terça-feira, 18 de junho de 2019

Balanced Scorecard: Uma Ferramenta de Alinhamento e Controle Estratégico



Qual o Objetivo do BSC? Que Razões Levam os Estrategistas a Implantá-lo? Quais São as Perspectivas Financeiras do Balanced Scorecard? E as Vantagens de Funcionários e Clientes?


O objetivo desse texto é apresentar uma ferramenta que auxiliará o gestor na implementação e controle das estratégias, dentro dos enfoques financeiros e não-financeiros. Para atuar em um ambiente cada dia mais complexos, os gerentes, estrategistas e colaboradores necessitam de ferramentas que dar alinhamento, suporte e controle estratégico em todos os níveis a fim de gerar habilidades e conhecimentos para a organização.


Na gestão estratégica competitiva, o alinhamento e controle estratégicos são suportados pela ferramenta Balanced Scorecard (BSC), pela qual se elaboram medidas financeiras e não-financeiras que propiciam o desdobramento das estratégias a serem implementadas. Sendo assim, os estrategistas poderão melhor avaliar o desempenho corporativo e desenvolver o processo constante de aprendizado de toda cadeia de valor da organização.
As medidas adotadas pelo BSC derivam da visão de futuro, missão e da estratégia da empresa e, nesse contexto, o BSC é um sistema de integração da gestão estratégica que visa ao aprendizado e ao crescimento organizacional. Dessa forma, essa ferramenta complementa as demais e assegura à organização a implementação da estratégia, permitindo a correção dos rumos quando necessário. Várias são as razões que levam os estrategistas a implantar o BSC:

·        Obter clareza e consenso sobre a estratégia do negócio.
·        Direcionar o processo de alocação de recursos e capital.
·        Tornar a estratégia clara para toda a organização.
·        Desenvolver a liderança da alta direção.
·        Alinhar programas e investimentos.
·        Proporcionar foco ao negócio.
·        Promover o aperfeiçoamento.
·        Educar a empresa.

Conforme Kaplan & Norton ([1]) o Balanced Scorecard permite aos gerentes visualizar e desdobrar as estratégias em quatro (4) perspectivas: (a) financeira; (b) clientes externos; (c) processos internos; (d) aprendizado e crescimento. O BSC complementa os indicadores não-financeiros, formando os do desempenho futuro – clientes externos, processos internos, aprendizado e crescimento – em todos os níveis da organização.
Por exemplo: _ tanto os colaboradores na linha de frente devem compreender os indicadores financeiros e de clientes externos, quanto a alta direção deve saber dos indicadores relativos a processos internos e de aprendizado e crescimento. Com isso, além de atender ao interesse no desempenho de curto prazo (através da perspectiva financeira), o BSC apresenta um equilíbrio dos impulsionadores de valor para o desempenho superior no curto e longo prazos, tanto interna quanto externamente e em seus diversos níveis. Na figura abaixo pode-se ter uma visão do desdobramento do BSC em seus diversos níveis.



O BSC do nível estratégico é o ponto de partida e, os objetivos e indicadores desse BSC, são impulsionados para os outros níveis da organização. O próximo nível é o que irá conter as medidas individuais das UEN’s e, no terceiro nível de desdobramento, encontra-se a especificação de departamentos e equipes de desenvolvimento do BSC baseadas na linha de frente – atendimento. O último nível demonstra o BSC da equipe e o BSC de cada indivíduo. Segundo NIVEN ([2]) a empresa que realizar o desdobramento nesses níveis irá maximizar o valor do BSC, levando cada colaborador ao desdobramento dos objetivos e medidas alinhados com todos os objetivos da organização.  


As Perspectivas do Balanced Scorecard


1) A Perspectiva Financeira:

Objetivos financeiros informam se a formulação e a implementação das estratégias estão contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros da organização e, esses objetivos, devem fazer parte da relação de causa e efeito porque eles desempenham dois papéis: (a) definem o desempenho esperado; (b) servem de base para os objetivos das outras perspectivas não-financeiras do BSC.
Quais são os objetivos e medidas financeiras necessárias para assegurar a execução da estratégia? NIVEN exemplifica que, se a empresa tem por objetivo diminuir os custos, o estrategista pode considerar como uma das medidas financeiras o percentual da diminuição dos custos indiretos. O objetivo escolhido será afetado não apenas pela estratégia a ser seguida, como pelo ciclo do negócio. Kaplan & Norton utilizam três (3) fases do ciclo do negócio:

·        Crescimento: Nessa fase geralmente as empresas estão no início de seu ciclo de vida.
·        Sustentação: Fase em que as organizações obtém excelentes retornos sobre o capital investido, conseguindo investimentos, atratividade do mercado e reinvestimentos.
·        Colheita: Fase em que as empresas alcançam a fase de maturidade em seus ciclos de vida e, por isso mesmo, desejam colher os investimentos feitos nas duas fases anteriores.

Portanto, a implementação da BSC deve considerar para as estratégias de crescimento, sustentação e colheita, três (3) temas financeiros estratégicos para nortear essa perspectiva financeira:

·        Crescimento e Mix de Receita: Se referem à ampliação da oferta de produtos (e serviços), conquista de novos clientes (e mercado) e mudança do mix do produto (e serviço).
·        Redução de Custos e Melhoria de Produtividade: Se referem a ações para reduzir os custos de produtos (e serviços) e compartilhar recursos da UEN.
·        Utilização dos Ativos e Estratégia de Investimento: Se referem à redução dos níveis de capital de giro necessários para sustentar o volume e o mix de negócios.

2) A Perspectiva dos Clientes:

Nessa perspectiva do BSC, os objetivos e medidas dos clientes identificam em qual mercado a empresa atuará para obter maior crescimento e lucratividade. Isso manterá a relação de causa e efeito, trazendo consigo componentes da receita relacionados aos objetivos financeiros. Kaplan & Norton concluíram que as organizações geralmente selecionam duas (2) medidas para essa perspectiva de cliente externo. O primeiro contém as medidas comuns que, praticamente, todas as empresas utilizam:

·        Participação de Mercado: Representação das vendas da empresa em seu respectivo mercado, podendo-se considerar o número de clientes, o capital investido e a quantidade vendida.
·        Retenção de Clientes: Significa obter retorno da quantidade de clientes que compraram e retornaram.
·        Captação de Clientes: Quantidade de produtos vendidos a novos clientes.
·        Satisfação de Clientes: mede o nível de satisfação dos clientes. Do total de clientes que se tem, quantos reclamaram? O que o cliente deseja dos serviços?
·        Lucratividade de Clientes: Mostra quanto de esforço está dedicando, talvez, a clientes que não utilizam serviços com frequência. Qual cliente será enfocado?

O segundo conjunto de medidas contém os impulsionadores dos resultados fornecidos aos clientes; ou seja, os indicadores para cada medida essencial. Essas medidas podem parecer genéricas a todas as organizações, mas devem ser feitas para grupos específicos de clientes com os quais a UEN espera obter seu maior crescimento e lucratividade. A figura abaixo mostra a hierarquia apresentada e a relação de causa e efeito das medidas essenciais.



3) A Perspectiva dos Processos Internos:

Essa perspectiva está voltada para a medição de desempenho dos processos internos. Monitora os processos existentes e cria ambiente propício para identificar os novos processos que possam antecipar as necessidades dos clientes. Por exemplo: _ uma organização pode perceber que precisa desenvolver um processo para prever as necessidades dos clientes ou oferecer novos serviços aos quais os clientes atribuam grande valor. Para medição de desempenho, a perspectiva dos processos revela duas diferenças entre a abordagem tradicional e abordagem do BSC, a saber:

·        Abordagem Tradicional: tenta monitorar e melhorar os processos existentes e pode ir além das medidas financeiras de desempenho, incorporando medidas baseadas no tempo e na qualidade. Isso se dá mesmo que o foco se mantenha na melhoria dos processos existentes.
·        Abordagem do BSC: Resulta na identificação de processos novos, nos quais uma empresa deve atingir a excelência para alcançar os objetivos financeiros dos clientes. Exemplo: uma organização percebeu a necessidade de desenvolver novo processo de previsão de vendas, pois nos processos internos do BSC são destacados objetivos que, talvez, ainda não tenham sido focalizados, embora sejam críticos para o sucesso da estratégia organizacional.


4) A Perspectiva do Aprendizado e do Crescimento:

Em muitas empresas percebe-se a necessidade de melhoria contínua nos processos e de criatividade para a implantação de inovações. O valor da organização está ligado à sua capacidade de desenvolver seus recursos humanos, identificando e aprimorando as lideranças, criando valor para os clientes e melhorando sua eficiência operacional. Essa perspectiva incorpora ao BSC um contexto de aprendizado e desenvolve objetivos para orientar o crescimento organizacional.
Os objetivos estabelecidos nas perspectivas financeira do cliente e dos processos internos revelam onde a empresa deve se destacar para obter um desempenho excepcional. Entretanto, são os objetivos da perspectiva de aprendizado que oferecem o suporte que possibilita a consecução dos ambicionados objetivos. A perspectiva de aprendizado revela ainda a existência de três (3) características:

·        Capacidade dos Funcionários: Compete à empresa formar e reter seus recursos humanos, mapear e absorver o potencial do funcionário e estabelecer metas de crescimentos individuais, alinhados aos objetivos da organização.
·        Capacidade do Sistema de Informação: Tais sistemas ajudam o gestor a decidir com velocidade, organizar, selecionar e operar a fim de atingir seus objetivos. As informações geradas nesses sistema apoiam a organização em um processo de mudança no qual o ser humano é parte fundamental e, sua eficácia, pode ser avaliada pela capacidade em atender aos objetivos empresariais.
·        Motivação e Empowerment: Diz respeito ao clima organizacional e à motivação dos funcionários, os quais precisam ser reconhecidos e recompensados.

Essa fase de planejamento do desempenho, com seu desdobramento em todos os níveis, é essencial para assegurar que os objetivos sejam atingidos e para garantir que todos os envolvidos conheçam exatamente as suas responsabilidades.





([1])  KAPLAN, Robert S. NORTON, D. P. “Using the Balanced Scorecard as Stategic as Strategic Management System”. Boston: Harvard Business School Press, 1996
([2]) NIVEN, P. R. “Balanced Scorecard Step by Step: Maximizing Performance and Maintaining Results”. New York: John Wiley & Sons, 2000

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