Qual a Influência dos Valores e Crenças
no Desempenho das Organizações? Qual a Importância da História na Cultura de
Uma Organização? Como os Funcionários Lidam Com a Comunicação?
Um
dos mais importantes estudos sobre o desempenho corporativo aconteceu na Suécia
no início dos anos 60, quando dois consultores pesquisaram sobre a influência
da cultura organizacional no desempenho das empresas.
Nesse
estudo, percebeu-se que existem elementos da cultura que podem
ser considerados prioritários no desempenho das organizações como os valores,
as crenças, a história e a linguagem.......Enfim, o jeito como se fazem as
coisas em uma empresa.
Os valores –
por exemplo – representam uma predeterminação dos elementos que
os reforçam, indicando as motivações para a tomada de decisões. Os valores
afetam nossas ações e, embora quase sempre não tenhamos clareza disto, todas as
decisões humanas estão baseadas nos nossos valores. Zanelli ([i]) afirmou que, quanto
mais as organizações conseguem difundir e compartilhar esses valores, mais
forte e bem-sucedida elas serão.
Um
bom exemplo de valores de uma organização brasileira é o da AmBev que exalta os
consumidores como sendo a razão de tudo o que eles fazem, além de se declararem
parceiros dos seus clientes, revendedores e servi-los com qualidade. Os valores
compartilhados estão relacionados com o sentimento de sucesso pessoal de
cada stakeholder.
Para
Freitas ([ii]), utilizar as crenças e pressupostos é
expressar aquilo que é tido como a verdade em uma organização e, sendo aceitos
como verdades pelos seus funcionários, passam a ser inquestionáveis. Diversas
empresas trabalham para disseminar suas crenças e pressupostos, pois acreditam
que geram compromisso e envolve seus funcionários na obtenção dos melhores
resultados.
A
mineradora brasileira VALE – por exemplo – ressalta essa disseminação quando
comunica aos seus colaboradores o “orgulho de ser Vale” e, para a NATURA, sua
crença é “criar e comercializar produtos e serviços que promovam o bem-estar /
estar bem”.
Todas
as empresas têm diversas histórias para contar e
normalmente elas estão associadas aos eventos como o seu nascimento, o modo
como ela cresceu e as conquistas de mercado. As histórias são poderosas
ferramentas porque narram esses eventos, vinculando o presente ao passado e
oferecendo explicações que legitimam as práticas no seu ambiente.
Muitas
organizações desenvolvem variadas formas de repassar sua história e suas
conquistas e, na WEG, por exemplo, percebemos alguns bons exemplos sobre a
preservação da sua história. A empresa tem um programa – “Linha do Tempo” – que
conta as histórias das suas realizações divididas em períodos. Outro bom
programa (“Biografia”) conta a história dos seus fundadores e presidentes.
Schein
([iii]) afirma que as manifestações mais óbvias
de uma cultura são a linguagem e o modo de pensar
comum. Para ele, a linguagem é o modo mais particular de uma organização que,
através dos seus membros, adota um conjunto de simbologias como os jargões, os
slogans e até o comportamento em reuniões.
As
organizações são fenômenos de comunicação, o que pode ser percebido em vários
exemplos no mundo corporativo como slogans, provérbios, jargões, metáforas e as
siglas que se tornam parte de sua própria linguagem diária.
Portanto,
os processos de comunicação podem ser encarados como de impacto fundamental no
desempenho da empresa, pois eles são essenciais para difundir o aprendizado, o
conhecimento e influenciando todos os envolvidos a alcançarem o melhor
desempenho.
([ii]) FREITAS, Maria Ester de. “Cultura
Organizacional: formação, tipologias e impactos”. São Paulo, Makron, 1991.
([iii]) SCHEIN, Edgar H. “How Culture Forms, Develops
and Changes”. In KILMANN, Raph H. ET ali. “Gaining Controlo f The Corporate
Culture”. São Francisco: Jossey-Bass, 1985, PP. 17-43.
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