O Que a
Reengenharia Tem a Ver Com a Qualidade? Como Ela Pode Contribuir Diminuir os
Prazos e os Custos de Uma Organização?
A melhoria do desempenho
operacional tem sido uma preocupação constante nesse século e, dessa forma, as
mudanças que estão ocorrendo no mundo exigem empresas proativas e flexíveis –
características necessárias à sobrevivência e ao sucesso. Nesse mundo altamente
competitivo não basta apenas ser bom, é preciso ser o melhor de forma a cativar
o cliente e manter-se no negócio.
As novas tecnologias no campo da informação
aproximaram países e pessoas, estando as informações disponíveis em tempo real
e fazendo com que as decisões necessitem rapidez dos responsáveis pelas
organizações. Tais mudanças geram novas maneiras de aperfeiçoar a gestão
empresarial e melhorar seu desempenho, levando a inúmeras abordagens hoje em
uso nas empresas.
A Reengenharia surgiu como resposta às pressões econômicas, à
concorrência e como forma de reestruturar o sistema industrial americano, a fim
recuperar o espaço perdido para os japoneses. Sendo assim, a Reengenharia
torna-se um conjunto de conceitos que devem ser adicionados aos esforços pela
sobrevivência e crescimento das organizações nesta era da competência.
O final dos anos 80 ficou sendo
conhecido como "a era da qualidade" – quando satisfazer o cliente era
um claro diferencial competitivo – mas, hoje em dia, é necessário deslumbrar (e
surpreender) os clientes – e principalmente os concorrentes. Segundo Hammer e
Champy nunca foi tão difícil conquistar clientes, os quais estão mais atentos e
mais educados. Os clientes atuais são caracterizados pela sua busca incessante
pela qualidade, serviços, preços e pela vontade de agir no caso de haver
negligência no cumprimento de um contrato.
Conforme os autores acima, a maioria
das empresas atuais foi construída em tono da idéia central descrita por Adam
Smith: _ "o princípio da divisão do trabalho". Mas, segundo eles,
esta antiga forma de funcionamento das empresas simplesmente se tornou inoperante,
uma vez que as atividades voltadas para as tarefas estão obsoletas e, dessa
forma, as empresas precisam organizar seu trabalho em torno de processos e não
podem ser mais "consertadas", e sim "reinventadas".
Conforme Hammer & Champy, o
"Envolvimento dos Empregados", o "Workteams" e o
"Controle Estatístico dos Processos" têm direcionado à melhoria
contínua das organizações, mas o progresso é ainda muito lento. Para eles, a
Reengenharia é uma teologia porque requer a crença de que há um modo diferente
de organizar e fazer o trabalho em uma organização. Eles argumentam que a marca
da qualidade de uma empresa de sucesso é a sua habilidade de abandonar o que
foi sucesso no passado, uma vez que não existe fórmula de sucesso permanente.
Sob o ponto de vista desses autores, é apenas para um mundo em crescimento
estável que os modelos de Adam Smith, Frederick Taylor, Henry Fayol e Henri
Ford seriam adequados. Peter Drucker também radicaliza ao afirmar que "a
Reengenharia é uma necessidade e, sem adotá-la, é impossível que uma empresa
sobreviva".
Portanto, a Reengenharia trata de
inverter a Revolução Industrial, pondo de lado todo conhecimento adquirido com
duzentos (200) anos de Administração Industrial. Ela rejeita os paradigmas de
Adam Smith, a divisão do trabalho, a economia de escala, o controle hierárquico
e todos os demais pertences de uma economia no estágio inicial de
desenvolvimento.
Conceitos
e Definições
Para Hammer & Champy, uma
rápida definição da Reengenharia seria o "começar de novo"; ela não
significa "reformular o que já existe" ou "fazer mudanças
tímidas" que deixem as estruturas básicas intactas. Na verdade, a
Reengenharia significa abandonar procedimentos consagrados e reexaminar o
trabalho necessário para criar os produtos (e serviços) de uma empresa e
proporcionar "valor ao cliente".
Os autores definem a Reengenharia
como "o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos
empresariais, que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e
contemporâneos de desempenho como custos, qualidade, atendimento e
velocidade". Esta definição encerra quatro (4) palavras chaves:
·
Fundamental:
ao praticar a Reengenharia precisam-se formular questões básicas a respeito da
empresa e seu funcionamento: _ "Por que fazemos o que fazemos?" e
"Por que fazemos dessa forma?" Essas perguntas nos forçam a examinar
as suposições subjacentes à forma como as atividades são conduzidas. Pois a
Reengenharia ignora o que existe e se concentra no que deveria existir.
·
Radical:
significa desconsiderar todas as estruturas e procedimentos e inventar formas
completamente novas de realizar o trabalho. É a reinvenção das empresas; não é
a melhoria, aperfeiçoamento ou modificação.
·
Drástica:
a Reengenharia não diz respeito às melhorias marginais ou de pequenas
quantidades, mas de saltos quânticos de desempenho. Dessa forma, melhorias
drásticas requerem destruição do antigo e sua substituição por algo novo.
·
Processos:
é a palavra-chave mais importante e também a que traz mais problemas, já que
muitos homens de negócios não estão voltados para os processos e sim para as
tarefas, serviços, pessoas ou estruturas.
A ênfase na Reengenharia é a
melhoria radical dos processos em nível operacional, a maneira pela qual o
trabalho é realmente realizado. Para esse autor, a Reengenharia "é uma
ferramenta para ajudar as organizações a pensar diferente e é um método de se
alinhar para o futuro". Dessa forma, o que a Reengenharia tenta realizar –
tornar as empresas mais eficazes – não é novo e os quatro (4) pressupostos que
a diferenciam das demais estratégias de mudança organizacional são:
·
Só poderá
ocorrer uma mudança radical quando a antiga maneira de pensar (e operar) for
destruída.
·
Os
resultados concretos devem aparecer rapidamente.
·
A
tecnologia da informação é um elemento chave em qualquer esforço de mudança
organizacional.
·
Qualquer
mudança deverá afetar as partes de uma empresa; assim, um esforço de mudança
deverá integrar as pessoas, as tecnologias, a estrutura e a filosofia gerencial
Portanto, pode-se deduzir que
a Reengenharia contribui decisivamente para intensificar o Planejamento e o
Controle dos prazos e dos custos de uma organização, conduzindo com mais
rapidez os programas de qualidade.
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