Qual a Vantagem
Fundamental dos Gerentes Estrategistas Sobre as Outras Pessoas? Medir o
Desempenho Continuamente Pode Baixar o Moral da Equipe? Por Que os Gestores
Devem Ter Cuidado Com o Que Medem?
Gerentes
Estrategistas têm uma vantagem fundamental sobre as outras pessoas que
monitoram desempenho: eles se concentram nos resultados finais, ao invés de
gerenciarem as etapas que os levam a chegar lá.
Portanto,
em vez de se concentrarem em quantos parafusos cada pessoa aperta na linha de
montagem e fazer os indivíduos aumentarem cada vez mais o número de parafusos,
eles se concentram em quantos carros estão sendo produzidos diariamente e fazem
com que as pessoas se animem, em prol da melhoria do desempenho.
Para
a maioria dos gestores medir desempenho é um risco, não sendo nenhum exagero
dizer que medições inferiores criam um número maior de culturas não-funcionais
do que qualquer outro fator.
Dessa
forma, os Gerentes Estrategistas entendem que seguir a simples natureza humana
tem um efeito paradoxal no que diz respeito a medições, pois a avaliação do
desempenho pode fazer com que ela caia, os benchmarks da produtividade
podem reduzir a produtividade e as recompensas podem destruir a motivação.
Se
um dia existiu um exemplo de onde uma boa cultura no local de trabalho entrou
em conflito com a natureza humana, está na área de avaliação de desempenho.
O
objetivo dos Gerentes é apresentar resultados e, para eles, isso significa
medir o desempenho continuamente. Essa crença só garante o desempenho medíocre e
a baixa motivação da equipe.
Veremos
abaixo um exemplo do tipo errado de foco na produtividade da profissão em um call
center.
Cuidado Com o Que Você Mede
O
que ocorre quando um Gerente mede os agentes de um call center através
da estatística de quantas chamadas eles atendem por hora? A resposta é:
ligações curtas e serviços de má qualidade. Char LaBounty afirmou que esses
agentes pediam para que seus amigos particulares ligassem para eles várias
vezes ao dia – a fim de conseguirem manter a sua média bem alta – ou desligavam
“acidentalmente” a ligação, para conseguir a próxima ligação mais rapidamente.
Quem
conseguia atendimento, muitas vezes se via desconectado por uma pressa
indelicada, independentemente de terem seus problemas resolvidos ou não.
Suponhamos
que fosse possível dar um passo à frente e começássemos a medir quantos
problemas de clientes seriam resolvidos na primeira ligação. Conforme LaBounty,
outro call center respondeu considerando o encaminhamento para outras
pessoas como uma “solução”, de modo que, se a ligação pudesse ser repassada
para outra pessoa, o problema estaria resolvido.
Isso
significa que muitos problemas que poderiam ser resolvidos por uma pessoa
estavam sendo repassados para várias outras, beneficiando as estatísticas. Veremos
abaixo algumas das outras histórias relatadas pelos profissionais de call
center:
·
O técnico pede aos clientes para apagarem
o disco rígido, impondo o custo de horas de reinstalação dos programas, em vez
de se darem ao trabalho de diagnosticar o problema.
·
O técnico se faz passar pelo supervisor
para evitar ser “descoberto”, quando um cliente pede para falar com o
supervisor.
·
Centros de suporte que consertam
computadores defeituosos com peças retiradas de outros e os enviam ao cliente
sem realizar testes, a fim de manter alta produtividade.
Existe
uma lei de consequências não-premeditadas no trabalho em situações como essas.
Recompensas por coisas aparentemente boas como produtividade e lucratividade
têm o efeito de arruinar as mesmas coisas que deveriam melhorar, porque as
medições logo se sobrepõem aos valores subjacentes.
Por
exemplo, quando um grande fabricante de computadores impôs aos atendentes do call
center que não levassem mais do que 13 minutos ao telefone e cortou o bônus
para os transgressores, os resultados foram previsíveis.
Ou
seja, as pessoas faziam o possível para se livrar dos clientes, os níveis de
satisfação despencaram, os encaminhamentos caíram de 50% para 30% e essa política foi logo descartada.
Portanto,
pode-se inferir que sem os valores básicos corretos, a natureza humana acaba
gerando situações como essa e, inevitavelmente, a natureza humana procura
ganhos de curto prazo, sacrificando as metas de longo prazo mais importantes.
A
ironia é que as culturas bem-sucedidas de gestores Estrategistas mostraram que
você também pode ter a sua responsabilidade nisso. É possível ter boas medições
no local de trabalho sem sacrificá-lo – ou aos clientes.
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