quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A FABULOSA FÁBRICA DE LÁPIS


A Centenária Faber Castell Era Uma Pequena Oficina de Lápis Grafite no Norte da Baviera Até Que Foi Assumida Por Lothar Von Faber.




O leitor mais atento vai associar o nome acima com a famosa fábrica de lápis Faber Castell, e com razão. Mas Lothar Von Faber não fundou a empresa – na verdade, ele foi da quarta (4ª) geração de descendentes que administram a companhia. Seu bisavô, Kaspar Faber, foi quem começou o negócio.





Porém, Lothar Von Faber foi quem iniciou um processo agressivo de expansão que fez com que tanto o armarinho da esquina quanto o Wal Mart comercializem até hoje o lápis grafite com empunhadura de borracha made in Brazil, país que tem a maior subsidiária global da companhia.

Aos 22 anos, Lothar voltou para a Alemanha com um objetivo claro: “subir à mais alta posição fazendo o melhor que pode ser feito em qualquer lugar do mundo”. A primeira sacada no comando da A.W. Faber foi estampar a marca nos produtos, uma estratégia audaz de branding.

O cara era tão meticuloso quanto Steve Jobs na apresentação dos seus produtos e fazia questão de associá-los a qualidade e durabilidade. Outra ação foi usar da responsabilidade social muito antes dela virar moda. Ele criou, por exemplo, planos de saúde para seus funcionários, abriu um banco para atender o público interno, desenvolveu um fundo de pensão, creche e até um mercado privado, com preços mais baixos.

A companhia também diversificou e passou a criar lápis de vários tamanhos, além de materiais para escritório. Resumindo um pouco a história, Lothar Faber ganhou diversos títulos, incluindo o de Barão, dentro e fora da Alemanha.

Atualmente, a família Faber Castell está na nona (9ª) geração à frente da companhia – o conde Anton Wilhelm Von Faber Castell faleceu em janeiro de 2016, após 40 anos na direção. A marca agora tem mais um desafio à frente: vender produtos para escrita em uma época cada vez mais dominada pelas tecnologias digitais.

Apesar de o filho único de Lothar Faber, Wilhelm Von Faber, ter estudado para assumir os negócios da família, sempre teve uma inclinação mais artística. Wilhelm perdeu ambos os filhos – um aos três e outro aos quatro anos de idade – e faleceu precocemente aos 42 anos, deixando três filhas novas.

A filha mais velha de Wilhelm, baronesa Otille Von Faber, casou em 1898 com o Conde Alexander zu CastellRüdenhausen, que assumiu a presidência do grupo com a morte da viúva de Lothar, em 1903. Por uma exigência incomum de Lothar em seu testamento, a filha teve de manter o nome da família para proteger o legado, de modo que o casal ficou conhecido como Conde e Condessa Von Faber Castell.

Após a Primeira Guerra Mundial, as operações estrangeiras da A.W. Faber Castell foram confiscadas, logo no início do voraz embargo econômico imposto à Alemanha. As subsidiárias norte-americanas foram confiscadas e vendidas, incluindo a marca. A companhia só voltaria a atuar nos EUA em 1994, após readquirir os direitos de marca.




A empresa conta com cerca de sete (7) mil funcionários em todo o mundo, sendo 2,7 mil apenas no Brasil. Por aqui são produzidos 1,9 bilhão de lápis anualmente a partir de madeira de reflorestamento. O portfólio local inclui mil itens que são exportados para 70 países. Ou seja, o Brasil é um mercado-chave para as operações da Faber Castell.

A fábrica de São Carlos é a maior do mundo no segmento. No entanto, a história da Faber Castell no Brasil não começou pela linhagem de Lothar Von Faber, e sim pelo seu irmão, Johann Faber. Em 1932, a Faber Castell assumiu o comando das operações da Lápis Johann Faber S.A. A unidade brasileira foi confiscada após a Segunda Guerra, e em 1967, Roland Von Faber Castell adquiriu uma parcela majoritária da companhia, incorporando-a à matriz alemã.

                                                                                      



Por Eber Freitas (www.administradores.com

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