O sistema de distribuição de
produtos de uma organização – seja um varejo e/ou um atacadista e distribuidor –
sempre foi considerada uma operação bem complexa, pois muitas empresas consideram
os transportes como “custos” na atividade empresarial.
Após a crise mundial do petróleo,
a racionalização desta operação passou a ser vital para a estrutura econômica /
financeira das organizações e, a decisão empresarial entre frota própria,
leasing ou frota terceirizada, é extremamente complicada. Afinal, o que é mais
rentável para a empresa pode não ser para outra e, por isso mesmo, o
responsável deve ser um especialista bem entrosado e conhecedor das demais
áreas da corporação.
O sistema rodoviário responde
hoje por 70 % a 80 % das cargas movimentadas no País e o grande mal é que seu
empresário é o estado. Ele opera apoiado na infraestrutura das quase 9.000
empresas no Brasil, com seus terminais de carga, frotas de apoio, equipamentos
de carga e descarga e estrutura de comunicação administrativa.
O deslocamento das cargas é
realizado pelos 800.000 veículos das transportadoras ou dos 400.000
carreteiros; estes, trabalhando como subcontratados das organizações. Ao se
utilizar um determinado sistema é necessário examinar algumas particularidades
do material a ser transportado e adequá-lo aos equipamentos utilizados pelas
empresas, a fim de atingir-se o aproveitamento ótimo dos veículos em sua
capacidade (peso e metros cúbicos) e, dessa forma, reduzir o custo operacional
e do frete.
Outro fator importante para
análise é a decisão das empresas em compras CIF (frete incluído no preço dos
produtos), embora a elevação dos custos dos transportes venha pressionando a
política de vendas com o objetivo de transferir esse custo ao comprador. Nas
compras FOB (frete não incluído no preço dos produtos), cabe ao comprador
estabelecer uma política de transporte que lhe permita manter custos adequados.
Portanto, percebe-se a
importância de existir um departamento centralizador dos serviços de
transportes utilizados pelas empresas, quando verificamos que quanto mais bem
estruturados estiverem, maiores as possibilidades de colocação de produtos em
diferentes mercados. Entretanto, isso não representa somente um custo
adicional, mas também um fator relevante na formação do preço final do produto.
No Brasil, tal participação está
entre 7 % a 10 % dependendo da mercadoria e, nos EUA e na Europa, poderá
situar-se entre 12 % a 30 % - dependendo do nível de sofisticação de tais
serviços. Baseados na premissa de que os custos de distribuição são importantes
na criação de mercados para novos produtos, pode-se afirmar que existem três
(3) modalidades de fretes:
q Fretes
sobre compras
q Fretes
entre estabelecimentos
q Fretes
sobre vendas.
E esses três fatores devem se
compatibilizar com menores prazos de movimentação do produto e com a qualidade
no serviço prestado. A principal função do órgão de transporte é otimizar
custos, prazo e qualidade no atendimento, pois:
a) Custos:
custos superiores às médias de mercado aumentam as dificuldades de concorrência
do produto.
b) Prazos:
nos casos em que, devido à vida útil do produto ser muito curta, os prazos
podem, se estendido seu prazo de entrega, prejudicar vendas futuras.
c) Qualidade:
em determinados casos (matérias-primas sofisticadas, por exemplo) pode onerar
os custos dos transportes. Um fator primordial para a qualidade é a embalagem.
Desde o carregamento o produto
está sujeito a avarias e deterioração devido à própria operação, e, se a
embalagem não for correta certamente teremos avarias. Em função do tipo de
transporte há necessidade de avaliar os riscos possíveis:
a)
Na carga e descarga
b)
No percurso e qualidade da estrada.
c)
No transporte ferroviário (várias
manifestações).
d)
No transporte marítimo (movimentos verticais,
transversais e longitudinais).
Algumas considerações interessantes
·
A inflação nos últimos anos tornou a
distribuição uma questão crucial e, muitos executivos afirmam que são seus
custos os detentores de parcelas significantes, na determinação da
rentabilidade ou prejuízo de suas empresas. Houve um crescimento assustador no
preço dos fretes, reduzindo-se a segurança e confiança no transporte, pois,
devido aos preços as frotas não são renovadas quando necessários.
·
Para os fabricantes de produtos de consumo
popular essa situação causou extrema turbulência, já que, para atingir seus
mercados o custo de distribuição tornava a venda inviável. E como alternativa,
as maiores empresas partiram para frota própria.
·
Durante certo período essa alternativa teve
ótimos resultados. Com a inflação crescente e a recessão, a demanda de produtos
reduziu-se alarmantemente e o resultado é que a frota das transportadoras ficou
ociosa em até 50%. Como solução, os empresários forneceram descontos
substanciais no preço do frete, o que deixou os fabricantes numa situação
bastante desfavorável, já que seus custos eram superiores aos fretes cobrados
no mercado. E nessa época observamos várias empresas desativando sua frota e
partindo para uma distribuição centralizada, abandonando alguns mercados e
contratando transportadoras.
Nenhum comentário :
Postar um comentário