
Marketing e Vendas: publicidade,
promoção, vendas, cotação, seleção de canal, relacionamento no canal e
definição do preço.
·
Serviços Pós-Vendas: instalação, reparo,
treinamento, fornecimento de peças de reposição e ajustes de produto.
2. Atividades Secundárias:
·
Compras: aquisição de matéria-prima,
suprimentos, consumíveis, máquinas, equipamentos e instalações físicas.
·
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): melhoria
de produto/processo, pesquisa e desenvolvimento e projeto de produtos.
·
Gerenciamento de RH: recrutamento,
contratação, treinamento, desenvolvimento e remuneração de pessoal.
·
Infraestrutura da Empresa: gerência
geral, planejamento, finanças, contabilidade, gestão da qualidade, etc.
A Cadeia de Valor e o desempenho
das atividades individuais refletem a história da empresa, a definição da
estratégia genérica, a implementação da estratégia e os fundamentos econômicos
de sua atividade como um todo. A abordagem de Porter para a estratégia do
século XXI está baseada na análise da Cadeia de Valor como um conjunto de
atividades desenvolvidas de maneira única, sendo chamada de “sistema de
atividades” – uma das principais ferramentas estratégicas para as organizações.
Após a formulação da Cadeia de Valor o momento seguinte da abordagem de Porter
para a geração de estratégias é a escolha de um posicionamento estratégico para
a organização e, diante disso, o primeiro conceito a ser abordado é o de grupo
estratégico:
Grupos Estratégicos
É um conjunto de empresas em um
setor que segue estratégias semelhantes, relativamente à determinadas
dimensões. O número de grupos estratégicos varia em função do grau em que as
empresas têm (ou não) estratégias diferenciadas, com relação a uma determinada
estratégia.
Dessa forma, se todas as organizações em um setor seguirem a mesma
estratégia, haverá um único “grupo estratégico” e, se todas apresentarem
estratégias diferentes, cada uma constituirá um “grupo estratégico”.
Mapas Estratégicos
A abordagem de Porter define os
mapas estratégicos como uma compreensão dos diferentes grupos existentes no
mercado e, para interpretá-los, deve-se avaliar as implicações para a
estratégia da empresa estudada, os grupos estratégicos mais bem (ou mal)
sucedidos no setor e os movimentos de cada concorrente.
Deve-se trabalhar com
as dimensões mais importantes para o setor, sejam de ordem qualitativa ou
quantitativa. E, como podemos proceder essa análise? Realizando a análise de
grupos estratégicos composta por seis (6) etapas:
·
Definição dos concorrentes
·
Definição de uma lista de dimensões estratégicas
relevantes para atuação no setor
·
Seleção, da lista anterior, das dimensões
estratégicas que afetam a posição competitiva das empresas na indústria
·
Plotagem de um mapa estratégico com duas
dimensões
·
Definição de quais são os grupos estratégicos no
setor
·
Interpretação do mapa estratégico
OBSERVAÇÃO: Realizado esse exercício, o estrategista pode
buscar a escolha de uma posição estratégica da sua organização, a qual garanta
a geração de vantagens competitivas sustentáveis ao longo do tempo.
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