Qual é a Origem
Dos Shopping Centers? Quais os Tipos de Shoppings Existentes? Qual o Número de
Shoppings Hoje no Brasil? Existem Diferenças Entre Eles?
Podemos definir um Shopping
Center como sendo um empreendimento do setor de serviços que agrupa diversos
estabelecimentos comerciais, os quais são centralizados administrativa e
arquitetonicamente. Por vezes eles são considerados um investimento
imobiliário, porém isto encobre a natureza e a finalidade do negócio que é – na
maioria das vezes – o comércio varejista.
Com o crescimento urbano a partir
da década de 80 os Shopping Center's aumentaram suas participações nas
atividades varejistas, passando a disputar os consumidores, construindo novas
unidades e isso contribuiu para a expansão de novos formatos de Shopping
Center's.
Quanto a sua origem, pode-se
afirmar que os Shopping Center's surgiram nos Estados Unidos na década de 50 em
função das estratégias do comércio a fim de atrair o crescente número de
consumidores que se expandia para os subúrbios das grandes cidades. Os fatores
resultantes do crescimento urbano, tais como a necessidade de segurança, maior
conforto e as condições climáticas incentivaram o crescimento desse importante
segmento.
A Associação Brasileira de
Shopping Center's (Abrasce) contabilizou em 2010 quatrocentos e doze (412)
unidades já construídas, com cerca de 73.800 lojas no seu interior e oferecendo
732 mil empregos. A Região Sudeste concentra 56% das unidades e, com relação ao
tamanho, observa-se uma concentração de lojas entre 10 mil m² e 25 mil m²,
embora existam unidades de grande porte nas capitais – principalmente São
Paulo.
Considerando-se o total de
unidades existentes no Brasil, 61% dos Shopping Center's estão localizados em
cidades com mais de 1 milhão de habitantes, e percebe-se um número
significativo em cidades com populações entre 200 mil e 500 mil habitantes.
Algumas publicações especializadas indicam a perspectiva de construção de maior
número de unidades no interior e em regiões periféricas, devido – entre outros
motivos – à dificuldade de grandes áreas disponíveis nas capitais e ao preço do
terreno.
Considerando-se certa saturação
existentes nas cidades para absorção desse tipo de empreendimento, em função do
nível de renda da população, da falta de áreas livres nas grandes metrópoles e
também da escassez de recursos para investimentos, destaca-se, nas literaturas
especializadas, a tendência brasileira de redução do tamanho dos Shopping
Center's e de sua interiorização para cidades de porte médio.
Os Tipos de Shopping Center's
As consequências do crescimento
urbano têm proporcionado a expansão de unidades de Shopping Center's, pois esse
tipo de empreendimento centraliza as compras e as agilizam para o consumidor.
Dessa forma, está existindo uma tendência em ampliar sua função social e
comunitária, pois atualmente eles estão oferecendo vários tipos de serviços,
lazer e cultura. Sendo assim, de acordo com a Abasce os tipos de Shopping
Center's no Brasil podem ser classificados em:
·
Shopping de Vizinhança: Tem entre 3 mil a 15 mil m² com um conceito de
"conveniência", cuja loja âncora normalmente é um supermercado
·
Shopping Comunitário: Entre 10 mil e 35 mil m² com um conceito de "Mercadoria
Geral", cujas lojas âncoras são Lojas de Departamentos, Lojas de
Descontos, Supermercados e/ou Hipermercados.
·
Shopping Regional: Entre 40 mil e 80 mil m² com um conceito de "Mercadoria
Geral", porém com cerca de 50% alugados a lojas satélites de vestuário.
Normalmente suas lojas âncoras são Lojas de Departamentos completas; Lojas de
Departamentos juniores, Lojas de Descontos e/ou Hipermercados.
·
Shopping Especializado e/ou Temático: Entre 8 mil a 25 mil m², especializado em um ramo
específico como moda, decoração ou material esportivo. Em geral não possui loja
âncora.
·
Shopping Outlet Center: Entre 5 mil a 40 mil m² cujo conceito são Lojas
de Fábricas e Off-price, Preços Baixos, lojas mais simples com aluguéis
menores, custo de construção mais reduzido e diferenças de acabamento. Suas lojas
âncoras normalmente são grandes lojas de fábricas.
·
Shopping Power Center: Entre 8 mil e 25 mil m² cujo conceito é Category
Killer; Lojas de Departamentos ou de Descontos; Clubes de Compras e Off-price.
Possuem um conjunto de lojas âncoras com poucas lojas satélites.
·
Shopping Discount Center: Entre 8 mil a 25 mil, possuindo lojas que
trabalham com grandes volumes de produtos a baixos preços.
·
Shopping Festival Mall: Também são shoppings pequenos com tamanhos
entre 8 mil a 25 mil m² com conceitos de Restaurantes, Lazer, Cultura e não
possuem lojas âncoras.
Além disso, ainda existem outras
diferenças entre alguns destes tipos, tais como:
A) Outlet Center - A disponibilidade de
transportes coletivos é extremamente importante para o sucesso desse tipo de empreendimento,
pois eles são dirigidos para as classes B e C. Operam com margens de lucro e
custos mais baixos e normalmente estão localizados em cidades com população
acima de 300 mil habitantes.
B) Regional - Possui uma variedade de
produtos muito maior que o Outlet Center e as atividades de lazer vem ganhando
mais espaços. Estão voltados para as classes A e B e, devido ao seu porte, são
viáveis nas grandes cidades.
C) Especializado - Diferente dos demais,
pois a compra ocorre por planejamento e não por impulso. Atende a um segmento
específico, como móveis, materiais de construção, têxteis e automotivos. Estão
direcionados para as classes A e B.
D) Festival Mall - Têm muito espaço para se
desenvolverem nas grandes cidades e estão dirigidos para classes A e B, visando
o entretenimento. Embora os tipos comunitário e regional predominem, percebe-se
certo crescimento de shopping centers temáticos, como automotivo, de centro
têxtil e de decoração, entre outros, assim como de projetos de construção de
festival mall .
Principais Considerações Para Implantação de Um
Shopping Center
O principal fator considerado é a
localização do empreendimento e, para isso, deve haver um estudo criterioso
sobre seus habitantes e a infraestrutura de acesso. Além disso, deve-se avaliar
a densidade demográfica por área de influência, a renda, os hábitos e o
potencial de consumo da população local. Em geral, a população atraída para
esse tipo de empreendimento está dividida da seguinte forma:
·
Renda
familiar, número de domicílios, faixas de renda, potencial e satisfação de
consumo por faixa, percentual de gasto médio familiar por categoria de varejo;
·
Projeção
do crescimento populacional, da renda média e do número de domicílios;
·
Com
relação à satisfação de consumo - onde as pessoas compram e o quê, tempo
disponível para compras, hábitos e desejos dos consumidores, frequência a
shoppings centers; locais preferidos para comprar por faixa de renda;
distanciamento entre os shoppings centers já existentes;
·
Mapeamento
do comércio local e da concorrência, abrangendo lojas âncoras, vestuário,
calçados, bolsas, utilidades para o lar, alimentação, serviços, lazer;
·
Condições
de acesso, meios de transporte mais utilizados;
·
Potencial
de consumo da área versus vendas no varejo instalado na região; e
·
Concorrência
futura.
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