segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Em Tempo de Mudança, Quem Tem Engajamento é Rei


A Quantidade de Empresas Que Passaram Por Fusão ou Aquisição Aumentou em 2017, Exigindo Maior Esforço de RH Para Manter o Time Motivado




Apenas no 1º semestre de 2017, 300 empresas passaram por processos de fusão ou aquisição no Brasil. Esse volume é 5% mais alto do que o do mesmo período de 2016 e, somado o número do último quinquênio, chegamos ao total de 3.330 companhias que enfrentaram alguma alteração profunda.




A transformação tem um preço elevado, pois um processo de fusão – ou até mesmo a simples troca de escritório – traz insegurança para os funcionários, sobretudo em tempos de crise econômica e desemprego. Segundo a empresa de Consultoria Aron, a motivação dos trabalhadores oscila nos períodos incertos e, dependendo do impacto no trabalho, aumenta a quantidade de empregados considerados ativamente desengajados. 

Um estudo da Consultoria McKinsey mostra que, sem motivar seus gestores e funcionários durante a transformação, apenas 3% das organizações concluem o projeto com êxito e, diante disso, caberá ao líder de RH manter o bom ânimo da equipe durante o turnaround.

A transparência na comunicação é uma das chaves para conectar os empregados durante cenários de transição. O professor Reinaldo Lucas (Fundação Dom Cabral) recomenda três (3) etapas de comunicação para manter o engajamento: _ a primeira é reforçar o porquê do turnaround; ou seja, explicar a empresa pretende com a transição e qual a necessidade disso.

O 2º passo é apostar na transparência, pois afinal em um mundo conectado como o atual, a chance de os profissionais saberem de uma fusão (ou falência) pela mídia, é bem alta. A última etapa consiste na necessidade de sustentar o processo até ele ser concluído. Mas, atenção: _ explicar cada passo da trajetória, numa via de mão única, é insuficiente.

A abertura para o diálogo foi uma das estratégias da Dow para manter o comprometimento de seus 3.365 funcionários, após o anúncio da fusão com a Dupont. “Num primeiro momento todos ficaram assustados, com medo do novo ou de demissão e, trabalhar inseguro, não resulta em engajamento” – disse Felipe Neufeld, Líder de RH da Dow.





A comunicação precisava ser assertiva para que os funcionários compreendessem o que mudaria na filial do Brasil e, dessa forma, criou-se uma página na Internet com informações para o mercado e jornalistas e, uma outra página, apenas para os colaboradores. Outro recurso utilizado foi o lançamento da Rádio Dow, disponível para celular, que traz notícias sobre a fusão. Encontros frequentes com o presidente da empresa para falar sobre a fusão, deixaram o clima mais leve.

Além da clareza nas conversas, as empresas bem-sucedidas em manter o engajamento dos times durante o turnaround seguem outros três fundamentos: (a) identificam a mudança de mentalidade necessária e comunicam as decisões; (b) compartilham as contribuições individuais para o sucesso do projeto; (c) criam canais formais para os profissionais fornecerem feedback.  

Foi o que fez a TOTVS, pois no começo de 2017 ela mudou de endereço e, a troca de escritório representava uma alteração maior, a consolidação da nova cultura corporativa após 30 aquisições em quinze anos. O time de gestão de pessoas precisou repensar os valores da marca e, para isso, os empregados tiveram de entender porque trabalhavam lá e qual era seu papel para o desempenho da corporação. 



A empresa criou dois personagens (o Conectado e o Desconectado) e os transformou em história em quadrinhos para representar as atitudes esperadas. Por exemplo, o Desconectado falta às reuniões, não interage com as áreas e tenta subir na carreira prejudicando os outros; enquanto o Conectado é proativo e trabalha para unificar e agilizar os processos, sem prejudicar os colegas.


Independentemente do esforço do executivo de RH, vale lembrar que toda mudança terá os aderentes (aqueles dispostos a colaborar), os resistentes (que resistem a transição) e os desistentes (que abandonam o processo). Portanto, cabe ao líder influenciar as pessoas sobre a necessidade da transformação. Ou convencer de forma racional com fatos e números e persuadir, usando o “quesito emocional”.



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