terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

A América Após a Independência no Século XIX

 

Qual Era a relação da Ideologia do Iluminismo Com a Independência Americana? Como Ocorreu a Expansão Territorial Americana? Que Problemas Foram Criados Pela Revolução Francesa Para a Independência dos EUA?





 Ao final do século XIX a afirmativa “a América Para os Americanos” soou com todos os ecos pelo território americano, marcando a reafirmação da independência dos países americanos.

Diante disso, frustravam-se as tentativas de intervenção pretendidas pelas monarquias europeias da Santa Aliança.

Assim como as ideias de libertação foram reforçadas pela ideologia do Iluminismo, servindo de justificativa para as lutas de independência, a Doutrina Monroe e o Pan-Americanismo reforçaram os sentimentos nacionalistas e de reação às ameaças intervencionistas das potências europeias.

Os EUA eram o grande exemplo a ser seguido e na segunda metade do século XIX entraram em cena como uma das grandes potências internacionais: a vitória do Norte (capitalista e industrial) e a expansão territorial permitiriam que os EUA se colocassem como potência econômica.

Na passagem do século, a frase “a América Para os Americanos” começou a ter outro sentido e tornava-se evidente o peso do imperialismo, pois a antiga relação metrópole europeia-colônia americana tenderia a ser substituída pela relação Estados Unidos / Países Latino-Americanos.

 

Os Estados Unidos no Século XIX

 

O século XIX assinalou a entrada dos EUA no cenário das grandes potências internacionais e, internamente, a vida política desenvolveu-se cada vez mais em torno dos problemas criados pelo crescente antagonismo entre o Norte capitalista, industrial e o Sul agrário e escravista.

As liberdades individuais foram asseguradas pelas emendas na Constituição, enquanto sua população triplicava com muitos imigrantes de vários países da Europa.

Esses imigrantes iam a busca de oportunidades, sulcando e alargando o território norte-americano que, no ano de 1840, acabaram atingindo o Pacífico.

A expansão territorial foi conseguida pela expropriação da terra dos índios, pela compra de territórios das potências europeias e pela tomada da metade do território mexicano. De 1861 a 1865 o país mergulhou em sangrenta guerra civil, vencida pelas forças do Norte (a Guerra de Secessão).

 

A Consolidação da Independência

 

Após a Constituição de 1787, os EUA tiveram como presidente (1789/1796) George Washington, cujo governo consolidou a união estabelecida. Habilmente procurou solucionar questões diplomáticas com os Estados europeus, cujas colônias limitavam com o território norte-americano.

Ele procurou valorizar os territórios federais do Oeste, abrindo-os à intensa colonização mediante facilidades oferecidas aos pioneiros. Aliás, desde 1787 fora estabelecido que os territórios entre os montes Apalaches e o rio Mississipi pertenceriam à União, cabendo à esta vender as terras e transformar o território em novo Estado – quando sua população atingisse 60 mil habitantes.

Washington procurou governar acima das paixões políticas, chegando a reunir em seu gabinete dirigentes dos dois partidos (Thomas Jefferson e Alexander Hamilton). O 1º liderava os Republicanos (que originaram os atuais democratas), incluindo os proprietários rurais, operários e pequenos negociantes.

Hamilton estava à frente dos Federalistas (os quais procederam os Republicanos atuais) que reuniam banqueiros, comerciais, industriais, partidários do governo mais centralizado e admiradores da Inglaterra.

Entretanto, a Revolução Francesa criou problemas para os EUA, não só porque acentuou as divergências entre Republicanos e Federalistas como agravou o antagonismo com a Inglaterra.

Os ingleses não aceitavam a independência dos EUA como um fato consumado e, apesar das ligações econômicas mantidas com os Estados agrícolas do Sul, procuravam impedir o comércio norte-americano com a França revolucionária feito pelos Estados do Norte.

O apresamento de embarcações pelos ingleses tornou-se prejudicial aos norte-americanos e constituiu atentado à soberania dos EUA, cujo governo defendia a liberdade do comércio.

Além disso, o recrutamento forçado de tripulantes de navios norte-americanos pelos ingleses, as hostilidades dos indígenas no Oeste – que eram estimuladas pelos súditos britânicos do Canadá – constituíram outros fatores da guerra contra a Inglaterra (a Segunda Guerra da Independência – 1812 / 1814).

Apesar dos desastres, o Tratado de Gand não implicou nenhuma modificação no mapa político dos EUA e, além disso, reforçou os sentimentos nacionalistas o que consolidou a União. Durante esse período, sentindo-se ameaçado pelas potências europeias, os EUA formularam a Doutrina Monroe (1817/1825) contida em mensagem presidencial ao Congresso.

 

A Formação Territorial Americana

 

Quando os EUA se libertaram da Inglaterra, o território da União limitava-se à região entre o litoral do Oceano Atlântico e os montes Apalaches, acrescida da área entre as referidas montanhas e o rio Mississipi, as quais permaneciam ocupadas pelos indígenas.

A “Marcha Para o Oeste”, concretizada pelos pioneiros – aventureiros querendo enriquecer, enfrentando os caçadores indígenas e querendo tirar-lhes as terras – foi favorecida pelo afluxo de imigrantes europeus predominantemente de irlandeses, alemães e ingleses.

Outros fatores foram a escassez de terra na faixa litorânea, a procura de produtos agroindustriais para alimentar os homens, a busca de metais preciosos, as perseguições religiosas aos mórmons e também a aplicação de capitais ingleses na construção de ferrovias visando ao escoamento da produção de uma agricultura comercial.

Posteriormente, a expansão atendeu à necessidade de conquistar pastagens para os rebanhos e à valorização de rotas para o Extremo Oriente, em face da abertura da China.

Etapas importantes foram a compra da Luisiana à França e da Flórida à Espanha que ampliaram os territórios da União, sem esquecer que a Flórida proporcionou o acesso direto às Antilhas.

A expansão prosseguiu à custa do México, cuja anarquia tornava seus territórios – escassamente povoados – presas tentadoras para os plantadores sulistas. Progressivamente colonos norte-americanos se instalavam no Texas – província mexicana – intensificando-se os atritos e, em 1836 após derrotar as tropas do presidente Santa Ana, proclamaram a República Independente do Texas mais tarde (1845) incorporada à União.

Este fato provocou a guerra contra o México (1846/1848) que terminou com o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, pelo qual os mexicanos reconheceram a perda do Texas e indenizados em 15 milhões de dólares, cederam territórios correspondentes ao Novo México, Califórnia, Colorado, Nevada, Utah e Arizona garantindo aos americanos acesso ao Pacífico.

A formação territorial completou-se com a compra ao México de um disputado território em 1853 (Gadsden) e, pouco depois, os EUA adquiriram o Alasca à Rússia por 7 milhões de dólares. Após a guerra contra o México – permitindo o acesso ao Pacífico – os EUA se interessaram pelo Extremo Oriente, abrindo o Japão ao comércio internacional.

Destacou-se o governo de Andrew Jackson (1829/1837) do Partido Democrático que reunia antigos Republicanos do Sul, populistas do Oeste e trabalhadores do Norte; ou seja, o homem comum.

Com ele, o governo deixou de ser exercido por aristocratas rurais e expandiram-se as ideias de uma sociedade branca igualitária, de liberdade comercial e econômica.

Ocorreram reformas, ampliou-se o sufrágio, e removeu-se os índios para as reservas do Oeste; porém, manteve-se a escravidão negra a fim de atender aos interesses dos sulistas.

 

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