quinta-feira, 4 de abril de 2019

A Evolução dos Processos de Qualidade Nas Indústrias



Quais São as Exigências da Era do Conhecimento? Por Que Taylor Deu Mais Legitimidade à Atividade de Inspeção Nas Fábricas? Como Era Tratada a Questão da Qualidade dos Produtos Antes da Revolução Industrial? Por Que a Qualidade Sofria Com o Sistema de Produção de Taylor?





O tema “gestão da qualidade” nas indústrias é extremamente dinâmico e, pode-se dizer, que a sua evolução foi fruto da interação de diversos fatores que compõem a estrutura organizacional e sua administração. Alguns fatores estruturais apontam para ciclos de vida com influência nos paradigmas vigentes, pois eles criam desafios na gestão das organizações e causam surpreendentes impactos na gestão da qualidade.



Um desse fatores estruturais remonta há 300 anos, quando se iniciou a Era Industrial – momento em que o percentual de trabalhadores nas indústrias era desprezível. Atualmente vive-se a Era do Conhecimento e, para as indústrias, não basta apenas produzir – ou prestar serviços – uma vez que os profissionais atuantes precisam conhecer profundamente o mercado em que atuam, a fim de se posicionarem à frente de seus concorrentes.

Dessa forma, o conhecimento passou a ser um ativo precioso no ambiente das indústrias, pois a tendência nesse setor é a expansão das fronteiras tecnológicas. A automação dos processos – aliada à revolução da informação – será cada vez maior e, em função disso, exige-se níveis mais elevados de escolaridade a fim de impulsionar as transformações.


Histórico da Qualidade nas Indústrias

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A manufatura sempre foi considerada uma “nobre arte” e todo artesão tinha muito orgulho de sua arte. Tudo era definido por ele, desde a compra de matérias-primas até o preço de venda de seus produtos e o controle de qualidade. O know-how era passado de pai para filhos e destes para os aprendizes, os quais atuavam ao lado de seus mestres.

No século XIX o processo antes artesanal transferiu-se para as fábricas e, originada na Europa, a Revolução Industrial foi a mola mestre para o sistema de fábricas que dividiu o negócio em tarefas múltiplas, tornando ultrapassados os artesãos. Muitos deles passaram a trabalhar em fábricas e muitos pequenos proprietários se tornaram supervisores de produção, já que havia oportunidade para operários qualificados e semiqualificados.

As fábricas maiores tinham inspetores de qualidade nas linhas de montagem e eles se reportavam aos supervisores de produção. Os EUA adotaram a mesma prática e, no início do século XX, Frederick W. Taylor deu mais legitimidade à atividade de inspeção, separando-a e atribuindo-a a um dos chefes funcionais necessários para o bom gerenciamento da fábrica. A produção em massa tornou-se possível mediante a divisão do trabalho e a criação de peças intercambiáveis, o que não foi bem assimilado pela sociedade, a qual estava acostumada a ter seus produtos feitos sob medida.

Taylor foi o pioneiro em gerenciamento científico, definindo que o planejamento e o controle dos processos eram responsabilidades dos engenheiros industriais e, com isso, aumentando a produção sem aumentar o número de artesãos qualificados. Sendo assim, os operários passaram a trabalhar o mesmo número de horas e produziam muito mais, devido à racionalidade dos métodos de produção de Taylor. Segundo ele, uma das principais obrigações da administração industrial era estudar cada elemento da produção, uma vez que os operários não tinham condições para analisar seu trabalho e estabelecer qual o processo mais eficiente.

A produção em linha de montagem dividia operações complexas em procedimentos simples, os quais podiam ser executados por trabalhadores não-qualificados, resultando em produtos altamente técnicos de baixo custo. Mas, o sistema Taylor também tinha consequências negativas, por ignorar os aspectos humanos no trabalho e, além disso, a elevada produtividade contrastava com a qualidade dos produtos finais, pois a prioridade dos supervisores de produção era cumprir prazos em vez de se preocuparem com questões de qualidade.

Finalmente, a alta administração percebeu que a qualidade sofria com esse sistema e, a fim de restaurar o equilíbrio entre a qualidade e a produtividade, ela criou departamentos de qualidade liderados por um inspetor-chefe que passou a avaliar o trabalho, devolvendo peças defeituosas para que fossem consertadas. Após Taylor, outros estudiosos realizaram experimentos e teorias, sempre objetivando aumentar a produção e incrementar os resultados financeiros.

Depois da 1ª Guerra houve uma mudança significativa nas indústrias, com o crescimento das empresas que deixaram de ser unidades isoladas para trabalhar integradas, fazendo com que o trabalhador não tivesse mais o controle total sobre o produto final e se tornasse especialista, responsável por apenas uma parte do processo. E isso influenciou negativamente a qualidade dos produtos.



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