O
Estado Insatisfação Permanente Pode Nos Levar à Excelência? O Que Michael
Phelps, Juscelino Kubitschek e Abílio Diniz Têm em Comum?
Alguns
estudiosos em Liderança vêm afirmando que para atingirmos a excelência naquilo
que fazemos, em muitos casos depende da nossa própria inquietação profissional.
Eles afirmam que a inquietação é um estado de insatisfação permanente pelo qual
pessoas talentosas buscam melhorar seus resultados profissionais.
Um
exemplo frequentemente citado é o do nadador americano Michael Phelps –
detentor de oito medalhas olímpicas e dez vezes campeão mundial – que jamais
faltou a um treinamento sequer em cinco anos. Foi o nadador mais jovem a
quebrar um recorde mundial, sem nunca ter se acomodado perante as primeiras
medalhas.
Se
voltarmos cinquenta (50) anos na história observaremos que esse estado de
insatisfação permanente levou um jovem desconhecido à presidência do nosso
país. Com o espírito inquieto e sonhador, Juscelino Kubitschek saiu de uma
cidade pequena no interior de Minas Gerais para mudar o Brasil.
Ele
elaborou e cumpriu um audacioso plano de metas, construindo a capital da
República e industrializando-se. Atraiu o capital estrangeiro, trouxe empresas
internacionais que geraram emprego e economia para a nação. Foram literalmente
“Cinqüenta
Anos em Cinco”.
Sob
o ponto de vista desses analistas em Liderança essa inquietação profissional
parece remover montanhas e um bom exemplo dessa inquietação foi o grupo Pão de
Açúcar. Quem disse que esse grupo já nasceu grande? Na verdade, foram várias
crises antes de se tornar o gigante de hoje e, somente na área alimentar, tem
um faturamento anual superior a quinze bilhões de reais, setenta mil empregados
e um movimento de vinte e duas mil toneladas de produtos por dia. Seu criador –
Abílio Diniz – ainda acha tempo para se exercitar todos os dias.
O
que essas pessoas de diferentes nacionalidades, profissões e backgrounds têm em
comum? Os analistas acreditam ser a ambição. Eles afirmam que todos os grandes
líderes – e profissionais de sucesso – são ambiciosos. Essas pessoas
construíram seu desempenho excepcional e duradouro, juntando humildade pessoal
e ambição profissional.
Em
um dos seus livros Abílio Diniz reconhece a importância da ambição. “A ambição
visionária é o espaço que as pessoas desejam ocupar no futuro, usando o
presente como forma de preparar-se para o amanhã. Ela é saudável e necessária
para alcançarmos novos patamares na nossa vida profissional”. A ambição
visionária enxerga a posição a ser ocupada e não a pessoa que a ocupa hoje.
Embora
uma linha estreita separe essas duas situações, ela existe e deve ser
respeitada para o bem daqueles que querem alcançar seus objetivos. A ambição é
extremamente importante e por isso os profissionais devem saber administrá-la
para que não se torne desenfreada, pois o fato é que quanto mais conquistamos
mais buscamos novos horizontes.
Mas,
a ambição profissional não é suficiente, pois sem talento e preparo o fracasso
é inevitável. Sendo assim, é preciso disciplina e, por que não, humildade
pessoal? A humildade não é esconder o quanto nós sabemos, mas admitir o quanto
conhecemos sobre nossas limitações. A ambição nos move e a humildade fornece a
direção. Sem a humildade a ambição nos torna cegos e, a humildade sem a
direção, provavelmente ficaremos paralisados.
Dessa
forma, os estudiosos nos orientam a não nos tornarmos escravos das coisas que
desejamos, pois a ambição inconseqüente pode nos levar àquilo que eles
denominam de “síndrome do cachorro” – quando ele corre atrás da roda do
automóvel e não sabe o que fazer quando ele para. Às vezes a ambição pode nos
levar a lugares totalmente desconhecidos; ou seja, verdadeiras surpresas
desagradáveis,
Sendo
assim, devemos manter nossos objetivos de longo prazo, mas não esquecermos de
que é no presente que construímos nosso futuro. A ambição é uma das forças motrizes
do crescimento profissional e até Mahatma Gandhi foi movido por ela, pois em
1930 ele disse: “Minha ambição é nada menos que converter o povo britânico à
não-violência e assim lhes mostrar o mal que fizeram a Índia”. Sua ambição
libertou seu país sem o uso da violência.
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