sexta-feira, 21 de junho de 2019

Cadeia de Valor – Uma Estratégia de Michael Porter



Qual o Principal Objetivo de Uma Estratégia Genérica? O Que é Um Grupo Estratégico Dentro de Uma Empresa? Quais as Principais Atividades da Cadeia de Valor de Uma Organização?







Esse texto visa contribuir com o leitor na análise da estratégia apresentada por Michael Porter e, depois disso, possa formular cadeias de valor e construir modelos de negócios orientados às atividades pertinentes. Ansoff sistematizou uma teoria de planejamento estratégico para as organizações, mas foi Michael Porter quem buscou novas abordagens para as questões das estratégias competitivas.


O esforço realizado por ele resultou em várias contribuições importantes para o pensamento estratégico e a principal delas é a “Cadeia de Valor”. O conceito de agregação de valor pela realização das atividades primárias e secundárias é uma das estratégias genéricas de competição proposta por Porter. Ele apresentou o conceito da cadeia de valor como uma forma de examinar as atividades que uma empresa desempenha e interage, buscando analisar as fontes das vantagens competitivas.

Conforme Porter ([1]), “o objetivo de qualquer estratégia genérica é a criação de valor para os clientes, obtendo-se lucro na atividade. Sendo assim, a cadeia de valor demonstra o valor total, comportando as atividades de valor e as margens de lucro. Implícitas. Atividades de valor são as atividades físicas e tecnológicas que a empresa desempenha e, a organização dessas atividades, cria um produto que agrega valor aos seus clientes. As margens são a diferença entre o valor total gerado e os custos envolvidos na consecução dessas atividades”.

Não se pode entender a vantagem competitiva sem analisar a empresa como um todo e a análise da cadeia de valor busca compreendê-la como um grande processo de atividades inter-relacionas, buscando adicionar um valor específico ao cliente. Sendo assim, as atividades da cadeia de valor da organização estão separadas em:


1. Atividades Primárias:

·        Logística de Entrada: atividades associadas ao recebimento, armazenagem e distribuição de insumos.
·        Operações: transformação de insumos no produto final, usinagem, embalagem, montagem, manutenção de equipamentos, teste, impressão e operações de instalação.
·        Logística Externa: coleta, armazenagem e distribuição física do produto aos compradores, como armazenagem de produtos acabados, manuseio de material, operação de entrega, processamento de pedidos e programação.
·        Marketing e Vendas: publicidade, promoção, vendas, cotação, seleção de canal, relacionamento no canal e definição do preço.
·        Serviços Pós-Vendas: instalação, reparo, treinamento, fornecimento de peças de reposição e ajustes de produto.



  2. Atividades Secundárias:

·        Compras: aquisição de matéria-prima, suprimentos, consumíveis, máquinas, equipamentos e instalações físicas.
·        Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): melhoria de produto/processo, pesquisa e desenvolvimento e projeto de produtos.
·        Gerenciamento de RH: recrutamento, contratação, treinamento, desenvolvimento e remuneração de pessoal.
·        Infraestrutura da Empresa: gerência geral, planejamento, finanças, contabilidade, gestão da qualidade, etc.   


A Cadeia de Valor e o desempenho das atividades individuais refletem a história da empresa, a definição da estratégia genérica, a implementação da estratégia e os fundamentos econômicos de sua atividade como um todo. A abordagem de Porter para a estratégia do século XXI está baseada na análise da Cadeia de Valor como um conjunto de atividades desenvolvidas de maneira única, sendo chamada de “sistema de atividades” – uma das principais ferramentas estratégicas para as organizações. 

Após a formulação da Cadeia de Valor o momento seguinte da abordagem de Porter para a geração de estratégias é a escolha de um posicionamento estratégico para a organização e, diante disso, o primeiro conceito a ser abordado é o de grupo estratégico:


Grupos Estratégicos



É um conjunto de empresas em um setor que segue estratégias semelhantes, relativamente à determinadas dimensões. O número de grupos estratégicos varia em função do grau em que as empresas têm (ou não) estratégias diferenciadas, com relação a uma determinada estratégia. 

Dessa forma, se todas as organizações em um setor seguirem a mesma estratégia, haverá um único “grupo estratégico” e, se todas apresentarem estratégias diferentes, cada uma constituirá um “grupo estratégico”.


Mapas Estratégicos


A abordagem de Porter define os mapas estratégicos como uma compreensão dos diferentes grupos existentes no mercado e, para interpretá-los, deve-se avaliar as implicações para a estratégia da empresa estudada, os grupos estratégicos mais bem (ou mal) sucedidos no setor e os movimentos de cada concorrente. 

Deve-se trabalhar com as dimensões mais importantes para o setor, sejam de ordem qualitativa ou quantitativa. E, como podemos proceder essa análise? Realizando a análise de grupos estratégicos composta por seis (6) etapas:

·        Definição dos concorrentes
·        Definição de uma lista de dimensões estratégicas relevantes para atuação no setor
·        Seleção, da lista anterior, das dimensões estratégicas que afetam a posição competitiva das empresas na indústria
·        Plotagem de um mapa estratégico com duas dimensões
·        Definição de quais são os grupos estratégicos no setor
·        Interpretação do mapa estratégico


OBSERVAÇÃO: Realizado esse exercício, o estrategista pode buscar a escolha de uma posição estratégica da sua organização, a qual garanta a geração de vantagens competitivas sustentáveis ao longo do tempo.




([1]) PORTER, Michael. “Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior”. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989, pg. 34

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