Como Atrair e
Reter os Melhores Profissionais Quando o Mundo Muda o Tempo Todo e Conceitos
Clássicos do Mercado de Trabalho Passam Por Intensas Mudanças
A sobreposição das crises no Brasil cria
um drástico cenário para os gestores de RH e, dessa forma, como atrair talentos
e reter talentos quando tudo muda o tempo todo? Como tornar a mão de obra mais
eficiente se, a qualquer momento, um grupo de jovens pode destruir uma empresa
gigante com ideias mirabolantes? E como manter os indivíduos conectados com a
corporação, quando lá fora há inúmeras possibilidades pessoais e profissionais?
O professor Anderson Santana (Fundação Dom
Cabral) diz que a única saída é rever políticas e práticas e, conceitos como “o
que é carreira? ” “O que é comprometimento? ” ou “quais são os valores que irão
atrair daqui para frente? ”, terão que ser revistos.
Essas revistas emergiram da discussão do
Café Com Você RH de 2017 e, uma coisa ficou clara, estabilidade, bons salários
e benefícios acima da média, já não são suficientes para convencer a moçada que
está chegando ao mercado de trabalho. Uma das palavras mais ouvidas no debate
foi “liderança” e, Guilherme Rhinow, Diretor de RH da Johnson & Johnson,
foi categórico ao afirmar que a empresa sabe que os melhores profissionais
demandam chefes inspiradores e, por isso mesmo, exige que seus líderes tenham 5
conversas de carreira ao longo do ano.
Como a J&J cresce comprando startups,
ela não pode descuidar dos novos empregados que vêm de outra realidade. “As
cinco conversas, por exemplo, podem não ter sentido para esse pessoal e, por
isso, não podemos deixar que a estrutura tradicional mate a inovação desses
funcionários” – disse Guilherme.
A discussão tocou em outro ponto crítico:
_ qual é o papel da tecnologia na otimização do potencial da força de trabalho?
Marcia Baena, Diretora de Gente e Gestão do Burger King, citou as ferramentas
de análise de dados que usa. “O uso de big
data fez o time de RH concluir também que mulheres não deixam mais o
emprego por causa de filhos”. Já sobre o uso de algoritmos, ela pondera que os
dados devem ser relativizados em ambientes que exigem pessoas criativas. Caso
contrário, existe um risco de se elaborar estratégias de atração e retenção
homogêneas; o que expurgaria a diversidade.
O maior fator de evasão nas organizações é
a falta de sentido, pois o indivíduo é atraído por um discurso e, quando chega
à organização, não encontra apoio para fazer nem o que foi combinado. Os
gestores tendem a julgar por aparência e comportamento. “Nós brincamos que a
liderança vai para o processo seletivo almejando um pavão, mas no final, o que
quer é um pinguim” – disse José Renato Domingues, Diretor de RH da Tigre.
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