A Quantidade de
Empresas Que Passaram Por Fusão ou Aquisição Aumentou em 2017, Exigindo Maior
Esforço de RH Para Manter o Time Motivado
Apenas no 1º semestre de 2017, 300
empresas passaram por processos de fusão ou aquisição no Brasil. Esse volume é
5% mais alto do que o do mesmo período de 2016 e, somado o número do último
quinquênio, chegamos ao total de 3.330 companhias que enfrentaram alguma
alteração profunda.
A transformação tem um preço elevado, pois
um processo de fusão – ou até mesmo a simples troca de escritório – traz
insegurança para os funcionários, sobretudo em tempos de crise econômica e
desemprego. Segundo a empresa de Consultoria Aron, a motivação dos
trabalhadores oscila nos períodos incertos e, dependendo do impacto no
trabalho, aumenta a quantidade de empregados considerados ativamente
desengajados.
Um estudo da Consultoria McKinsey mostra
que, sem motivar seus gestores e funcionários durante a transformação, apenas
3% das organizações concluem o projeto com êxito e, diante disso, caberá ao
líder de RH manter o bom ânimo da equipe durante o turnaround.
A transparência na comunicação é uma das
chaves para conectar os empregados durante cenários de transição. O professor
Reinaldo Lucas (Fundação Dom Cabral) recomenda três (3) etapas de comunicação
para manter o engajamento: _ a primeira é reforçar o porquê do turnaround; ou seja, explicar a empresa
pretende com a transição e qual a necessidade disso.
O 2º passo é apostar na transparência,
pois afinal em um mundo conectado como o atual, a chance de os profissionais
saberem de uma fusão (ou falência) pela mídia, é bem alta. A última etapa consiste
na necessidade de sustentar o processo até ele ser concluído. Mas, atenção: _
explicar cada passo da trajetória, numa via de mão única, é insuficiente.
A abertura para o diálogo foi uma das
estratégias da Dow para manter o comprometimento de seus 3.365 funcionários,
após o anúncio da fusão com a Dupont. “Num primeiro momento todos ficaram
assustados, com medo do novo ou de demissão e, trabalhar inseguro, não resulta
em engajamento” – disse Felipe Neufeld, Líder de RH da Dow.
A comunicação precisava ser assertiva para
que os funcionários compreendessem o que mudaria na filial do Brasil e, dessa
forma, criou-se uma página na Internet com informações para o mercado e
jornalistas e, uma outra página, apenas para os colaboradores. Outro recurso
utilizado foi o lançamento da Rádio Dow, disponível para celular, que traz
notícias sobre a fusão. Encontros frequentes com o presidente da empresa para
falar sobre a fusão, deixaram o clima mais leve.
Além da clareza nas conversas, as empresas
bem-sucedidas em manter o engajamento dos times durante o turnaround seguem outros três fundamentos: (a) identificam a
mudança de mentalidade necessária e comunicam as decisões; (b) compartilham as
contribuições individuais para o sucesso do projeto; (c) criam canais formais
para os profissionais fornecerem feedback.
Foi o que fez a TOTVS, pois no começo de
2017 ela mudou de endereço e, a troca de escritório representava uma alteração
maior, a consolidação da nova cultura corporativa após 30 aquisições em quinze
anos. O time de gestão de pessoas precisou repensar os valores da marca e, para
isso, os empregados tiveram de entender porque trabalhavam lá e qual era seu
papel para o desempenho da corporação.
A empresa criou dois personagens (o
Conectado e o Desconectado) e os transformou em história em quadrinhos para
representar as atitudes esperadas. Por exemplo, o Desconectado falta às
reuniões, não interage com as áreas e tenta subir na carreira prejudicando os
outros; enquanto o Conectado é proativo e trabalha para unificar e agilizar os
processos, sem prejudicar os colegas.
Independentemente do esforço do executivo
de RH, vale lembrar que toda mudança terá os aderentes (aqueles dispostos a
colaborar), os resistentes (que resistem a transição) e os desistentes (que
abandonam o processo). Portanto, cabe ao líder influenciar as pessoas sobre a
necessidade da transformação. Ou convencer de forma racional com fatos e
números e persuadir, usando o “quesito emocional”.
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